Teu sonho de
moço
O cantor e
compositor
Marcus Viana,
famoso pela
composição de
trilhas de
novela, fez
certa vez um CD
homenagem ao
livro
psicografado
sobre a
encarnação de
Francisco de
Assis (Médium
João Nunes
Maia/Espírito
Miramez). Esse
CD dispõe de uma
faixa chamada “A
igrejinha de São
Damião”, que
entre as suas
estrofes, nos
diz: “Com o
que o mundo
abandonou, de
cada pedra do
chão, construo o
templo do
coração” e
que ilustra bem
a matéria-prima
que devemos
utilizar na
construção de
nossos sonhos.
Por seu turno, a
singeleza dessa
música nos
lembra que
buscamos por
vezes, nessa
época de
celebridades,
olhar apenas
para as grandes
personalidades,
como foi
Francisco de
Assis e tantos
outros Chicos
que nosso
planeta recebeu,
famosos em suas
grandes tarefas.
Esquecidos
ficamos das
pequenas tarefas
que compõem a
jornada da
comunidade de
Espíritos que
habita a Terra,
onde nos
afileiramos, ou
ainda, de
grandes e
desconhecidas
missões levadas
a cabo por
Espíritos de
escol.
Cada qual segue
com seu quinhão,
com sua pequena
missão,
avançando como
uma aposta de
Deus, que
deposita em nós
a sua esperança
de que
aproveitemos
cada
oportunidade de
reencarnação da
melhor maneira
possível. Para
isso, recebemos
talentos, que
temos a missão
de multiplicar
pelo esforço de
nosso trabalho,
nos termos da já
conhecida
parábola
evangélica.
Juntando cada
pedaço de nossa
história como
Espírito,
construímos uma
nova vida de
avanços e lutas,
na encarnação
que recebemos,
customizada para
as nossas
necessidades
espirituais. Vem
à tona nesse
sentido o
esquecido
conceito de “completista”,
enunciado por
André Luiz na
obra
Missionários da
Luz, quando
define como:
“(...) o
título que
designa os raros
irmãos que
aproveitaram
todas as
possibilidades
construtivas que
o corpo
terrestre lhes
oferecia”.
Aproveitar
as
possibilidades é
o mérito, o
desafio posto!
Dessa forma,
importa
identificar na
nossa vida, nos
nossos sonhos de
moço, o que nos
cabe, quais as
pequenas missões
que nos foram
atribuídas e por
nós escolhidas
como ferramentas
evolutivas. E a
partir daí
construir
estratégias que
nos digam a
melhor maneira
de aproveitar as
oportunidades de
crescimento
espiritual.
Olhando para as
nossas
possibilidades,
para as nossas
necessidades e
anseios, é
possível traçar
caminhos, e
ousar.
Traçar caminhos
implica
necessariamente
em reconhecer a
nossa dimensão
múltipla, de ser
encarnado que
necessita
encarar o pão e
o suor da labuta
cotidiana, entre
as alegrias e a
inflação, mas de
ser espiritual
em evolução, que
precisa crescer
moralmente no
convívio com os
irmãos,
relembrando as
palavras de
Jesus, quando
nos mandava
olhar os lírios
do campo, com
sua beleza e
esplendor.
Nossos sonhos de
moço, projetos
de vida que
indicam onde
assentaremos
cada tijolo da
existência,
devem considerar
o nosso passado
expresso em
tendências e o
futuro que nos
cabe construir
na encarnação em
curso. É preciso
sonhar, mas com
a visão do
Espírito, da
pluralidade das
existências,
entendendo que
Deus nos dá o
que
necessitamos,
ainda que não
tenhamos
maturidade, por
vezes, para
entender isso.
Vivemos em
algumas regiões
do planeta uma
época de
farturas, de
facilidades, de
confortos, e a
estabilidade
social, em
especial no
Brasil, nos
alimenta sonhos
de consumo, de
poder...
Esquecemos nos
nossos sonhos de
moço os ideais
que nos
indicaram na
tenra juventude
que um mundo
melhor era
possível, dentro
da lógica que
tornando o mundo
melhor nos
melhoramos, e
vice-versa.
Sonhar é um
atributo
humano... E da
nossa natureza
espiritual
também!
Aponta-nos no
imaginário o
melhor que
desejamos e o
que é possível,
diante da
ousadia do
impossível.
Insta saber como
sonhamos,
baseados em que
paradigmas de
existência, e,
ainda, se
consideramos as
peculiaridades
de nossa
encarnação, a
nos sinalizar o
que demandamos.
Assim, nas
nossas
reflexões, nas
grandes
inflexões da
vida, nos
planejamentos e
balanços,
devemos nos
olhar na
roupagem atual,
com suas
demandas, mas
também na
essência
espiritual, que
vestiu e vestirá
outras
indumentárias na
fieira das
encarnações. O
segredo do
sonhar é
contrabalançar o
desejo e a
paciência, na
virtude do
caminhar seguro
rumo aos ideais,
construindo dia
a dia o futuro
que desejamos.
Encerramos assim
essa reflexão,
também sob os
auspícios das
produções sobre
a passagem de
Francisco de
Assis na Terra,
com a letra da
canção “Devagar
e com certeza”,
versão bem
difundida no
movimento
espírita da
música, do
cantor e
compositor
Donovan, chamada
“Little Church”,
oriunda da
trilha sonora do
filme “Irmão
Sol, Irmã Lua”,
produção inglesa
e italiana de
1972, dirigida
por Franco
Zeffirelli:
“Devagar e com certeza se constrói um
sonho.
Dos começos às
conquistas, siga
com firmeza.
Se você quer
livre ser, faça
seu segredo:
Poucas coisas,
mas bem feitas,
faça com
alegria.
Dia a dia, pedra
a pedra, faça
seu momento.
O trabalho com
alegria cresce
com pureza.”
Eis ou não,
nessas singelas
palavras, um dos
segredos da
vida?