Influenciação
espiritual
“Influem os
Espíritos em
nosso
pensamento, e em
nossos atos?" –
“Muito mais do
que imaginais.
Influem a tal
ponto, que, de
ordinário, são
eles que vos
dirigem." (O
Livro dos
Espíritos, Allan
Kardec, questão
459.)
"As almas se
reúnem,
obedecendo às
tendências que
lhes são
características
e à
circunstância de
que cada
Espírito tem as
companhias que
prefere.
(Missionários da
Luz / André Luiz
/ F.C. Xavier /
FEB - Capítulo
11:
Intercessão.)
O tema se prende
a
esclarecimentos
sobre a
influenciação
espiritual,
visto como se
faz necessária
uma compreensão
mais abrangente
da extensão
desta realidade
densamente
povoada de
sutilezas.
Habitualmente
publico artigos
sobre vivências
mediúnicas
pessoais, e
originadas em
testemunhos
alheios, porque
é importante
que, na
divulgação das
realidades
espirituais,
comentemos fatos
renovados ao
longo dos anos,
de feição a
comprovar que a
presença –
participação dos
habitantes das
esferas
invisíveis – é
contínua e sem
nenhuma
cerimônia, e
quer nos parecer
que a
Espiritualidade
aprecia que
assim seja por
diversificadas
razões.
Uma é a
necessidade de
que a humanidade
reencarnada, a
pulso de
conviver com
estes
acontecimentos,
adquira
maturidade para
discernir entre
influências
obsessivas ou
benéficas, bem
como a
infinidade de
nuances
existentes em
cada caso. Como
diz André Luiz
no excerto de
abertura deste
texto,
agrupamentos
espirituais se
formam a partir
de sintonias.
Assim, fácil
depreender que,
de um para outro
lado da vida,
nada muda nos
critérios pelos
quais os seres
se reúnem, como
já nos acontece
aqui, nos
períodos das
reencarnações.
Disso advém que,
também no
interesse de
acompanhar com
sincero zelo e
amizade os
nossos
progressos nas
experiências de
melhoria íntima
na matéria,
possuímos mais
de um antigo
familiar, amigo
ou conhecido de
outras vidas nos
inspirando e
auxiliando,
paralelamente
aos mentores
encarregados de
zelar pelos
tutelados, por
compromisso
firmado antes do
regresso de cada
um de nós,
durante todo o
estágio na
carne. Não
obstante,
percebe-se da
parte do
espírita imaturo
a avaliação não
criteriosa de
certos
conceitos. Uma
cristalização
preocupante em
torno de
interpretações
equivocadas do
assunto na
Doutrina
espírita.
Como consta no
primeiro excerto
deste artigo,
afirmam os
Espíritos,
através de
Kardec, que o
mundo invisível
influencia os
que vivem na
matéria mais do
que podemos
imaginar. Mas há
que se ter
cautela com as
minúcias
inúmeras
inerentes a esta
realidade! Se na
questão 469 a
espiritualidade
nos esclarece
que evitamos da
melhor forma a
influenciação
nociva de
Espíritos,
estacionados em
estado evolutivo
inferior,
perseverando no
Bem, todavia, e
embora a grande
verdade contida
nesta
orientação,
devemos evitar a
percepção
errônea de se
enxergar má
influenciação
espiritual em
qualquer exemplo
de companhia
espiritual por
vezes
bem-intencionada,
apenas porque
não se enquadra,
aquela vivência,
ao que
ingenuamente se
concebe como a
assistência
digna de nota
dos anjos
aureolados de
luz – almas de
grande estatura
evolutiva! –
que, de fato, se
ocupam em
auxiliar a
humanidade em
seus sofrimentos
mais graves.
Assevera Rodolfo
Calligaris:
"pensar é
vibrar, é entrar
em relação com o
Universo
espiritual que
nos envolve, e,
conforme a
espécie das
emissões mentais
de cada ser,
elementos
similares se lhe
imanizarão,
acentuando-lhe
as disposições e
cooperando com
ele em seus
esforços
ascensionais ou
em suas quedas e
deslizes" (Páginas
de Espiritismo
Cristão, FEB,
cap. 53). Assim,
na hierarquia
das sintonias
espirituais de
cada momento,
contaremos com
aqueles amigos
do mundo
invisível que
nos apoiam e
incentivam nas
menores quanto
maiores
iniciativas de
valor, e de
molde a nos
encaminhar a um
estado autêntico
de felicidade.
Haverá o mentor
espiritual
constante na sua
permanência ao
nosso lado, nos
inspirando e
amparando nos
momentos mais
críticos da
caminhada,
quanto também o
parente de vidas
passadas de
coração bondoso,
a nos incentivar
nas pequenas
minúcias
benéficas do
cotidiano. Uma
antiga mãe,
irmão ou
cônjuge.
Opinam,
portanto!
Participam de
nossas
atividades; dão
seus pareceres –
sempre
respeitando o
nosso
livre-arbítrio,
note-se!
Mas,
sintonizados por
simpatia para
com nossos
gostos e
sentimentos,
haverão de nos
encaminhar a
alguma
circunstância
pequena que nos
ofereça
satisfação ou
renovação de
ânimo num
instante
depressivo; nos
acalentarão e
dirão palavras
de reconforto em
instantes de
tristezas de
ordem familiar,
talvez nos
antecipando a
iminência de
algum
acontecimento
feliz para
breve, que nos
felicitará
sobremaneira na
resolução de
algum desafio,
para o qual
possuem vistas
de cima, no
conjunto das
circunstâncias.
Amigos, sim!
Solidários,
bondosos,
benfeitores –
não
necessariamente
os ditos
"Espíritos
Superiores"
constantes da
segunda ordem da
classificação
Kardequiana,
antecipando
apenas aos
Espíritos Puros
em hierarquia –,
mas compondo as
classes extensas
dos Espíritos
Benévolos da
quinta, de
Sabedoria, da
terceira, ou
Sábios, da
quarta! Ou
ainda, como
dito, antigas e
grandes
afinidades
espirituais que
só nos querem o
bem, e nos
auxiliam na
medida de suas
possibilidades
reais, como
acontece com as
falanges médicas
amparadoras sob
as égides de
Bezerra de
Menezes ou do
doutor Frederick
Von Stein!
Nunca, porém,
podem estes
Espíritos,
envolvidos com
as nossas
minúcias
cotidianas,
serem
classificados
como Espíritos
inferiores ou
obsessores, dado
que o que
distingue, ainda
e sempre, a
qualidade
benéfica dos
Espíritos,
haverão de ser
as intenções e
benefícios
decorrentes de
suas
participações
nos nossos
roteiros!
Discorro sobre o
assunto também
como
esclarecimento
aos fatos
narrados em
textos
anteriores sobre
a atuação de
meus mentores,
guias
particulares e
trabalhadores em
parceria
mediúnica na
autoria de
nossas obras
psicografadas.
Pois já houve da
parte de
leitores
imaturos a visão
equivocada de,
por
ocasionalmente
um deles exercer
influência tida
talvez como
pueril em
detalhes da
rotina de meus
dias, serem eles
quase tachados
depreciativamente
como obsessores
ou Espíritos
inferiores!
Amigos! Assim
como nós mesmos,
a um só tempo,
somos todo um
universo
amalgamado de
preferências, do
colorido vívido
das escolhas e
decisões, das de
maior a menor
importância,
participando e
sem sentir
influindo de
modo
significativo
nas vidas de
nossos
circunstantes
com gostos,
tendências e
opiniões,
devemos
entender, por
amor da verdade
e da justiça,
que esses que
nos assistem a
partir do mundo
maior
maravilhoso – e
nossa autêntica
morada –
prosseguem sendo
simplesmente o
que são, nesta
troca intensa
que
generosamente
estabelecem
conosco a partir
da
invisibilidade,
para enriquecer
os nossos
percursos com a
sua energia
própria,
luminosa e cheia
de benefícios de
opinião a nosso
favor!
Se, portanto,
aceitamos ouvir
o conselho de
uma amiga ou avó
nos nossos
afazeres
culinários, por
que considerar
inferior a
influência da
irmãzinha de
outra vida que,
num momento
solitário de fim
de semana em
casa, nos sugere
colocar talvez
menos sal num
prato que
preparamos com
certa
invigilância, em
prol da saúde
dos nossos entes
queridos? Por
que se alardear
que o Espírito
de um músico
clássico que nos
acompanha, e
conosco forma
parceria
literária
amorosa em prol
da divulgação
das novidades da
vida nas esferas
espirituais, não
seja tão
"superior"
quanto um
Espírito Puro,
obviamente
empenhado em
responsabilidades
de maior vulto
para com a
humanidade,
apenas porque
ele sugeriu à
sua médium a
loja certa para
a compra de um
colar delicado,
para mimo de uma
vaidade discreta
que, ela mesma
em si, não
representa, em
absoluto, pecado
ou defeito de
caráter nenhum?
Toda a Criação –
com as suas
campinas
floridas,
oceanos
caudalosos e
montanhas
majestosas – é
demonstração
pródiga da
grande vaidade
divina em
perpetuar suas
maravilhas!
Vaidade que se
manifesta de
maneira digna e
discreta em prol
do belo, em nós
quanto no mundo,
portanto, em
tempo algum
haverá de ser
razão de
condenação a
quem quer que
seja!
Não se conceberá
que, noutros
momentos, estes
mesmos Espíritos
estarão também
em ações de
auxílio maiores
que, se não vêm
a público, é que
se dão dentro do
dever maior de
anonimato de
todo praticante
da caridade
genuína, que
conhece que
alardear grandes
feitos junto ao
sofrimento
alheio, isso
sim, é engano
lastimável de
quem pretende se
elevar à
categoria
espiritual dos
iluminados, dos
justos?!
Fica a reflexão.