Rogativa de Natal
Senhor Jesus!
Quando chegaste à Terra,
através dos panos da
manjedoura, aguardava-te
a Escritura como sendo a
luz para os que jazem
assentados nas
trevas!...
E, em verdade, Senhor,
as sombras dominavam o
mundo inteiro...
Sombras no trabalho, em
forma de escravidão...
Sombras na justiça, em
forma de crueldade...
Sombras no templo, em
forma de fanatismo...
Sombras na governança,
em forma de tirania...
Sombras na mente do
povo, em forma de
ignorância e de
miséria...
Pouco a pouco, no
entanto, ao clarão de
tua infinita bondade,
quebraram-se as algemas
da escravidão,
transformou-se a
crueldade em apreciáveis
direitos humanos,
transmudou-se o
fanatismo em fé
raciocinada,
converteu-se a tirania
em administração e,
gradualmente, a
ignorância e a miséria
vão recebendo o socorro
da escola e da
solidariedade.
Entretanto, Senhor,
ainda sobram trevas no
amor, em forma de
egoísmo!
Egoísmo no lar...
Egoísmo no afeto...
Egoísmo na caridade...
Egoísmo na prestação de
serviço...
Egoísmo na devoção...
Mestre, dissipa o
nevoeiro que nos
obscurece ainda os
horizontes e ensina-nos
a amar como nos amaste,
sem buscar vaidosamente
naqueles que amamos o
reflexo de nós mesmos,
porque somente em nos
sentindo verdadeiros
irmãos uns dos outros é
que atingiremos, com a
pura fraternidade, a
nossa ressurreição para
sempre.
Do livro Vozes do
Grande Além,
constituído por
mensagens de autores
diversos transmitidas
psicofonicamente por
intermédio de Francisco
Cândido Xavier.