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Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 6 - N° 294 - 13 de Janeiro de 2013
ORSON PETER CARRARA
orsonpeter92@gmail.com
Matão, SP (Brasil)
 

 
Eduardo Dubal da Veiga:

“A arte espírita é necessária e muito bem-vinda”

Gaúcho radicado em terras paulistas, o confrade fala-nos sobre a divulgação do Espiritismo nas mídias em geral
 

Eduardo Dubal da Veiga (foto), natural do Rio Grande do Sul, estudante de Direito que migrou para o Cinema (Academia Internacional de Cinema/SP), nasceu em família espírita. Vinculado ao Centro Espírita Nosso Lar - Casas André Luiz, em Guarulhos-SP, atua profissionalmente na TV Mundo Maior, na mesma cidade, como diretor de

programas de TV, documentários e curtas-metragens. Na entrevista que nos concedeu, Eduardo fala-nos sobre a divulgação espírita nas mídias em geral e sua influência nas artes. 


Considerando sua atividade e experiência profissional com vídeo, como você vê essa interação entre a comunicação moderna e a divulgação espírita?

Vejo os esforços de contemplar as mídias modernas com o conteúdo espírita como naturais, uma vez que se espelham na própria história do movimento espírita, especialmente se considerarmos que Allan Kardec produziu, ainda no século 19, uma revista mensal, algo extremamente vanguardista para a época. Temos que seguir o exemplo dos pioneiros e continuar a boa luta para contemplar cada mídia, seja tradicional ou nova.

Como você vê a introdução dos conceitos espíritas na arte e na mídia?

Creio que as artes historicamente refletem a busca de respostas que nos caracteriza enquanto humanos, busca esta que impulsiona nossa evolução. O Espiritismo é hoje, em minha opinião, a fronteira filosófica que nos levará a conhecimentos nunca antes imaginados por nossa espécie, conhecimentos estes que têm a capacidade de nos introduzir em um contexto cósmico. Nossa literatura, nosso teatro, nosso cinema, portanto, de forma legítima e irreversível, começam a adentrar igualmente, pé ante pé, tal terreno. 

Na produção de áudio e vídeo com finalidade de divulgação espírita, qual o cuidado principal?

Vivemos o desafio de introduzir informações novas para grande parcela da população de forma atraente, mostrando o caráter unificador que a doutrina possui. Some a isso a tarefa de mostrar que podemos ser alegres e joviais mantendo ainda a educação através dos ensinamentos espíritas. 

E na arte em geral, como a música, o teatro, a dança e outras modalidades? 

Seguiria pela mesma linha de raciocínio: a busca pelo Belo e pelo Justo, pelo êxtase sensorial que a arte causa, mas nunca desassociado da ética universal que a doutrina propõe, incentivando a reflexão, a busca pelo eu imortal. Precisamos incentivar o teatro que mostra o drama do túmulo vazio, quando se acorda do outro lado, a dança que busca encontrar o movimento do fluido cósmico universal, a música que pretende materializar na Terra o cântico dos planos superiores.  

Como você, profissional na mídia espírita, tem sentido a repercussão da divulgação espírita junto ao grande público?

Fico muito feliz em notar que as peças espíritas nas diversas mídias têm encontrado acolhimento em plateias cada vez maiores. O produtor Oceano Vieira de Melo recentemente fez um cálculo que aponta o expressivo número de 100 milhões de visualizações dos últimos 10 filmes espíritas lançados, considerando todas as mídias onde eles trafegaram (cinema, TV aberta, TV paga, home video). Esse dado demonstra, sem receio de errarmos, que a arte espírita é necessária, muito bem-vinda e penetrará cada vez mais em todas as camadas da humanidade. 

Com a expansão da tecnologia e dos recursos à nossa disposição, qual o maior desafio atual?

O desafio continua sendo honrar nossos pioneiros, como Kardec e Cairbar, que estiveram à frente do seu tempo. Em outras palavras, o movimento espírita como um todo e principalmente os espíritas envolvidos na divulgação da doutrina necessitam utilizar de forma plena quaisquer tecnologias que estejam à nossa disposição. 

Você considera que o grande público tem assimilado bem a introdução dos conceitos espíritas em novelas, teatro e filmes?

Como a doutrina espírita já previu, estamos iniciando um novo ciclo planetário em que a arte serviria de arauto dos tempos novos. Hoje já vemos uma torrente contínua de filmes e novelas, por exemplo, em que os conceitos espíritas de mediunidade e reencarnação (nem sempre apresentados com acuidade doutrinária, claro) estão sempre presentes. É possível, portanto, que em pouco tempo os princípios espíritas estejam espraiados pela arte como um todo, quer seja ela de autoria de espíritas confessos, ou não. Inicialmente vemos a aceitação e, num segundo momento, a assimilação que então impulsionará a reforma íntima de cada encarnado.  

Na experiência da TV Mundo Maior, o que mais lhe chama a atenção?

Na TV Mundo Maior tenho o privilégio de unir a crença pessoal ao trabalho formal, à atividade profissional. Isso gera, também, uma responsabilidade que se agiganta quando percebo o momento pelo qual todos passamos. Ainda não dispomos dos recursos financeiros e tecnológicos que a doutrina merece para uma divulgação de qualidade e verdadeiramente massiva, mas não me furto à esperança de que estes dias virão, em breve, e que mais iniciativas como a TV Mundo Maior irão aparecer em vários pontos do Brasil e da Terra.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita