Enquanto muitas
famílias se
preparam para
comemorar a data
maior da
cristandade, com
festas, pratos
especiais, muita
conversa,
alegria,
presentes, com
ruas e lojas
enfeitadas,
outras se fecham
em seus
sentimentos
vivendo a dor
instalada no
coração, em
razão de
problemas dos
mais diversos,
especialmente os
relacionados com
a morte de entes
queridos. E
porque já não
estão mais
presentes no
ambiente
familiar, é por
isso mesmo um
forte indicador
de saudade
promovendo
lembranças que
os saudosos
acabam não se
contagiando com
o clima de
alegria. E não é
para menos. O
sentimento é
pessoal e
intransferível.
Esse dia, sem
dúvida, se traz
prazer e alegria
para uns,
provoca tristeza
e recolhimento
para
outros.
Nossa mensagem,
tendo em vista a
proximidade do
dia de Natal,
será centrada na
fraternidade,
esse ato tão
humilde quanto
valoroso, que,
em determinados
momentos de
nossa vida,
teimamos em
esquecê-lo.
A maioria da
humanidade
insiste em
lembrar-se numa
única data como
destinada ao
nascimento de
Jesus, nosso
Salvador e
Divino Mestre de
todas as horas.
Contudo, seria
de grande valia
espiritual se ao
menos nesse dia
também nascesse
o germe da
transformação
interior, da
renovação dos
conceitos e da
substituição do
ontem perturbado
pelo hoje
renovado. Que
todos os
procedimentos
começassem a ser
repensados, como
ocasião e
momento de criar
novos caminhos e
abrir horizontes
de esperança,
quando não
certezas, de que
a vida poderá
ser melhor
direcionada e
melhor
aproveitada se
houver, de fato,
interesse para
isso.
Que esse dia,
que assinala a
vinda daquEle
que recebeu a
missão do Senhor
da Vida para
dirigir e
coordenar todas
as atividades da
Terra,
representasse,
de fato, também
um novo
nascimento em
cada um, uma vez
que diariamente
os dias surgem
em nova e
radiante
alvorada.
Portanto, que
não ficasse
apenas na troca
singela de
presentes
materiais, na
participação de
mesa farta, no
abuso do álcool,
na dispersão de
conversa
improdutiva, nos
abraços
mecânicos, no
sorriso e
espontaneidade
momentâneos e
fugazes etc. Que
se buscasse
esses outros
valores que
estão aguardando
apenas a
lembrança de que
existem, para
que possam se
incorporar à
vida, esperando
apenas o toque
de amor, da
sensibilidade,
da iniciativa.
Lembrasse,
contudo, que
esses
sentimentos mais
próximos de
harmonia e de
fraternidade
podem ser
renovados também
ao longo do ano
em qualquer dia,
em qualquer mês.
Enfim, que em
todo momento é
momento de
renovar-se.
Basta que se
olhe com
interesse para
as virtudes
acomodadas e que
sempre estiveram
e estão à espera
e ao alcance de
todos. Que não
se feche os
olhos a esses
novos caminhos
que se
descortinam,
enquanto
estivermos aqui.
A vida não é
feita de
retalhos, como
muitos pensam,
mas de etapas
que se renovam
na medida em que
nossa vontade
prevaleça.
Francisco
Cândido Xavier,
através da
psicografia, nos
lembra, no
trecho abaixo,
da chegada do
Divino Amigo aos
planos terrenos:
“Senhor
─
rei divino
projetado às
sombras da
manjedoura
─,
diante do teu
berço de palha
recordo-me de
todos os
conquistadores
que te
antecederam na
Terra.
Eles vieram e
dominaram,
surgindo na
condição de
pirilampos
barulhentos,
confundidos, à
pressa, num
turbilhão de
desencanto e
poeira. Tu,
porém, Soberano
Senhor, Te
contentaste com
o berço da
estrebaria!
Ministros e
sábios não te
contemplaram, na
hora primeira,
mas humildes
pastores se
ajoelharam,
sorridentes,
diante de Ti,
buscando a luz
de Teus olhos
angelicais.
Hinos de guerra
não se fizerem
ouvir à Tua
chegada
libertadora;
todavia, em
sinal de
reconhecimento,
cânticos
abençoados de
louvor subiram
ao céu, dos
corações
singelos que te
exaltavam a
Estrela
Gloriosa, a
resplandecer nos
constelados
caminhos.
Mestre, longe de
escolheres um
trono de púrpura
a fim de
administrares o
Reino Divino de
que te fizeste
embaixador e
ordenador,
preferiste o
sólio da cruz,
de cujos braços
duros e tristes
ainda nos envias
compassivo
olhar,
convidando-nos à
caridade e à
harmonia, ao
entendimento e
ao perdão.
Conquistador das
almas e
governador do
mundo, agora que
os teus
tutelados afiam
as armas para
novos duelos
sangrentos,
neste século de
esplendores e
trevas, de
renovação e
morticínio, de
esperanças e
desilusões,
ajuda-nos a
dobrar a cerviz
orgulhosa,
diante do teu
singelo berço de
palha!...
Mestre da
verdade e do
bem, da
humanidade e do
amor, permite
que o astro
sublime de teu
Natal brilhe,
ainda, na noite
de nossas almas
e estende-nos
caridosas mãos
para que nos
livremos de
velhas feridas,
marchando ao teu
encontro na
verdadeira senda
da redenção”.