Não é a alma
gêmea;
e daí?...
Abordo este
assunto
com frequência,
pois se trata de
tema agradável à
sensibilidade e
às almas.
Afinal, quem não
aprecia pelo
menos imaginar?
Encontrar a alma
gêmea!
Compartilhar com
ela alegrias,
dilemas,
problemas,
desafios.
Atenho-me, aqui,
ao contexto do
casal, sem me
estender às
nuances de almas
gêmeas
reencarnadas noutras
situações, como
um amigo,
parceiro de
trabalho, primo,
tia, mãe, tantas
são as
possibilidades
nas quais pode
se inserir a
situação de
eventualmente estarmos
numa vida, em
especial, com
aquela pessoa
que conosco
vibra em
sintonia quase
perfeita. Que
torna nossa
existência no
propalado mar de
rosas, cheio de
concordâncias,
comunhão,
afinidades! Dois
olhares numa
mesma direção!
Ambos na melhor
demonstração de
cumplicidade
de preferências,
pareceres,
de considerações
sobre os fatos
da vida!
Quem não
apreciaria? Quem
não sonha? Quem
não quer?
Todavia, usando
de bom senso e
honestidade,
forçoso
reconhecer que,
nesta esfera de
aprendizado
intensivo e de
resolução de
pendências
cármicas na qual
transitoriamente
todos nos
achamos,
difíceis e
especiais são os
casos assim.
Conta-se nos
dedos. A
impressão, nos
tempos que
correm, sem
margem a
dúvidas, é a de
que
relacionamentos
principiam e
terminam sob
nova modalidade
descartável
perfeitamente
compatível com a
era de
acessórios na
qual vivemos.
Consumo!
Atualmente
convivo com este
ou aquele. No
momento, o céu!
Ele, ou ela, é
tudo o que
queria, sonhava,
ou precisava na
vida! Todavia,
basta a passagem
realística das
horas e dos dias
para que a
projeção do
príncipe ou
princesa
encantados que
só viviam nas
nossas cabeças
ceda lugar ao
que simplesmente
é! Eu sou isso,
ela é aquilo!
Simples assim. E
este "isto" ou
"aquilo", via de
regra, e para
nosso estupor,
nos defronta com
o fato de que
sempre existem
diferenças, em
maior ou menor
grau. Em muitas
das vezes,
intoleráveis! E
a princesa
transforma-se na
abóbora, e o
príncipe no
sapo,
descartados
rapidamente,
para que se saia
em busca de novo
sonho obcecante
de amor.
Segundo nossas
expectativas
sempre
frustradas! E a
fórmula se
repete. E
ninguém tolera
nada que o
contrarie, e,
mais e mais uma
vez, se sai em
busca do
preenchimento
deste vazio;
desta
"perfeição"
utópica que
nunca se acha! E
por aí vai...
Após alguns
artigos
considerando o
prisma idílico
deste tema, meus
amigos, sob o
aspecto das
realidades
espirituais, que
nos ensinam que
não existe
esta "banda da
laranja" que nos
tornaria em
seres completos,
mas sim
sintonia,
empatia, e
grandes
afinidades
espirituais, oportuno
voltar ao
assunto para
propor
alternativas
para as
situações,
talvez que em
esmagadora
maioria no
mundo, daqueles
relacionamentos
nos quais nos
vemos inseridos
que talvez não
sejam exatamente
modelos de
concordância, de
harmonias e
virtudes, de vez
que, num mundo
material de
provas, nossas
almas gêmeas
andam
frequentemente
espalhadas por
aí, também
resolvendo
pendências
pessoais,
cármicas, que as
capacitem ao
encontro mais
pleno da
felicidade
consigo mesmas e
também com
outros seres.
Ainda esta
semana a atriz
Débora Secco,
com muita
propriedade,
considerava
acerca de
relacionamentos
familiares,
referindo-se
mais
especificamente
ao
contexto entre
cunhados. E, com
o beneplácito de
uma psicóloga
bem referendada,
afirmava que
é imprescindível
o respeito
mútuo. Respeito
pelo outro! Pelo
espaço alheio,
para que a
convivência
corra com a
harmonia
desejável.
Afirmo, a partir
disso, que esta
verdade
aplica-se com
relevância a
relacionamentos
conjugais ou
amorosos. Mas
para que isso se
faça possível,
imperativo que,
junto, se
realize
entendimento
mútuo do que
seja lealdade
com direito a
liberdade, e sem
possessividade
doentia.
Mas é justamente
neste ponto que
o bicho começa a
pegar!
Porque a
passagem das
horas, dos dias,
dos minutos e
dos anos, caros,
nos ensina
melhor do que
qualquer outra
coisa que
convivência é
processo.
Não somos de
fato acessórios,
enfeites na vida
mútua, ou belos
pássaros
decorativos
encerrados numa
gaiola e
destinados a
cantar
lindamente para
enlevo dos
ouvidos alheios,
cerceados de
liberdade de
escolha e de
preferências! Na
realidade,
mudamos a cada
instante. De
gostos, de
rumos, de visão
e percepção.
Fluímos com a
vida! E a vida
que flui pede o
respeito à
liberdade de ir
e vir, em tudo e
todos, e por
tudo e por
todos.
Que se faça
disso um
exercício
diário, naqueles
muitos casos em
que se descobre
que nossos
companheiros
não são aqueles
sonhados atrizes
ou atores de
Hollywood, para
assim se contar
com sucesso no
aprendizado que
este tipo de
relacionamento
nos reserva: o
de que é muito
possível conviver
satisfatoriamente,
num contexto de
amizade, carinho
e harmonia,
mesmo com os que
por umas ou
muitas razões
ainda não são
aquela
contraparte com
quem certamente
um dia nos
encontraremos!
Em muitas
ocasiões, talvez
se faça possível
até
transmutar-se
uma relação
cheia de
diferenças em
algo bem grato
para ambos! Mas
com o uso dos
ingredientes
mencionados
acima: a
tolerância, sem
a qual
fatalmente
terminaremos
nossas vidas
solitários por
excessos de
crítica para com
os outros, e
falta de
autocrítica para
conosco.
Sobretudo, com o
respeito pela
individualidade
e liberdade
daqueles com
quem convivemos!
Assim, se um
quer a praia
quando o outro
quer o futebol,
ótimo! Vá um à
praia e o outro
ao seu jogo de
futebol! Outras
ocasiões deverão
existir nas
quais poderão
compartilhar o
mesmo lazer. Uma
viagem, talvez!
Um quer a TV
para um show, o
outro para um
filme. Um é
festeiro, o
outro não é. Um
dá para
matemática,
outro para
político. Um é
budista. O
outro,
católico...
Ótimo. Nada
errado, de fato!
Exerçam as suas
escolhas.
Vivenciem-nas! E
cheguem de volta
em suas casas
felizes, para a
troca de
impressões! E
assim os anos
terão passado de
modo indolor, e
- surpresa! -
com a conquista
de grandes
afetos -valiosos
quanto o são as
almas gêmeas!