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Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 305 - 31 de Março de 2013

JOSÉ REIS CHAVES
jreischaves@gmail.com
Belo Horizonte, MG (Brasil)

 
 

A fé sem obras é contrária
 à razão; a raciocinada
leva-nos à ação
 


São Tiago escreveu apenas uma carta, mas ela vale ouro. Ele disse que a fé sem obras é morta. (São Tiago 2: 26).

E o que é a fé sem obras?

Fé (pistis do grego e fides do latim), além de significar crer, quer dizer fiel, ter fidelidade. E a própria fé inabalável pode significar também fidelidade, pois quem crê mesmo em Deus e no Nazareno é fiel a Eles. Assim, quando na Bíblia se diz que quem tem fé ou crê em Jesus, se salva, é mais certa a tradução: Quem tem fidelidade para com Jesus, se salva, pois crer Nele até os demônios maus (Espíritos humanos ainda impuros) creem e, às vezes, creem mais até do que nós Espíritos encarnados.

E como a religião segura o indivíduo na prática do bem, qualquer que seja ela, se a fé for verdadeira, sólida, ela mantém  o seu fiel no bem e no amor a Deus e aos seus semelhantes. Mas, quando a fé é fraca, ela se torna quase inútil, pois ela não consegue segurar seu adepto na prática do bem. E a fé é fraca para nós ocidentais, de um modo geral, quando ela não está de acordo com a razão e a Bíblia.

São Tomás de Aquino ensinou que a fé não pode violentar a razão, e é exatamente o que vem acontecendo com o Cristianismo, principalmente a Igreja. A fé em doutrinas misteriosas, como o próprio adjetivo misterioso nos diz, é obscura, confusa. E essa fé, como se diz, é pra inglês ver. E é obvio que ela não produz obras e é realmente uma fé morta na citada e sábia expressão de São Tiago. E quanto mais fraca ela for, vai perdendo totalmente o seu sentido, principalmente se num texto bíblico ela quer dizer fidelidade. Esse tipo de fé é mesmo como se o fiel não tivesse religião. E é isso que está acontecendo com muitos cristãos que estão engrossando o número de pessoas sem religião e até, infelizmente, o número dos materialistas.

Até meados do século 20, os católicos, protestantes e evangélicos chamavam os espíritas de macumbeiros, charlatães, doentes mentais e de terem contato não com os Espíritos dos mortos, mas com os demônios no sentido com que eles interpretam essa palavra, ou seja, uma categoria de Espíritos diferentes de alma, quando na Bíblia demônio (do grego “Daimon”) significa alma, espírito humano, gênio, lembrando que os Evangelhos foram escritos em grego.

A Igreja parou de agredir a doutrina dos espíritos com essas aberrações, o que ainda fazem os nossos irmãos evangélicos. Mas os teólogos católicos estão recorrendo a outro tipo de difamação dos espíritas, dizendo que eles não creem que Jesus é outro Deus e que, por isso, não são cristãos.

Será que isso é verdade? Jesus disse que se conheceriam seus discípulos por se amarem uns aos outros, não, pois, por crerem ou não em determinada doutrina. Aliás, Ele disse isso também porque Ele sabia que os teólogos iriam criar no futuro muitas doutrinas polêmicas que Ele não ensinou. E é pelos ensinos não bíblicos e não racionais que parte do Cristianismo está com sua fé em crise e, pois, sem obras!



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita