A leitora Márcia Coutinho,
do Rio de Janeiro-RJ, em
carta publicada nesta mesma
edição, pergunta-nos se a
epilepsia se enquadra nos
casos que o Espiritismo
cataloga como obsessão.
O tema foi objeto nesta
revista de um longo artigo
intitulado “Nas fronteiras
da epilepsia”, de autoria de
nosso confrade Nubor Orlando
Facure, médico
neurocirurgião, diretor do
Instituto do Cérebro de
Campinas-SP e ex-professor
catedrático de Neurocirurgia
na Unicamp (Universidade de
Campinas). Eis o link que
permite acessar o artigo a
que nos referimos:
http://www.oconsolador.com.br/ano5/253/especial.html
Logo na abertura de seu
artigo, diz o professor
Facure: “Embora Hipócrates
tenha feito em seus escritos
uma brilhante descrição da
crise do Grande Mal,
indicando o cérebro como o
responsável por toda essa
sintomatologia, a epilepsia
foi tida como uma doença
mental pelos séculos afora e
só depois do surgimento da
Neurologia, no século
passado, é que a Epilepsia
passou a ser compreendida
como uma síndrome decorrente
de uma lesão orgânica no
cérebro. Hoje entende-se a
epilepsia como uma descarga
elétrica desorganizada que
atinge os neurônios
cerebrais, provocando
sintomas correlacionados com
a área cerebral afetada.
Embora os relatos mediúnicos
do porte de No Mundo
Maior e Nos Domínios
da Mediunidade, ditados
pelo Espírito André Luiz,
façam descrições
inconfundíveis de
sintomatologia epiléptica em
seus protagonistas,
submissos à interferência
espiritual francamente
obsessora, a medicina de
hoje rejeita qualquer
presença espiritual na
gênese de crises
epilépticas, especialmente
pelo temor de ver ressurgir
a nefasta participação de
‘demônios’ dos antigos
textos bíblicos, versão da
qual a Idade Média e a
Inquisição souberam tirar
proveito”.
Referências de autores
espíritas à epilepsia
podemos encontrar em várias
obras.
Eis algumas delas: “Nos
Domínios da Mediunidade”, de
André Luiz, psicografia de
Chico Xavier, cap. 9 e 15;
“No Mundo Maior”, de André
Luiz, psicografia de Chico
Xavier, cap. 8; “Grilhões
Partidos”, de Manoel
Philomeno de Miranda,
psicografia de Divaldo
Franco, cap. 11; e
“Diretrizes de Segurança”,
de Divaldo Franco e J. Raul
Teixeira, pergunta 96.
No livro “Grilhões Partidos”
(cap. 11, pp. 102 e 103), o
autor examina o caso
Vivianne e transcreve as
observações que Dr. Bezerra
de Menezes fez a propósito
do tema.
Aludindo ao caso, Dr.
Bezerra disse que a
epilepsia é importante
capítulo da Neuropatologia
que merece acurada atenção,
particularmente dos
estudiosos do Espiritismo,
tendo em vista a semelhança
das síndromes epilépticas
com as disposições
medianímicas, quando o
transe é provocado pelas
entidades sofredoras ou
perniciosas. "Mui
frequentemente, diante de
alguém acometido pela
epilepsia, assevera-se que
se trata de `mediunidade a
desenvolver', qual se a
faculdade mediúnica fora uma
expressão patológica da
personalidade alienada.
Graças à disposição
simplista de alguns
companheiros pouco
esclarecidos, faz-se que os
pacientes enxameiem pelas
salas mediúnicas, sem
qualquer preparação moral e
mental para os elevados
tentames do intercâmbio
espiritual", asseverou
Bezerra de Menezes.
Segundo ele, no caso
específico da epilepsia, não
obstante suas causas reais e
remotas estejam no Espírito
que ressarce débitos,
existem fatores orgânicos
que expressam as causas
atuais e próximas, nas quais
se fundamentam os estudiosos
para conhecerem e tratarem a
enfermidade com maior
segurança, através dos
anticonvulsivos. Mirando a
enferma, Bezerra prosseguiu:
"Pela lei das afinidades, o
Espírito calceta é atraído
antes da reencarnação à
progênie, na qual se
encontram os fatores
genéticos de que tem
necessidade para a redenção.
Quase sempre seus genitores
estão vinculados, em grupos
familiares, a esses
Espíritos em trânsito
doloroso, o que constitui,
normalmente, manifestação
hereditária, com procedência
nos graves males do
alcoolismo paterno, no uso
dos tóxicos, a se
expressarem por meio de
fatores múltiplos, tais a
fragilidade orgânica, as
excitações psíquicas, as
infecções agudas que geram
sequelas lamentáveis...".
O equívoco mencionado por
Dr. Bezerra é citado também
pelo confrade J. Raul
Teixeira na resposta que deu
à seguinte questão: “Dentro
dos quadros da psiquiatria,
como psicopatia,
esquizofrenia etc., quais as
características que poderiam
se enquadrar dentro das
obsessões?”
Raul Teixeira respondeu
("Diretrizes de Segurança",
pergunta 96):
“Reconhecemos, com os
ensinamentos da Doutrina
Espírita, que todos aqueles
portadores das
esquizofrenias,
psicopatologias variadas,
dentro de um processo
cármico, são entidades
normalmente vinculadas a
graves débitos, a dívidas de
delitos sociais, e, conforme
nos achamos dentro desse
quadro de compromissos,
essas psicopatologias de
multiplicada denominação
assumem intensidade maior ou
menor. Conforme orienta o
instrutor Calderaro ao
Espírito André Luiz, no
livro No Mundo Maior,
ao estudar a problemática do
cérebro, esses companheiros
esquizofrênicos entram em
‘crises’ quando, no processo
natural e inconsciente de
rememoração, se vinculam ao
seu passado, quando
delinquiram, através de um
processo de associação, de
assimilação fluídica.
Nos casos de epilepsias,
tudo nos leva a crer que as
entidades credoras, em se
aproximando do devedor,
diretamente ou por meio de
seu pensamento, promovem
como que um acordamento da
culpa, e ele mergulha,
então, no chamado transe
epiléptico. Nesse particular
do transe, por ação de
Espíritos, encontramos
correspondentes com o
processo mediúnico, porque
não deixam de ser, esses
indivíduos, médiuns
enfermos, desequilibrados,
apresentando, por isso, uma
expressão mediúnica
atormentada, doente.
Convenhamos que o exame da
Doutrina Espírita, com
relação a esses diversos
casos, nos dará
gradativamente as dimensões
para que saibamos avaliar,
analisar os problemas de
enfermidades
psicopatológicas, tais como
as que acompanham a
esquizofrenia, que é esse
conjunto de tormentos, de
perturbações, de doenças,
que verdadeiramente não têm
uma etiologia definida.
Nos casos de patologia
psicológica ou psiquiátrica,
deveremos nos valer dos
conhecimentos específicos na
área médica, para que não
coloquemos pessoas doentes
nas atividades mediúnicas, o
que seria um desastre.
Muitas pessoas se mostram
com diversas síndromes e
sintomas de problemas
psíquicos, quando a
invigilância e o
desconhecimento espírita de
alguns os leva a afirmar que
é mediunidade e levar a
criatura para o exercício
mediúnico”.
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