RICARDO ORESTES FORNI
iost@terra.com.br
Tupã, SP (Brasil)
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Depressão: na periferia
do assunto
“A depressão é
semelhante à noite
inopinada em pleno dia.
É nuvem ameaçadora que
tolda o sol. É tóxico
que envenena lentamente
as mais belas florações
do ser.” – Joanna de
Ângelis.
A revista VEJA,
edição 2297 de 28 de
novembro de 2012, traz
uma reportagem de capa
intitulada DEPRESSÃO – A
PROMESSA DE CURA. No
interior da revista, às
páginas 152 a 159,
encontramos uma
reportagem com uma
análise da utilização de
uma substância
anestésica – cetamina –
como uma nova arma para
o combate à depressão.
Como todos os
interessados no assunto
já conhecem, não podemos
confundir os momentos de
tristeza normais perante
determinados fatos, tais
como, a perda de um ente
querido, um plano muito
desejado que seja
frustrado, uma
determinada enfermidade
temporária que nos
atinja interferindo na
nossa rotina, com a
doença depressiva. Os
momentos de tristeza
passageiros não traduzem
essa última exatamente
porque nela – doença
depressiva – a amargura
permanece por período
indeterminado, sendo
capaz de grandes
tragédias – o suicídio –
quando não devidamente
tratada. A doença
depressiva atinge a
elevada cifra de 20% da
população mundial. De 30
a 40% dos pacientes não
encontram alívio algum
com os recursos
terapêuticos
desenvolvidos até hoje.
E é aí que entra a nova
tentativa com essa
substância utilizada em
anestesia humana e no
animal, a cetamina. Da
utilização em soldados
americanos na década de
60, na guerra do Vietnã,
a alucinógeno ilícito
nos anos 90, acena-se
com ela uma nova
possibilidade de
tratamento da depressão.
O grande problema é que,
seja qual for a
medicação em uso, ela
visa sempre ao efeito
que se estampa no corpo
físico, não atingindo a
causa que está no
Espírito imortal com as
suas mazelas morais não
resolvidas. Discutem a
periferia do problema e
ignoram o centro,
exatamente como quem
fala do efeito
acreditando tratar-se da
causa.
Recorramos a Joanna de
Ângelis: “A nostalgia
reflete evocações
inconscientes, que
parecem haver sido ricas
de momentos felizes que
não mais se
experimentam. Pode
proceder de existências
transatas do Espírito,
que ora as recapitula
nos recônditos profundos
do ser, lamentando, sem
dar-se conta, não mais
as fruir; ou de
ocorrências da atual.
A depressão é sempre uma
forma patológica do
estado nostálgico.
A depressão é
acompanhada, quase
sempre, da perda da fé
em si mesmo, nas demais
pessoas e em Deus... Os
postulados religiosos
não conseguem permanecer
gerando equilíbrio,
porque se esfacelam ante
as reações aflitivas do
organismo físico. Não se
acreditar capaz de
reagir ao estado
crepuscular caracteriza
a gravidade do
transtorno emocional.
Do mesmo modo, a
depressão tem a sua
repercussão orgânica ou
vice-versa. Um
equipamento
desorganizado não pode
produzir como seria de
desejar. Assim, o corpo
em desajuste leva a
estados emocionais
irregulares, tanto
quanto esses produzem
sensações e inarmonias
perturbadoras na conduta
psicológica.
A situação se torna mais
grave quando se acerca
de uma idade especial,
35 ou 40 anos, um pouco
mais, um pouco menos, e
lhe parece que não
conseguiu o que anelava,
não se havendo realizado
em tal ou qual área,
embora noutras se
encontre muito bem. Essa
reflexão autopunitiva dá
gênese a um estado
depressivo com indução
ao suicídio”. (Da obra:
Amor, imbatível amor.)
Enquanto as medicações
mais variadas percorrem
o corpo físico na
tentativa de solucionar
o problema da depressão
como de outras
patologias graves, a
consciência endividada
cobra a si mesma a
reparação do
desequilíbrio em que
alguém foi lesado. E
sempre que lesamos a
outrem recebemos o
efeito bumerangue do mal
praticado por livre e
espontânea vontade. A
consciência registra o
fato e o submete ao
porão do inconsciente
acreditando ter deletado
o fato criminoso. Nas
futuras existências, por
razões variadas, desse
porão escapam fragmentos
dos desequilíbrios
praticados que passam a
minar os dias daquela
existência nova no
corpo, mas velha em
Espírito necessitado de
obedecer ao alerta
longínquo: vá e não
peques mais. É o
homem velho visitando o
homem novo como o
visitante não desejável,
mas impossível de ser
impedido. A nova
substância em estudo – a
cetamina – será a
solução definitiva? Não
acreditamos.
Representará um curativo
com gaze nova em feridas
velhas. Feridas
profundas abrigadas na
consciência enferma
perante si mesma. A cura
definitiva de todo e
qualquer mal que traga a
dor ao ser imortal
permanece nos
ensinamentos que
reverberam através dos
séculos passados e dos
tempos vindouros Daquele
que estará conosco até a
consumação dos
séculos...