João Batista, o
precursor
Antes da
vinda de Jesus,
reencarnaram na Terra
muitos missionários, com
o objetivo de preparar o
povo da época para
receber os ensinamentos
do Mestre.
Entre esses missionários
estava João
(Yohanan, em hebraico),
que ficou conhecido como
João, o Batista, porque
batizava nas águas do
Rio Jordão. Segundo
relata o Evangelho de
Lucas, 1:5, ele era
filho de Zacarias,
sacerdote da classe da
Abias, um dos 24 grupos
que serviam no Templo de
Jerusalém; e
de Izabel, uma das
filhas de Aarão
e prima de Maria de
Nazaré.
João Batista nasceu seis
meses antes do
nascimento de Jesus.
Gabriel, o mesmo
Espírito que anunciou a
Maria o nascimento de
Jesus, também anunciou o
nascimento de João. Diz
Lucas, 1:7, que eles não
tinham filhos, porque
Isabel era estéril e
ambos estavam em idade
avançada. Por isso,
Zacarias não acreditou
em Gabriel. Segundo o
versículo 20 do mesmo
capítulo do Evangelho de
Lucas, ele ficou mudo,
só voltando a falar
quando do nascimento do
filho.
A obra A
Vida Diária nos Tempos
de Jesus, de
Henri Daniel-Rops
(Edições Vida Nova),
informa que os judeus
não tinham sobrenome,
embora isto não
signifique que o
sentimento familiar não
fosse altamente
desenvolvido entre eles.
“O filho recebia
necessariamente o nome
do pai, como acontece
com os árabes hoje. O
menino era chamado
‘filho de fulano’, ben
em hebraico
e bar em
aramaico: por exemplo,
João ben Zacarias,
ou Yesua ben José.
Conhecido também como
a Voz que clama no
deserto, João Batista é uma
das figuras mais
proeminentes do Novo
Testamento, que preparou
os caminhos para a vinda
de Jesus. Batizava com
água, ato simbólico que
representava o
arrependimento. Jesus
submeteu-se ao batismo
de João, não só porque
era um costume da época,
mas por ser o sinal
através do qual passaria
a ser conhecido pelas
multidões. O Evangelho
de Marcos,
1:5 e 6, registra
que toda a província da
Judeia e todos os
habitantes de Jerusalém
iam ter com ele, que
andava vestido de pelos
de camelo e com cinto de
couro e comia gafanhotos
e mel silvestre.
O citado livro de Henri
Daniel-Rops informa que
havia, na época,
800 espécies comestíveis
de gafanhotos, quatro em
uso corrente. Algumas
vezes, eram cozidos com
água salgada. O sabor
era parecido com o do
camarão. Alguns tinham a
cor do camarão; outras
vezes retiravam a cauda
e a cabeça e colocaram
no sol para secar. Eram
colocados num recipiente
com mel ou vinagre ou
moídos e transformados
em pó. Esse pó, de sabor
amargo, era misturado
com farinha de trigo
para fazer um biscoito
muito apreciado,
parecido com aqueles que
os cozinheiros chineses
produzem com o nome de
“pó de camarão”.
Preso por Herodes
Antipas pela raiva que
despertara nele quando
João o acusou de violar
a lei judaica ao
casar-se com Herodíades,
mulher de seu meio-irmão Herodes
Felipe, João Batista foi
degolado num banquete
oferecido por Herodes,
quando a
filha de Herodíades,
Salomé, dançou para o
rei e tanto lhe agradou
que este prometeu dar a
ela o que pedisse.
Instigada pela mãe, que
odiava João pelas
acusações feitas a ela,
Salomé pediu a cabeça de
João Batista. Embora
relutante, mas obrigado
a cumprir a palavra,
Herodes mandou cortar a
cabeça do profeta e
entregou-a à enteada
numa bandeja.
Cumpriu-se, assim, a lei
da causa e efeito, pois
João, na encarnação como
o profeta Elias, ordenou
que decapitassem os
profetas de Baal (I
Reis, 18:40).
Jesus disse que João
Batista era o maior
entre os nascidos de mulheres,
ou seja, o Espírito mais
evoluído que os
Espíritos dos demais
profetas. Para tanto,
além de ter sido a
reencarnação do profeta
Elias, certamente teve
muitas reencarnações.
Investido da missão
fulgurante de ser o
precursor da vinda de
Jesus (Lucas, 1:17),
João Batista usou o
batismo pela água como a
fórmula por ele eleita
para atrair as
multidões, preparando-as
para melhor assimilar os
ensinamentos que Jesus
viria revelar.
No folheto O
Batismo (O
Clarim), Cairbar Schutel
explica que o batismo de
Jesus é o batismo
do Espírito e do fogo,
uma graça invisível que
vem do Alto e que
produz, em todos os que
a receberam, a fé
sincera, a prática das
virtudes ativas e os
esforços para a
regeneração e a formação
do caráter.
E essa graça que vem do
Alto é forte e marca
como o fogo. Emmanuel,
em O
Consolador (FEB),
diz que “Os espiritistas
sinceros, na sagrada
missão de paternidade,
devem compreender que o
batismo, aludido no
Evangelho, é o da
invocação das bênçãos
divinas para quantos a
eles se reúnem no
instituto sacrificado da
família. (...) O
espiritista deve
entender o batismo como
o apelo do seu coração
ao Pai de Misericórdia,
para que os seus
esforços sejam
santificados no trabalho
de conduzir as almas a
Ele confiadas no
instituto familiar,
compreendendo, além do
mais, que esse ato de
amor e de compreensão
divino deve ser
continuado por toda a
vida, na renúncia e no
sacrifício, em favor da
perfeita cristianização
do trabalho e da
dedicação”.