Casa em reforma
Com este título
sugestivo,
Emmanuel
discorre,
através da
mediunidade de
Chico Xavier,
sobre a
realidade da
Terra, mundo
considerado como
de Provas e
Expiações. Logo,
não obstante as
belezas e as
benesses
naturais que a
vida oferece a
todos, não se
poderia
encontrar nele a
permanente paz
que os bondosos
e
bem-intencionados
corações
almejam.
A mensagem
refere-se às
“Calamidades,
flagelos,
conflitos,
lutas,
provas!...”,
lembrando que
“A Terra
assemelha-se,
hoje, à casa em
reforma”,
com “Tudo ou
quase tudo
aparentemente
desajustado para
a justa
rearmonização”
.
É natural que se
espere com
ansiedade as
mudanças
anunciadas, como
é natural,
também, que se
pretenda
constatar, ainda
na existência
presente, essas
alterações tão
aguardadas.
Convém lembrar,
contudo, a alta
importância dada
ao progresso da
Natureza, uma
vez que os
próprios
Espíritos
lembram ser este
lento e gradual,
sem
sobressaltos.
Já em 1859,
Allan Kardec
considerava, de
acordo com as
informações que
lhe vinham do
Mundo Invisível,
as condições da
Terra:
“Pois bem:
consideremos a
Terra como um
arrabalde, um
hospital, uma
penitenciária,
um pantanal,
porque ela é
tudo isso a um
só tempo, e
compreenderemos
porque as suas
aflições
sobrepujam os
prazeres. Porque
não se enviam
aos hospitais as
pessoas sadias,
nem às casas de
correção os que
não praticaram
crimes, e nem os
hospitais, nem
as casas de
correção são
lugares de
delícias”
.
Emmanuel
lembra-nos,
ainda, que “O
que existe
presentemente na
Terra é o
chamamento cada
vez mais vivo ao
testemunho
individual de
compreensão e
aperfeiçoamento,
com múltiplas
oportunidades de
trabalho em
louvor de nossa
própria
renovação”
,
no que também
entendemos que a
hora da verdade
está sempre
presente, já que
podemos mudar a
todo instante,
igualmente em
relação ao juízo
final, que não
está relacionado
à extinção do
planeta, mas,
sim, à extinção
do tônus vital
da vida pessoal.
Quando a
situação moral
começa a
resvalar níveis
pesados de
sustentação, há
que se preocupar
mais nas
questões
relacionadas ao
campo da
compreensão e
aperfeiçoamento
dos valores
edificantes da
vida.
Outro abnegado
trabalhador da
seara
espiritual,
Francisco Leite
de Bittencourt
Sampaio
(1834-1895),
espírita de
elevada
envergadura
moral, numa de
suas
comunicações
mediúnicas com
Chico Xavier,
assim se
expressou:
“Não ignorais
que a
civilização de
hoje é um grande
barco sob a
tempestade...
Mas, enquanto
mastros tombam
oscilantes e
estalam vigas
mestras, aos
gritos da
equipagem
desarvorada,
ante a metralha
que incendeia a
noite moral do
mundo, Cristo
está no leme!”
.
A Terra não é o
primeiro dos
mundos morais,
já “... que
pertence à
categoria dos
mundos de
expiações e
provas, e é por
isso que nela o
homem está
exposto a tantas
misérias”
.
Sabemos que
o progresso é
válido tanto
para a
humanidade como
para os próprios
ambientes e,
sendo assim, a
melhoria na
Terra terá que
acontecer, mas,
cremos, não com
a velocidade que
todos
gostaríamos.
Apenas porque
nos achamos em
trânsito
atualmente no
Planeta,
entendemos que
tudo deva
acontecer
enquanto por
aqui estivermos.
E até poderá ser
possível que
isso aconteça,
não como se
imagina, mas no
decorrer de
inúmeras outras
encarnações, o
que equivale
dizer que muitos
séculos ainda
transcorrerão
para que a Terra
comece a dar
mostras de
mudanças, não
climáticas ou
geográficas, mas
morais.
Santo Agostinho,
um dos expoentes
do Espiritismo,
disse: “Ao
mesmo tempo que
os seres vivos
progridem
moralmente, os
mundos que eles
habitam
progridem
materialmente.
(...) mas em
graus
insensíveis para
cada geração...
(...) A Terra,
seguindo essa
lei, esteve
material e
moralmente num
estado inferior
ao de hoje...
(...) Ela chegou
a um de seus
períodos de
transformação e
vai passar de
mundo expiatório
a mundo
regenerador”
.
Vemos nessas
afirmativas e
observações que
a vida terrena é
de peregrinação
em todos os
tempos, campos e
épocas.
Há os que
defendem a
teoria de que a
Terra tem o
tempo algo em
torno de 10 mil
anos. Mas a
Ciência se
manifestou
comprovando,
através de
experiências com
o Carbono-14,
que possibilita
a datação
radiométrica,
que a Terra
conta cerca de 5
bilhões de anos.
A partir de cada
criação, a
tendência é a
busca do
aprimoramento
progressivo. Uma
criança, por
exemplo, a
contar do
nascimento,
caminha para a
maturidade, e,
como ela, tudo o
que está na
Terra, aliás,
ela própria
encontra-se
nesse processo
evolutivo, desde
a sua criação
pelo Senhor da
Vida e dos
Mundos.
Nada a objetar
quanto ao
progresso, o que
é lógico,
natural e
necessário,
considerando a
bondade Divina.
Entendemos que
tudo isso é
possível, mas,
como já foi
dito, ocorre
“em graus
insensíveis para
cada geração”,
compreendendo
assim a
coerência com as
afirmativas dos
irmãos maiores
do Mundo
Invisível.
Enfim,
envolvidos pelos
sentimentos de
amor à vida e de
respeito ao
Criador, vamos
abraçar a
convocação da
Madre baiana
Joana Angélica
de Jesus (Joanna
de Ângelis -
1822):
“A vanguarda do
trabalho é uma
arena de que não
nos cabe fugir.
Defendamos em
suas linhas a
nossa posição de
serviço, amando
e agindo,
imaginando e
elaborando para
o bem, e o
Senhor, por
certo, nos fará
Divina Mercê”
.
Chico
Xavier
Pede
Licença,
de
Espíritos
diversos,
com
Chico
Xavier e
Herculano
Pires –
nº 27 –
Ed. GEEM.