“A História do
Brasil”,
por um
inglês
Uma situação
especial é
narrar fatos que
aparentemente
uma pessoa não
presenciou, mas
que poderão
estar
intimamente
ligados ao
sentimento
pessoal, que
chamamos de
processo
medianímico,
relativo à
própria alma,
qual seja a
faculdade que
proporciona ao
médium
exteriorizar seu
universo
pessoal,
regredindo no
tempo e no
espaço,
dependendo da
profundidade em
que se ache em
sintonia, do que
propriamente com
o outro plano, o
espiritual.
Considera-se
assim a
faculdade
empregada por
médium que
não sintoniza o
plano espiritual
além de sua
esfera psíquica.
Não podemos
esquecer que
animismo é
manifestação
cognitiva, isto
é, exposição do
próprio
médium que
externa seu
inconsciente e
pode ser
produzido por
uma ação, também
inconsciente, do
homem vivo. É o
que vamos ver.
O título deste
trabalho
refere-se à obra
de Robert
Southey
(1774-1843), que
editou na
Inglaterra
(Londres), seu
país de origem,
HISTÓRIA DO
BRASIL,
entre os anos de
1810 e 1817. O
detalhe de maior
importância não
é a obra
propriamente,
mas sim o fato
de que esse
trabalho com
vários volumes e
milhares de
páginas
referenciando e
detalhando um
país e um
período que vai
do colonial até
à chegada de D.
João VI, em
1808, não ter
absolutamente
nada a ver com
um inglês, que
nunca esteve no
Brasil.
De conformidade
com relatos do
próprio Senado
Federal, que
promove a
publicação de
edições
especiais,
“... em 1862, a
Livraria Garnier
lançou a
primeira edição
brasileira, em 6
volumes. Southey
valeu-se das
pesquisas de
documentos do
nosso passado
colonial feitos
na Torre do
Tombo e ainda
aproveitou
estudos de seu
tio Herbert
Hill, que
pesquisou
durante trinta
anos em Portugal
e ofereceu ao
sobrinho acesso
a documentos
fundamentais da
nossa História.
É a
primeira
História do
Brasil a cobrir
período tão
extenso e
aprofundar os
estudos dos
séculos
anteriores”.
Mas, como
afirmar pura e
simplesmente que
Robert Southey
nunca esteve no
Brasil? Se as
mensagens podem
ser recebidas em
idiomas
diferentes; se
Espíritos podem
ser visualizados
por pessoas que
não sejam
propriamente
‘médiuns’; se
pessoas,
portadoras de
mediunidade ou
não, mergulham
em seu
inconsciente em
momentos
especiais da
vida, este, sem
nenhuma sombra
de dúvida, é um
desses casos
especiais em que
Robert Southey
imergiu
profundamente em
seu
inconsciente, de
lá extraindo as
informações
constantes de
seu grandioso
trabalho,
reconhecido como
a primeira
História Geral
do Brasil.
O fato é que a
obra existe. E o
médium Francisco
Cândido Xavier
(1910-2002) nos
ofereceu,
através da
psicografia, o
esclarecimento
desse episódio,
quando recebeu
mensagem de
Robert Southey,
no ano de 1951,
dando conta de
que estivera no
Brasil em 1500,
quando assim se
referiu:
“Partilhando-lhe
a obra de
fundação com os
expatriados da
antiga Corte
Portuguesa,
embora me
recolhesse ao
mundo britânico,
pelas bênçãos da
reencarnação, no
século XVIII,
não me foi
possível
sufocar, de
todo, as
inclinações que
me arrastavam
para a terra
admirável de
Santa Cruz,
então perdida
para a minha
visão espiritual
no maciço das
grandes
florestas”.
E citando o
Brasil do
futuro, cujo
embrião na terra
inóspita não
parecia
promissor,
prossegue:
“Efetivamente,
quem poderia
contar com
harmonia num
campo de
plantação
incipiente? A
sementeira não
desvenda a
beleza da
colheita. O
arado impõe o
suor da
preocupação e a
inquietude da
incerteza. O
celeiro traça o
sorriso da paz e
do reconforto. E
a hora atual do
Brasil ainda é
de preparação
intensiva, de
ação
experimental e
de esforço
edificante”.
E prossegue,
sobre a
distância entre
a Humanidade e
os ensinamentos
evangélicos: “A
palavra do
Cristo vagueia
no mundo sem
encontrar
ouvidos que a
recolham. As
igrejas, que a
distribuem, até
certo ponto se
assemelham a
conservatórios
de música
preciosa sem
artistas que a
interpretem.
O romano
arrogante e
dominador, o
grego
inteligente e
espirituoso, o
fenício
comerciante e
astuto, e o
judeu obstinado
e rebelde ainda
se fazem sentir,
sob indumentária
nova, em todas
as latitudes da
Terra, com o
mesmo viço
espiritual de há
vinte séculos.
Em contraste com
a sublimidade do
Evangelho, temos
a impressão de
que a
consciência
humana ainda não
se desamarrou
das fraldas
infantis”.
Reconhecendo
exceções em
poucos
disciplinados,
lembra:
“Excetuadas
algumas
organizações
individuais,
tocadas de
santificante
heroísmo, em
todas as nações
o conteúdo de
animalidade na
massa anônima
revela que a
civilização
ainda se
encontra próxima
da caverna dos
primatas, e que
o barco da vida,
por enquanto,
veleja muito
longe do porto
em que lhe cabe
atracar”.
Encerrando a
comunicação
mediúnica,
Robert Southey
conclui: “Indiscutivelmente,
achamo-nos ainda
muito longe da
vitória final;
até lá, milhões
sofrerão o cerco
das sombras e
das
lágrimas...”.
Finalizando,
entendemos por
fim que Robert
Southey, pelas
razões trazidas
a lume, escreveu
sobre o Brasil o
conhecimento que
detinha sobre as
novas terras
pertencentes a
Portugal, pois
viera em outros
tempos
juntamente com
os primeiros
colonizadores
que por aqui
aportaram, no
longínquo ano de
1500.