Domínio
magnético
Francisco de
Menezes Dias da
Cruz
Prosseguindo em
nosso breve
estudo acerca
dos fenômenos de
obsessão, convém
acrescentar
algumas notas
alusivas à
dominação
magnética, para
compreendermos,
com mais
segurança, as
técnicas de
influência e
possessão dos
desencarnados
que ainda
padecem o
fascínio pela
matéria densa,
junto dos
companheiros que
usufruem o
equipamento
fisiológico na
experiência
terrestre.
Quem assiste aos
espetáculos de
hipnotismo, nas
exibições
vulgares,
percebe
perfeitamente os
efeitos do
fluido magnético
a derramar-se do
responsável pela
hipnose
provocada sobre
o campo mental
do paciente
voluntário que
lhe obedece ao
comando.
Neutralizada a
vontade, o «sujet»
assinala, na
intimidade do
cosmo
intracraniano, a
invasão da força
que lhe subjuga
as células
nervosas,
reduzindo-o à
condição de
escravo
temporário do
hipnotizador com
quem se afina, a
executar-lhe as
ordenações, por
mais abstrusas e
infantis.
Aí vemos, em
tese, o processo
de que se
utilizam os
desencarnados de
condição
inferior,
consciente ou
inconscientemente,
na cultura do
vampirismo.
Justapõem-se à
aura das
criaturas que
lhes oferecem
passividade e,
sugando-lhes as
energias,
senhoreiam-lhes
as zonas motoras
e sensórias,
inclusive os
centros
cerebrais, em
que o Espírito
conserva as suas
conquistas de
linguagem e
sensibilidade,
memória e
percepção,
dominando-as à
maneira do
artista que
controla as
teclas de um
piano, criando,
assim, no
instrumento
corpóreo dos
obsessos as
doenças-fantasmas
de todos os
tipos que, em se
alongando no
tempo, operam a
degenerescência
dos tecidos
orgânicos,
estabelecendo o
império de
moléstias reais,
que persistem
até à morte.
Nesse quadro de
enfermidades
imaginárias, com
possibilidades
virtuais de
concretização e
manifestação,
encontramos
todos os
sintomas
catalogados na
patogenia comum,
da simples
neurastenia à
loucura complexa
e do distúrbio
gástrico
habitual à
raríssima afemia
(1)
estudada por
Broca.
Eis por que,
respeitando o
concurso médico,
através da
clínica e da
cirurgia, em
todas as
circunstâncias,
é imprescindível
nos detenhamos
no valor da
prece e da
conversação
evangélica, como
recursos
psicoterápicos
de primeira
ordem, no
trabalho de
desobsessão, em
nossas
atividades
espíritas.
O
círculo de
oração projeta o
impacto de
energias
balsâmicas e
construtivas,
sobre
perseguidores e
perseguidos que
se conjugam na
provação
expiatória, e a
incorporação
medianímica
efetua a
transferência
das entidades
depravadas ou
sofredoras,
desalojando-as
do ambiente ou
do corpo de suas
vítimas e
fixando-as, a
prazo curto, na
organização
fisiopsíquica
dos médiuns de
boa vontade para
entendimento e
acerto de pontos
de vista, em
favor da
recuperação dos
enfermos, com a
cessação da
discórdia, do
desequilíbrio e
do sofrimento.
Assim sendo,
enquanto a
medicina
terrestre
aperfeiçoa os
seus métodos de
assistência à
saúde
mento-física da
Humanidade,
aprimoremos, por
nossa vez, os
elementos
socorristas ao
nosso alcance
pela oração e
pela palavra
esclarecedora,
pela fé e pelo
amor, pela
educação e pela
caridade
infatigável.
Lembremo-nos de
que o Evangelho,
por intermédio
do Apóstolo
Paulo, no
versículo 12, do
capítulo 6, de
sua carta aos
Efésios, nos
informa com
justeza:
«Não somos
constrangidos a
guerrear contra
a carne ou
contra o sangue,
mas, sim, contra
os poderes das
trevas e contra
as hostes
espirituais da
maldade e da
ignorância nas
regiões
celestes.»
Não nos
esqueçamos de
que a Terra se
movimenta em
pleno Céu. E
todos nós, em
nossa carreira
evolutiva, nas
esferas que lhe
constituem a
vida, estamos
subordinados a
indefectíveis
leis morais.
(1)
Perda do poder
de expressão
pela fala,
devida a lesão
cerebral; afasia
atáxica.
Do cap. 51 do
livro
Instruções
Psicofônicas,
obra de autoria
de Espíritos
diversos por
intermédio do
médium Francisco
Cândido Xavier.
A mensagem acima
foi transmitida
psicofonicamente
na noite de 3 de
março de 1955.