No encerramento do segundo
Pinga-Fogo, que foi ao ar
pela extinta TV Tupi, no dia
20 de dezembro de 1971,
Chico Xavier recebe uma
mensagem, em poesia de rara
beleza, assinada pelo
espírito Castro Alves.
Apresento-a aos leitores
desta revista. Ela pode ser
encontrada no livro
Pinga-Fogo com Chico Xavier,
organizado pelo repórter
Saulo Gomes e editado pela
Intervidas.
O poema intitula-se
"Brasil".
Ei-lo:
Brasil, o mundo a
escutar-te
Pergunta hoje: “O
que é?”
Ah! Terra de minha
vida,
Responde às nações
de pé!
Das montanhas
altaneiras,
Dentro das próprias
fronteiras,
Alonga os braços –
Sansão!...
Sem prepotência ou
vanglória,
Grava no livro da
história
Novo rumo à
evolução!
Contempla a sombra
da guerra,
Dragão do lodo a
rugir
Envenenando a
cultura,
Ameaçando o
porvir!...
Fala – assembleia
de bravos –
Aos milhões de
homens escravos,
Sábios, loucos,
Prometeus...
Do píncaro a que te
elevas
Dissolve os
grilhões das trevas
Na fé que te induz
a Deus!
Brada – gigante das
gentes –
Proclama com
destemor
Que o Cristo
aguarda na Terra
Um novo mundo de
amor!...
Ante a grandeza que
estampas,
Os mortos voltam
das campas
Sublimando-te a
visão!
Ao progresso Fernão
Dias!
O dever mostra
Caxias,
Deodoro a
renovação!...
Dos sonhos do
Tiradentes,
Que se alteiam
sempre mais,
Fizeste apóstolos,
gênios,
Estadistas,
generais...
De todos os teus
recantos
Despontam palmas de
santos,
Augustos pendões de
heróis!...
Astros de brilhos
tamanhos,
Andrada, Feijó,
Paranhos
Em teus céus
brilham por sóis!...
Desde o dia em que
nasceste,
Ao fórceps de
Cabral,
O tempo se iluminou
Na Bahia
maternal!...
Hoje, que o mundo
te espera
Para as leis da
nova era,
Por Brasília
envolta em luz,
Que em ti a vida se
integre,
De Manaus a Porto
Alegre,
No Espírito de
Jesus!...
Ao resguardar o
direito,
Mantendo a justiça
e o bem,
Luta e rasga o
próprio peito,
Mas não desprezes
ninguém...
Levanta o grande
futuro,
Ergue tranquilo e
seguro
A paz nobre e
varonil!...
À humanidade que
chora
Clamando “Senhor...
e agora?”
O Cristo aponta:
Brasil!...
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