Breve comentário
acerca
do
carnaval
“A palavra
carnaval,
derivada do
latim carnem
levare
(abstenção da
carne): pois a
festa sempre foi
comemorada no
período que
antecede a
quaresma, quando
se praticava a
abstinência da
carne. Como
diversão
popular, o
carnaval assume
as
peculiaridades
dos lugares onde
ocorre. Todos os
carnavais são
reminiscências
das festas
dionisíacas da
Grécia Antiga,
das bacanais de
Roma e dos
bailes de
máscara do
Renascimento.”
(1)
Vivemos numa
sociedade em que
os meios de
comunicação de
massa detêm
enorme poder de
influenciação a
ponto de,
praticamente,
ditar os
costumes do
cotidiano.
Diante das
constantes
invitações deles
acerca do
carnaval é
praticamente
impossível
passar incólume
e não tecer
alguns
comentários
sobre a festa
momesca à luz do
Espiritismo.
Reza a tradição
que o carnaval é
um desdobramento
dos festejos
saturnais,
realizados em
Roma, em
homenagem ao
Deus Saturno.
Tais
festividades
eram
caracterizadas
pelas orgias,
sacrifícios,
mesas lautas e
desregramentos
de toda ordem.
Outra deidade de
profunda
influência no
carnaval foi
Baco,
responsável pelo
vinho, pela
ebriedade, pelos
excessos,
sobretudo
sexuais, daí a
expressão
"bacanais".
Ao largo do
tempo, tais
festejos
ajustaram-se às
idiossincrasias
de cada povo. E
passaram a fazer
parte do
calendário
católico, como
um evento
"religioso".
“(...) nas
sociedades do
Brasil, tudo não
passava de
gracejos, de
pilhérias, nas
largas horas de
brincadeiras e
folguedos, que
reuniam amigos,
vizinhos,
familiares, que
se travestiam,
muitas vezes,
procurando cada
qual mostrar-se
mais
interessante,
chamativo,
original,
visando
satirizar os
multiplicados
problemas
sociais de cada
época, bem como
denunciá-los,
tanto quanto
levantar
questões sobre
personalidades
discutidas da
política, ou
ainda as formas
de imitar a
própria
Natureza, no que
fosse possível."
(Brito, 2004, p.
91).
Nada temos
contra a
manifestação
cultural em si
que, aliás, é
muito bonita,
rica de detalhes
históricos,
sociais,
antropológicos.
E acreditamos
que seja
possível
brincar,
divertir-se!
Todavia, no
decurso do
tempo, as
festividades,
muitas vezes
ingênuas dos
bailes e dos
clubes, ganharam
vulto!
Tornaram-se
grandiosas,
remontando ao
primitivismo e
aos
desregramentos
de toda ordem. O
que antes não
passava de
sátiras,
críticas
sociais,
brincadeiras,
passou a ser
palco de
depravações de
todo tipo. A
psicosfera
ambiente
contaminou-se
sobejamente de
propósitos
infelizes,
paixões
inferiores,
sensualismo,
vibriões
mentais...
Os apontamentos
de Thereza de
Brito acerca do
carnaval, por
intermédio da
sublime
mediunidade de
José Raul
Teixeira, na
obra Vereda
Familiar,
trazem valorosas
considerações
sobre esse
momento. Diz-nos
esse Espírito:
“Muita gente se
expressa com
honestidade,
asseverando que
vai para o
carnaval sem
intenções
malévolas, vai
apenas pela
distração, pela
empolgação, pelo
movimento.
Entretanto, a
sintonização
está formada.
Mergulhados nas
mesmas energias
em que todos se
encharcam, em
franca cadeia de
interesses
similares, toda
a gente se
mantém no mesmo
caldo de
nutrição
psíquica. Assim,
a boa intenção
contrasta com a
inutilidade e
materialidade
dos referidos
interesses, não
tendo, então, o
bem-intencionado
a inocência ou a
escusa que a si
mesmo se
atribui” (p.
92).
A pergunta que
se deve fazer é:
quais as
consequências
das festas para
o país e as
pessoas
envolvidas?
Se ampliarmos o
olhar
constataremos
que o número de
acidentes
automobilísticos
aumenta em
decorrência do
consumo de
bebidas
alcoólicas; o
número de
abortos também
se eleva em
virtude da
relação
irresponsável e
a consequente
gravidez
indesejada; o
índice de
doenças
sexualmente
transmissíveis
se eleva, tanto
que, como medida
paliativa, o
governo
distribui
preservativos
para a festa (o
que é a
ratificação de
que a festa não
é tão salutar
como se
preconiza);
aumenta o número
de violências de
toda natureza;
aumenta o
consumo de
drogas... O
país,
literalmente,
para, por conta
das festas. Tudo
gira em torno
disso! Há locais
em que o mês de
fevereiro
inteiro é
destinado ao
carnaval. Até se
criou a frase de
que “No Brasil o
ano só começa
depois do
carnaval!”.
Diante disso,
constatamos que
há mais aspectos
negativos que
positivos.
Compete,
portanto, nesse
momento
turbulento
buscar
atividades mais
salutares: o
passeio em
família a
lugares mais
tranquilos,
distante da
balbúrdia; a
leitura de obras
edificantes;
passeios
culturais mais
proveitosos
(cinemas,
teatros etc.);
há grupos
religiosos dos
mais diversos
matizes que se
unem nesses dias
de carnaval,
para atividades
lúdicas,
orações,
apresentações
artísticas etc.
Tais atividades
auxiliam
sobremaneira a
espiritualidade
no combate aos
processos
obsessivos, às
violências, no
auxílio aos
desencarnes
desse período...
Chegará o dia em
que as festas de
Momo darão lugar
a eventos mais
nobres. Por ora,
compete-nos
envidar esforços
positivos contra
uma psicosfera
reprochável e
que faz muito
mal aos
incautos.
As reflexões de
Divaldo Franco
são muito
profícuas para
todos nós. Eis
três links que
permitem acessar
o que ele diz
sobre o tema em
foco:
http://www.youtube.com/watch?v=M5f-sKCO8Og
http://www.youtube.com/watch?v=fturCfqd-oU
http://www.youtube.com/watch?v=ycB6wQj_Pq8
Referências:
BRITO, Thereza
de (Espírito);
TEIXEIRA, José
Raul. Vereda
Familiar. 5. ed.
Niterói, RJ:
Fráter, 2004.
(1)
Fonte: http://www.dicionarioetimologico.com.br