Como surgiu a
ideia de um
livro infantil
falando
de Jerônimo
Mendonça?
Eu estava
realizando uma
pesquisa sobre o
Jerônimo para
organizar um
livro sobre ele
para os adultos.
E em certo dia
fiquei a pensar
em minha
mãezinha - já
desencarnada –
durante o dia
todo, quando
senti em
determinado
momento uma
intuição como
que se ela
dissesse:
“Filho,
desenhe!”. Ela
adorava ver-me
desenhando
quando criança e
há uns 15 anos
eu não fazia
isso. Então,
obedecendo ao
apelo, peguei
uns sulfites e
sem saber o que
desenhar deixei
a inspiração
fluir. De
repente,
lembrando das
pesquisas que
estava
realizando
naqueles dias
comecei a
desenhar o
Jerônimo em
forma de
personagem
infantil. Em
minutos estavam
ali várias
folhas
espalhadas pelo
quarto. No dia
seguinte, o
Roosevelt e a
Jovani, da
Solidum Editora,
estariam na
minha cidade em
palestra e senti
novamente aquela
intuição, desta
vez para
mostrar-lhes o
trabalho. E eis
que eles o
aprovaram!
Como foi feita a
pesquisa para
publicação?
Em maio de 2011
fui pesquisar
sobre o Jerônimo
para fazer um
quadro sobre ele
no programa
espírita do qual
eu participo na
TV. E para isso,
além de reler
alguns livros
que eu possuía
dele, fui
conversar com
minha vizinha
Maria Luísa
Freire, que foi
plantonista do
Jerônimo por 9
anos até o seu
desencarne em
1989. O programa
foi ao ar em
julho e muitas
pessoas diziam:
“é preciso
divulgar mais a
figura deste
vulto espírita”.
A partir destes
comentários e
desta pesquisa
para o programa
surgiu a ideia
de escrever um
livro, o que foi
confirmado
realmente ser
meu propósito
após uma
agradável
conversa com o
escritor Jamiro
dos Santos
Filho, de
Araguari-MG.
Como já havia
dito, deste
livro para
adultos foi
gerado o
infantil. As
pesquisas foram
feitas não
somente através
dos livros, mas
também com
viagens que
realizei a
algumas cidades
onde Jerônimo,
enquanto
encarnado,
gostava muito de
visitar: Cambé,
Londrina,
Itapetininga,
Campinas, Santo
André,
Sacramento,
Uberaba,
Ituiutaba...
Nesses locais eu
gravei
depoimentos,
colhi arquivos
de áudio,
imagens e ainda
estou aberto a
recebê-los. Quem
tiver algo que
possa contribuir
com essa
pesquisa, seja
bem-vindo!
E as
ilustrações?
Quando entreguei
os desenhos aos
editores,
confesso que
fiquei com um
pouco de
vergonha, pois
não os achei
viáveis de serem
publicados.
Acreditei que
eles serviriam
de base para
algum ilustrador
fazer seus
próprios
desenhos na
editora, mas
para a minha
surpresa, quando
tive os livros
em mãos, lá
estavam as
ilustrações da
maneira que eu
as entreguei,
exceto os planos
de fundo que a
editora fez para
melhorar os meus
singelos
desenhos. Gostei
muito!
O que mais lhe
marcou o coração
nos exemplos de
vida daquele que
foi considerado
O Gigante
Deitado?
A resignação com
que ele aceitou
tudo o que
ocorreu com seu
corpo físico, as
dores que ele
sentia e, mesmo
assim, rir de si
mesmo, cantar
aos finais de
suas palestras,
não reclamar de
nada e levar o
Evangelho a
todos os lugares
do Brasil em que
era chamado. Ele
só movia o
pescoço, era
cego e mesmo
assim publicou 6
livros, 2
discos, fundou 3
casas espíritas,
1 creche, 1
feira do livro
espírita, fazia
um programa de
TV, um de rádio
e o culto no lar
todos os dias.
Isso é o que me
marca nele, pois
eu penso:
Podemos enxergar
e andar, mas
fazemos um terço
do que ele
fazia?
Como as crianças
têm recebido a
obra?
No
pré-lançamento
do livro
estiveram
presentes muitas
crianças,
algumas nem eram
espíritas, isso
que achei
interessante! No
mesmo dia, uma
amiga que havia
saído dali
enviou-me uma
foto onde sua
filhinha estava
com o livrinho
em mãos
mostrando ao seu
priminho. Foi
gratificante
aquela cena. E
no dia seguinte
estive em um
programa
radiofônico
falando sobre o
livro e seu
personagem. Ao
término dele,
recebemos no
estúdio a visita
de duas meninas
que,
acompanhadas dos
pais, vinham
pela estrada
ouvindo o
programa e
queriam comprar
a obra. Tiramos
fotos juntos,
mostrei fotos do
Jerônimo para
elas compararem
com os desenhos
e estas
manifestações de
carinho têm sido
muito
gratificantes.
Principalmente
no dia do
lançamento
oficial, onde
houve atividades
com as crianças
falando do
Jerônimo,
fazendo
dinâmicas para
entenderem o que
vem a ser a
deficiência
visual. Isso fez
as crianças se
identificarem
muito com o
Gigante Deitado.
Esta é a
proposta e
objetivo do
livro: mostrar
quem foi ele
para esta nova
geração.
Você teve
contato com Jane
Martins Vilela,
autora do livro
O Gigante
Deitado? Como
foi?
Sim. Quando
iniciei minhas
pesquisas,
conversávamos
quase que
diariamente,
pois ela sempre
ajudou-me nessas
questões. E
depois nos vimos
em duas
ocasiões, uma em
Cambé e outra em
Campinas. Quando
estive em Cambé
na casa de Hugo
Gonçalves, ela
deu-me total
atenção nos dias
em que por lá
fiquei. E certa
noite, enquanto
conversávamos,
uma senhora que
nos observava de
longe, sem nunca
ter-me visto e
sem saber o
motivo de eu
estar por ali,
chegou até nossa
bondosa Jane e
lhe comunicou
que entre nós,
enquanto
conversávamos,
estava Jerônimo
Mendonça. Foi
uma emoção
enorme!
Recentemente,
quando a editora
comunicou-me que
o título do
livro seria
“Gigante
Deitado”, de
imediato
comuniquei a
Jane preocupado
que ela talvez
achasse o título
parecido com o
de sua autoria,
mas, para minha
surpresa, ela
foi a primeira
pessoa a
parabenizar-me
por e-mail ao
saber que meu
livro havia sido
publicado. Estou
a relatar isso
para que as
pessoas tenham a
consciência de
que não é nossa
intenção
assemelhar um
título ao outro,
mas sim
identificá-los.
Seria como o pai
(livro do Jane)
e o filho (o
livro infantil)
que foi gerado
através dele.
Recomendo a
todos este belo
livro da Jane,
editado pela
editora “O
Clarim”.
Conte-nos um
fato peculiar no
projeto da obra.
Durante toda a
elaboração do
projeto, sempre
tive
experiências
muito
emocionantes com
a
espiritualidade
e com o próprio
Jerônimo.
Pessoas que nem
imaginavam eu
estar realizando
tal pesquisa
chegavam com
informações de
que eu
necessitava
naquele instante
e médiuns que
trouxeram
comunicações
impressionantes
colaborando e
incentivando-me
no projeto. Mas
algo que recordo
neste momento
ser um dos fatos
mais peculiares,
e até se tornou
público, ocorreu
durante uma
transmissão ao
vivo do programa
radiofônico
“Vivência
Espírita”, no
qual o convidado
daquele dia, o
respeitado
médium
psicográfico de
Tremembé, Ari
Rangel, recebeu
uma mensagem no
ar e direcionada
à minha pessoa.
Foi muito
emocionante
porque, além de
eu estar
ouvindo, naquele
exato minuto eu
havia começado a
gravar o áudio
de meu rádio, no
momento em que
ele dizia: “(PREITO
DE GRATIDÃO)
Irmãos queridos,
quero aqui
aproveitar o
doce ensejo para
demonstrar o meu
preito de
gratidão ao
nosso irmãozinho
amigo, que
lembra de nossa
desvalida
pessoa, com seu
livro para
crianças... Meu
filho, que Jesus
o abençoe nesta
sua estrada, em
direção à luz!
Que o Mestre
Excelso de
sempre esteja
sempre em seus
ideais de vida!
E, aos amigos
queridos,
igualmente
estendo o meu
abraço! Fiquem
todos com Deus!
Com o carinho do
irmão sempre
necessitado.
(JERÔNIMO
MENDONÇA)”.
Você tem
material
preparado para
palestras sobre
Jerônimo e sua
vida?
Sim, pois tenho
recebido fotos
raras do
Jerônimo, fitas
ainda em k7 e
VHS, que estou
minuciosamente
transferindo
para outros
formatos, além
de contar com os
depoimentos de
pessoas que
conviveram com
ele, obras de
seu próprio
punho enquanto
escrevia,
materiais
diversos que
utilizo em
palestras e
alguns inéditos
que estou
reservando para
serem mostrados
apenas quando o
livro para o
público adulto
for publicado.
E os projetos
futuros?
Além deste livro
sobre o
Jerônimo,
pretendo
escrever um
conto sobre duas
colegas de
escola para o
público
adolescente, que
ainda não passei
para o papel,
mas está todo
arquivado em meu
gravador, pois
as ideias foram
surgindo e eu as
registrei no
aparelho.
Terminando de
organizar o do
nosso “Gigante”,
devo começar a
escrevê-lo. E na
literatura
infantil, que
para mim foi uma
surpresa
ingressar neste
meio, já temos
um outro a
caminho, que já
foi aprovado
pela editora.
Ele também traz
uma biografia
para as
crianças, mas
desta vez são de
2 vultos do
Espiritismo no
mesmo livrinho,
um desencarnado
e o outro que
ainda se
encontra em
nosso meio
fisicamente.
Será uma
surpresa!
Algo mais que
gostaria de
acrescentar?
A minha
pretensão na
elaboração do
“Gigante Deitado
– A História de
Jerônimo
Mendonça” era
que se fosse
feito em braile
para as crianças
deficientes
visuais terem
acesso ao
conteúdo também,
mas sabemos das
dificuldades que
temos para fazer
uma publicação
deste nível, o
que acabou se
revelando não
ser realmente
possível. E
ainda sobre o
livrinho
infantil, os
direitos
autorais da obra
eu os cedi à
editora, com o
que, a cada
exemplar
adquirido, o
comprador estará
contribuindo com
a ACEAK
(Associação
Cultural
Espírita Allan
Kardec), de
Barra Bonita,
São Paulo. E
para finalizar
nossa conversa,
quero aqui
deixar o meu
agradecimento
pelo seu
interesse em
divulgar nosso
trabalho e
parabenizar “O
Consolador” pelo
maravilhoso
trabalho que
realiza
semanalmente.
Que, a exemplo
de Jerônimo,
possamos ser
mais felizes e
menos
sofredores. Que
Jesus abençoe a
todos! “Que
beleza!”, como
diria nosso
Jerônimo.
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