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Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 295 - 20 de Janeiro de 2013

ARTHUR BERNARDES DE OLIVEIRA
tucabernardes@gmail.com
Guarani, MG (Brasil)

 


A propósito da fé


Na questão 257 do livro “O Consolador”, indagado se a Esperança e a Fé devem ser interpretadas como uma só virtude, Emmanuel respondeu:

“A Esperança é a filha dileta da Fé. Ambas estão, uma para outra, como a luz reflexa dos planetas está para a luz central e positiva do Sol. A Esperança é como o luar que se constitui dos bálsamos da crença. A Fé é a divina claridade da certeza”.

Na questão 253, ele já houvera afirmado que “a virtude (e a fé é uma das mais importantes virtudes) é sempre sublime e imorredoura aquisição do espírito nas estradas da vida, incorporada eternamente aos seus valores, conquistados pelo trabalho no esforço próprio”.

Kardec, no subtítulo de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, afirma:

“Fé inabalável só é a que pode encarar a razão, face a face, em qualquer época da Humanidade”.

No capítulo XIX do livro citado, analisando a expressão de Jesus de que a fé do tamanho de um grão de mostarda é capaz de transportar montanhas, ele distingue:

“A fé no sentido próprio é a confiança que o homem tem em suas próprias forças e que o torna capaz de executar coisas materiais, que não consegue fazer quem duvida de si. Noutra acepção, entende-se como fé a confiança que se tem na realização de uma coisa, a certeza de atingir determinado fim”.

E esclarece:

“O poder da fé se demonstra, de modo direto e especial, na ação magnética. Por seu intermédio o homem atua sobre o fluido, agente universal, modifica-lhe as qualidades e lhe dá uma impulsão por assim dizer irresistível”.

Do ponto de vista religioso, a fé consiste na crença em dogmas especiais que constituem as diferentes religiões. Todas têm seus artigos de fé. Sob esse aspecto, pode a fé ser raciocinada ou cega. Nada examinando, a fé cega aceita tudo, sem verificação, assim o verdadeiro como o falso e a cada passo se choca com a evidência e a razão. Levada ao excesso, produz o fanatismo.

A fé não se impõe. Adquire-se e ninguém há que esteja impedido de possuí-la. Em certas pessoas ela parece inata, sinal evidente de progresso anterior.

A fé tem de ser ativa. Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus, cumpre-lhe velar atentamente pelo desenvolvimento dos filhos que gerou.
         



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita