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Estudando a série André Luiz
Ano 6 - N° 305 - 31 de Março de 2013
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 


Sexo e Destino

André Luiz

(Parte 24)

Damos continuidade ao estudo da obra Sexo e Destino, de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier e publicada em 1963 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares 

A. Que fenômeno ocorreu quando, diante do corpo morto de Marita, Félix orou?

Minutos depois de finda a oração, o compartimento ainda se demorava invadido pelo clarão que se exteriorizava do peito de Félix. E não eram apenas os comandados dele que traziam, ali, o espírito subjugado por intensa emoção! Todas as entidades desencarnadas em serviço no hospi­tal, mesmo as que se vinculavam a outros cultos religiosos, se perfilavam à frente do acanhado recinto, discretas e atenciosas. Espíri­tos ignorantes e vampirizadores, em trânsito nos sítios adjacentes, acorreram também para o local, atraídos pelos jorros de luz solar que o aposento irradiava em todas as direções, e muitos deles baixavam a fronte, emocionados e reverentes. (Sexo e Destino, 2ª parte, capítulo VII, pp. 246 e 247.)

B. Que disse André Luiz em suas reflexões sobre a eutanásia?

André Luiz manifestou-se claramente contra a eutanásia. Eis suas palavras: "Felizes da Terra! Quando passardes ao pé dos leitos de quantos atravessam prolongada agonia, afastai do pensamento a ideia de lhes acelerardes a morte! Ladeando esses corpos amarrotados e por trás dessas bocas mudas, benfeitores do plano espiritual articulam providências, executam encargos nobilitantes, pronunciam orações ou estendem braços amigos! Ignorais, por agora, o valor de alguns minutos de reconsideração para o viajor que aspira a examinar os caminhos per­corridos, antes do regresso ao aconchego do lar. Se não vos sentis ca­pacitados a oferecer-lhes uma frase de consolação ou o socorro de uma prece, afastai-vos e deixai-os em paz!... As lágrimas que derramam são pérolas de esperança com que as luzes de outras auroras lhes rociam a face!" (Obra citada, 2ª parte, capítulo VII, pp. 248 e 249.)

C. Cláudio revelou à esposa sua conversão ao Espiritismo?

Sim. Em conversa com Márcia, cujo principal tema foi a saúde da filha Marina, Cláudio lhe disse sobre as novas ideias que abraçara e, levantando para ela os olhos súplices, convidou-a abraçar, junto dele, uma existência nova. Falou-lhe então da transformação que experimentara nas últimas semanas e declarou-se espírita-cristão. Sentindo-se outro ho­mem, aspirava, agora, à bênção do lar, à tranquilidade da família. Comprometia-se a adotar conduta reta, ser-lhe-ia companheiro leal. Não a constrangeria a aceitar-lhe as ideias; mas desejava mostrar-lhe quanto a amava.  (Obra citada, 2ª parte, capítulo VIII, pp. 255 e 256.)

Texto para leitura

116. A prece emociona a todos - A oração feita por Félix abarcou, no seu apelo de socorro e amparo espiritual, todos os que descambaram e descambam nos desvios e viciações do mundo, tais como os estuprado­res e as criaturas seviciadas; os verdugos cruéis e suas vítimas; os que não respeitam os compromissos de fidelidade conjugal; os que fazem da noite pasto à demência; os que exploram o lenocínio; os que abusam da mocidade, propinando-lhe entorpecentes... Félix lembrou também, em sua rogativa, os corações retos e enobrecidos, os que respeitam os ajustes legais, as mulheres engrandecidas pelo sacrifício e pelo tra­balho e os homens honrados e puros, pedindo a Jesus lhes propicie sen­sibilidade e clareza de raciocínio, a fim de que não desamparem os que se transviam ao longo de suas existências. Encerrando, disse o ben­feitor: "Senhor, não consintas que a virtude se converta em fogo no tormento dos caídos e nem permitas que a honestidade se faça gelo nos corações!... Tu, que desceste às vielas do mundo para curar os enfer­mos, sabes que todos aqueles que jornadeiam na Terra, atormentados pela carência de alimentação afetiva ou alucinados pelos distúrbios do sexo, são doentes e infelizes, filhos de Deus, necessitados de tuas mãos!... Inspira-nos em nossas relações uns com os outros e clareia-nos o entendimento para que saibamos ser agradecidos à tua bondade, para sempre!..."  Quando Félix emudeceu, o compartimento demorava-se invadido pelo clarão que se lhe exteriorizava do peito; mas não eram apenas os comandados dele que traziam, ali, o espírito subjugado por intensa emoção! Todas as entidades desencarnadas em serviço no hospi­tal, mesmo as que se vinculavam a outros cultos religiosos, se perfi­lavam à frente do acanhado recinto, discretas e atenciosas. Espíri­tos ignorantes e vampirizadores, em trânsito nos sítios adjacentes, acorreram também para o local, atraídos pelos jorros de luz solar que o aposento irradiava em todas as direções, e muitos deles baixavam a fronte, emocionados e reverentes. Cláudio nada ouvia, mas, empolgado pelas vibrações balsâmicas do ambiente, chorava, de manso, percebendo a mão gélida que se colara à dele. (Cap. VII, pp. 246 e 247)

117. Um apelo contra a eutanásia - Marita estava morta e Moreira não continha os soluços. Telmo aplicou à jovem passes anestesiantes e um médico espiritual cortou os últimos ligamentos que ainda retinham a alma cativa ao corpo inerte. Quando viu Marita liberta e agasalhada nos braços de Félix, Moreira indagou, desolado: "Irmão Félix, que fa­rei doravante, inútil como sou?" "Moreira, – respondeu o benfeitor – somos uma família só. Muito em breve, terás o necessário, de modo a retomar o convívio de Marita, que pede agora paz e refazimento; mas, antes, somos nós os companheiros que te pedem auxílio! Marina sofre... Precisamos libertá-la. Contamos contigo como quem tudo espera de um amigo, de um irmão!..." O ex-obsessor de Cláudio pôs-se genuflexo e deixou pender a fronte, confundido ao reconhecer que o instrutor lhe rogava sanar uma brecha que ele, Moreira, havia agravado, e prometeu, em pranto, atender à obrigação que se lhe indicava. "Felizes da Ter­ra!", escreve-nos André, numa reflexão comovente acerca da eutanásia. "Quando passardes ao pé dos leitos de quantos atravessam prolongada agonia –  recomenda-nos André –, afastai do pensamento a ideia de lhes acelerardes a morte!... Ladeando esses corpos amarrotados e por trás dessas bocas mudas, benfeitores do plano espiritual articulam providências, executam encargos nobilitantes, pronunciam orações ou estendem braços amigos! Ignorais, por agora, o valor de alguns minutos de reconsideração para o viajor que aspira a examinar os caminhos per­corridos, antes do regresso ao aconchego do lar. Se não vos sentis ca­pacitados a oferecer-lhes uma frase de consolação ou o socorro de uma prece, afastai-vos e deixai-os em paz!... As lágrimas que derramam são pérolas de esperança com que as luzes de outras auroras lhes rociam a face!". De tardinha, Agostinho e Salomão acompanharam Cláudio e os despojos da filha até ao Caju, numa cerimônia simples que a prece con­sagrou, após o que Cláudio, acabrunhado, dirigiu-se a seu lar, no Flamengo. (Cap. VII, pp. 248 e 249)

118. Cláudio inteira-se da doença de Marina - A pedido de Félix, André continuou a prestar assistência no lar de Cláudio, que, apesar da compreensão obtida com os estudos espíritas, conservava imensa sau­dade da filha que partira. Aquela quinzena de hospital os unira em es­pírito para sempre. Como Márcia, já de noite, não apareceu no aparta­mento, Cláudio informou-se com a servidora da casa, dona Justa, que lhe comunicou ter Márcia viajado para Petrópolis, sem precisar o re­gresso. Cláudio perguntou-lhe sobre o hospital onde estava internada Marina, mas dona Justa não sabia. Ele descobriu, então, após telefonar para diversos hospitais, onde a filha se encontrava. Era uma casa de saúde localizada em Botafogo, mas as visitas, mesmo para os familia­res, estavam proibidas, visto que a paciente andava em crise, sob a atenção dos médicos. Sozinho em casa, Cláudio lembrou-se de Gilberto, que seria com certeza a pessoa indicada para dar-lhe notícias da filha. Receoso e envergonhado, vacilou em telefonar para o genro, mas a vontade de inteirar-se dos fatos ligados à filha foi mais forte que a vergonha. Gilberto atendeu-o, e o sogro percebeu que o rapaz encon­trava-se deprimido, torturado. Após a troca dos pêsames pelos faleci­mentos de Beatriz e Marita, Gilberto explicou que Marina fora acome­tida por acessos de fúria e por isso internada. O médico de confiança admitira demência precoce, mas desistira de atendê-la, confiando-a a psiquiatras. O diálogo prosseguiu e Gilberto –  antecipando justifica­tivas –  informou haver assumido novas resoluções e desistido do casamento com Marina. Fora o pai, Nemésio, quem o impelira à mudança de rumo, ao ver a moça doente, porque não a considerava suficientemente preparada para as responsabilidades do matrimônio e, sendo assim, não consentiria no casamento. Nemésio falara-lhe, ainda, de "certas coi­sas" e, por isso, lhe sugerira sair do Rio, onde pudesse recomeçar os estudos. Ele, porém, compreendendo a vida de outro modo, sentia-se, à face das imposições paternas, acabrunhado, vencido. Cláudio acei­tou as justificativas do rapaz com humildade, acentuando que, sendo ele ainda muito jovem, não devia opor contradita aos conselhos do pai, de vez que casamento, em qualquer pessoa, reclama liberdade, consciên­cia. (2a parte, cap. VIII, pp. 250 a 253)

119. A conversa com Gilberto deixa Cláudio intrigado - Gilberto se modificou perante a brandura inesperada com que Cláudio o tratou. Pa­recia-lhe ouvir um outro Nogueira, mais velho, mais amigo. E perce­beu que Cláudio lhe falava em tom de lágrimas, agradecendo-lhe o apreço. Terminada a conversa ao telefone, Cláudio pediu ao rapaz o nú­mero do telefone de Márcia e confiou-se à meditação. Pelo tom da con­versa, notara que Gilberto se alterara de todo e em tudo o que falara media as frases. Sem dúvida, o rapaz estava desencantado. Mas, que te­ria ele desejado dizer com aquelas duas palavras "certas coisas"? Com certeza, algo de muito grave ocorrera. Deduziu então que Marina fora apanhada em algum flagrante desagradável, baqueando e caindo em abati­mento devido a isso. Pensou, assim, na filha e compadeceu-se, porque sabia agora que a obsessão provocava tragédias. Depois de muito pen­sar, telefonou para Márcia, que lhe comunicou estar descansando junto de pessoas amigas, em Petrópolis. Ciente da morte de Marita, ela con­fessou-se aliviada, pois não a desejava sobrevivendo ao desastre, de­formada como a vira. Cláudio percebeu, pela inflexão de voz da esposa, que ela se encontrava num dia amargo. Sarcasmo e irritação eram evi­dentes em sua fala. Cláudio esclareceu que não queria interromper-lhe a excursão, mas estava preocupado com Marina. Se possível, ensinasse-lhe o melhor meio de visitá-la com urgência, informando o nome do mé­dico que a assistia. Márcia pediu um tempo e, passados alguns minutos, retornou dizendo que estaria no Rio, na manhã seguinte, para conversa­rem. (2a parte, cap. VIII, pp. 253 e 254)

120. Cláudio convida Márcia à renovação - O encontro ocorreu no dia seguinte, logo de manhã. Márcia estava sorridente e muito bem vestida. A aparência física não escondia, porém, as larvas que a carcomiam, visto que Márcia jazia assessorada por pequena corte de vampirizadores desencarnados que lhe alteravam a cabeça. A mãe de Marina estava irre­conhecível. Metalizara-se-lhe a voz. Seu olhar fizera-se mais frio. Cláudio assustou-se. Afinal, padeciam em casa a provação de uma filha morta e outra enferma. De que maneira Márcia se amoldava a uma ex­cursão assim festiva? Recordou, então, Gilberto e a alusão a "certas coisas" e ficou a cismar. Márcia sentou-se e, indagada sobre Marina, sintetizou –  evidentemente interessada em outros problemas –  a his­tória da enfermidade, indicando o médico que respondia pelo caso. Em seguida, relatou que a filha estava tendo todo o conforto necessário, enfatizando a generosidade de Nemésio Torres, que não calculava sacri­fícios para que lhe sobejasse assistência. Sugeriu, por fim, a ideia de transferir Marina para um sanatório em São Paulo, onde estagiasse, no tratamento devido, por alguns meses. Bastava que ele, Cláudio, con­cordasse. Nemésio, em sinal de gratidão pelos serviços prestados pela moça, custearia todas as despesas. Cláudio não recusou a ajuda, mor­mente agora que os cuidados com Marita lhe haviam esgotado as reser­vas, mas argumentou que não lhes seria lícito abandonar a filha con­turbada, que reclamava deles carinho, dedicação. E, após enfileirar judiciosos apontamentos, que Márcia recebia, contrafeita, levantou para ela os olhos súplices, convidando-a a abraçar, junto dele, uma existência nova. Falou-lhe então da transformação que experimentara nas últimas semanas. Declarou-se espírita-cristão. Sentia-se outro ho­mem. Aspirava, agora, à bênção do lar, à tranquilidade da família. Comprometia-se a adotar conduta reta, ser-lhe-ia companheiro leal. Não a constrangeria a aceitar-lhe as ideias; mas desejava mostrar-lhe quanto a amava... (2a parte, cap. VIII, pp. 255 e 256)  (Continua no próximo número.)



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita