Num certo estágio
de evolução
Dentre a grande massa
dos indiferentes, dos
soberbos que se recusam
a ver e a acreditar, e
dos que ainda vacilam
pelo caminho, está
aquele que, num certo
estágio de evolução,
estranhamente vê,
pressente e percebe que
acima das transitórias
leis humanas existem
Leis primorosamente
Justas, Eternas e
Imutáveis, porque
estabelecidas por Deus.
Seus conhecimentos,
associados que estão a
uma sensibilidade mais
apurada, lhe conferem
ver com nitidez
cristalina que as coisas
do mundo físico são
governadas por aquelas
Leis do Mundo não
físico, do que deduz que
a vida, em sua vasta
expressão fenomênica, é
norteada
irrevogavelmente por
tais Leis, especialmente
pela Lei do Progresso,
que a tudo faz evolver e
expandir no sentido de
um aprimoramento cada
vez maior.
Lei inabalável,
indiscutível, consignada
que está na própria
história da humanidade,
que se elevara do bruto
ao homem civilizado, e
que deste ainda
ascenderá para o homem
novo, crescido e
moralizado.
Constata-se, pois, que o
elemento em foco
chegara, precedido de
certo avanço intelectivo
no decurso do processo
palingenésico, a outro
nível ascensional. Nível
este, para alguns,
duramente conquistado,
em que o indivíduo
ocupar-se-á,
essencialmente, de
questões mais
relevantes, interiores e
morais. É o nível
ético-religioso de que
nos fala o Evangelho:
este notável código
universal de conduta
humana. Nível este que,
com certeza, nascerá
dentro de cada ser
humano quando nele
eclodir o desejo de
crescer para além das
coisas do mundo, das
coisas exteriores,
puramente materiais;
crescer intimamente, no
tempo de sua alma, sua
essência espiritual;
crescer pelo exemplo,
pela conduta ética: que
convence e atrai, que
desperta para o Pai;
crescer, portanto, e
crescer cada vez mais; e
não só porque a redenção
não comporta limites na
escola do aprimoramento,
mas também porque Deus,
o Soberano Senhor do
Universo, assim o quer.
E, uma vez chegado
àquele nível de saber,
de redenção
ético-espiritual, não se
terá mais tempo para as
futilidades, os
desregramentos e os
prazeres mundanos da
esfera material; pois
que terá chegado a hora
decisiva de sua nova
experiência num corpo
físico que, mais uma
vez, lhe serve de escada
ascensional. Ou a
renúncia a tais coisas
em prol de novas
conquistas das quais
depende o seu futuro
espiritual, que se
traduz por sabedoria e
amor, ou a opção por uma
vida trivial e comum,
onde permanecerá rico de
saberes mundanos, e,
todavia, pobre de
virtudes morais.
E, então, ele se decide;
se decide e renuncia;
renuncia e trabalha;
trabalha e sacrifica-se
pelo seu semelhante,
dando exemplos de amor,
de caridade e de fé;
exemplos da mais pura e
da mais excelente
religiosidade: a
interior. Pelos seus
pensamentos e palavras,
conformados que estão às
suas ações, ele revela
ao vulgo que acima das
mesquinharias e
questiúnculas humanas,
existe outro plano,
outro nível de vida,
melhor e muito superior.
E, enquanto isso,
ascende; ascende e
progride; progride e
avança na mais absoluta
certeza de estar sendo
impelido por forças
irresistíveis,
incumbidas que estão das
mais altas realizações
humanas e sobre-humanas.
Mas se existem as forças
impulsionadoras do
progresso coletivo e
individual, existem
igualmente aquelas que,
provenientes das regiões
obscurecidas do
invisível, buscam o
retrocesso e o
estacionamento daqueles
que se armaram das mais
salutares e das mais
elevadas resoluções.
Porém, como retroceder
se as aquisições do
Espírito são
imorredouras, e se o
Universo, em sua
infinita abrangência
cósmica, é regido,
fundamentalmente, pelo
princípio determinístico
da evolução, em cujo
ápice reside a paz, a
serenidade e a
consciência plena de se
viver na plenitude do
AMOR em Deus? Como
permanecer estacionário,
se estacionar implica em
transgredir aquela Lei,
e, conseguintemente, em
evoluir pelos caminhos
mais tortuosos e
espinhentos da redenção?
E se existe a trajetória
do AMOR como escalada
ascensional, e que,
afinal, ele já sabe e já
conhece, então ele ama,
ama, e naturalmente ama!
Ama a Deus acima de
todas as coisas e a seu
semelhante como a si
mesmo!