Possessão - há ou não?
Ao nos iniciarmos no
Espiritismo e
consequentemente na
prática mediúnica,
aprendemos em “O Livro
dos Espíritos”, questões
473 e 474,
que “não há possessão”,
ou seja, que nenhum
Espírito entra ou toma
posse do corpo do
medianeiro, que dois
Espíritos não habitam o
mesmo envoltório físico
e que o vocábulo
possessão dá ideia de um
fato demoníaco, o qual
deve ser entendido como
sendo a subjugação. Da
mesma forma vemos em “O
Livro dos Médiuns”, item
237, que a obsessão tem
3 tipos; são esses:
“simples, fascinação e
subjugação”. Isso nos é
corroborado e detalhado
nos itens de 238 a 240;
e, em seguida, no 241
nos é dito claramente
que não existem
possessos, mas sim
apenas obsidiados,
subjugados e fascinados.
Acreditávamos piamente
nisso e, para nós, esse
tema estava resolvido.
Entretanto, não
abandonando o estudo
constante da Doutrina
Espírita, percebemos que
Kardec mudou de ideia em
relação à situação
descrita acima.
Já na “Revista Espírita”
de dez/1863, é publicada
uma matéria intitulada
“Um Caso de Possessão”,
na qual o emérito
Codificador admite essa
nova variedade. Visto o
ilustre lionês ter
afirmado na introdução
de “A Gênese” que “as
publicações do referido
periódico não são partes
constitutivas da
Doutrina, é normal que
alguns não aceitem essa
alteração kardeciana,
baseando-se apenas no
citado magazine descrito
anteriormente. Opinião
que não deve ser
conclusiva, pois o
supracitado fato se
encontra em “O Evangelho
segundo o Espiritismo”,
cap. 10, item 6, onde a
possessão é tida como
mais um modo de
obsessão, como
igualmente na quinta
obra literária da
Codificação, cap. 14,
itens 46 a 49, nos quais
o insigne codificador da
Doutrina Espírita nos
mostra que a possessão é
mais uma classe da
obsessão.
Nesse mesmo livro e
capítulo, no item 47,
nos é explicado que o
possessor substitui o
Espírito encarnado e que
ele fala, vê e se
movimenta com os órgãos
desse último. Vale
observar que na
psicofonia o comunicante
atua no pensamento do
médium; portanto, não
fica aí caracterizada a
possessão. No item 48,
nos é ensinado que essa
também pode ser exercida
por uma entidade boa;
nesse caso, preferimos
chamá-la de
incorporação.
Finalizaremos este texto
exemplificando esse
derradeiro
acontecimento,
mencionando três vídeos
do mundialmente famoso
orador baiano Divaldo
Pereira Franco,
incorporando em
palestras o Espírito do
Venerável Dr. Bezerra de
Menezes; ei-los a
seguir:
1º - 4º Congresso
Espírita – Paris (2004):
http://www.youtube.com/watch?v=pdIRFJ0ddkM
2º - Palestra de
encerramento do 3º
Congresso Espírita
Brasileiro – Brasília/DF
(2010):
http://www.youtube.com/watch?v=bJHLSD56WTY
3º - Palestra de
encerramento do XXV
Encontro Fraterno com
Divaldo Pereira Franco -
Santo André-SP:
http://www.youtube.com/watch?v=6WMu-R7YxUM