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Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 307 - 14 de Abril de 2013

ALESSANDRO VIANA VIEIRA DE PAULA
vianapaula@uol.com.br
Itapetininga, SP(Brasil)

 
 

Amanhecer de uma nova era


Na obra “Justiça e Amor”, ditado pelo Espírito Camilo, por intermédio da mediunidade de José Raul Teixeira, há uma importante orientação que merece maiores reflexões (capítulo VI – Jesus e a violência).

Diz o referido Espírito que: “São tempos difíceis e definidores, esses tempos atuais. São oportunidades para que as almas encarnadas na Terra possam escolher de que lado anelam ficar, se na luz, se nas sombras”.

À luz da religião espírita, sabemos que estamos vivendo um período de transição planetária, no qual a Terra irá progredir na escala dos mundos, vindo a se tornar um planeta de regeneração, cuja característica é o desejo do bem.

Na questão 185 d´O Livro dos Espíritos, os benfeitores espirituais asseveram que os mundos também estão submetidos à lei do progresso e que a Terra sofrerá uma transformação, tornando-se um paraíso terrestre quando os homens se houverem tornado melhores.

Na atualidade, estamos vivendo o ápice das provas e expiações, o que é perfeitamente perceptível através dos desencarnes coletivos, dos cataclismos naturais, do aumento da violência, da criminalidade e dos conflitos emocionais.

Por essa razão, o Espírito Camilo afirma que são tempos difíceis.

Obviamente que há um motivo para o aumento das citadas ocorrências dolorosas, que têm como causa a imperfeição moral da criatura humana.

 É sabido que a Terra avançou muito no campo da ciência e da tecnologia, todavia, essas nobres conquistas não foram suficientes para trazer plenitude e paz à criatura humana, de forma que chega a hora de o planeta evoluir na esfera moral, a fim de que possamos finalmente vivenciar a proposta de amor preconizada por Jesus, que, aliás, tratou da temática da transição planetária no conhecido Sermão Profético.

As ocorrências dolorosas atingem a todos, mas tem um impacto importante nos indivíduos moralmente neutros, que são aqueles incapazes de fazer o mal a alguém, mas também são incapazes de fazer o bem ao semelhante, sendo que suas condutas de neutralidade atrapalham a marcha de progresso da Terra.

Os que praticam o mal por prazer e não se modificam serão “banidos” da Terra e irão reencarnar em mundos mais atrasados, onde ajudarão no progresso em virtude do conhecimento de que são portadores e, futuramente, mais evoluídos, poderão retornar à Terra.

Aqueles que já se converteram ao bem aqui permanecerão e continuarão a fomentar a importância do amor, sobretudo através do vigor do exemplo pessoal, contribuindo efetivamente para a transição planetária.

Infelizmente, os neutros representam a grande maioria na Terra. São aqueles que levam uma vida materialista, acomodada e muitas vezes pautada pelo “ter” e pela busca da satisfação dos instintos primários (comer, dormir e reproduzir).

Quando sofrem o impacto da dor (um dos motivos de estarmos vivendo o auge das provas e expiações), muitos acabam revendo seu estilo de vida e buscam verdadeiramente a Deus, transformando-se interiormente, o que possibilitará que a Terra se torne um mundo de regeneração.

Diante da transição que vivenciamos, duas questões são cruciais e relevantes. Qual o papel da doutrina espírita neste momento? Qual a missão do espírita neste período de amanhecer de uma nova era?   

A primeira pergunta nos remete ao Livro dos Espíritos, quando os Espíritos responsáveis pela codificação afirmam que a grande missão do Espiritismo é iluminar consciências e, por consequência, fomentar a união da ciência e da religião.

Conforme também consta d´O Livro dos Espíritos, o progresso intelectual levará o homem ao progresso moral, ainda que não seja de forma imediata (questão nº. 780).

O Espiritismo tem instigado a ciência a investigar as verdades espirituais constantes do seu conteúdo doutrinário, que, até hoje, não foram desmentidas pelos pesquisadores científicos.

Há muitos cientistas que após tentarem estudar a origem da vida, e porque não encontram respostas no acaso, acabam migrando para o teísmo e afirmam que Deus é o autor da vida.

Há pesquisadores que estudam a reencarnação e comprovam suas teses, como, por exemplo, Ian Stevenson e Dr. Hemendra Nath Banerjee, que estudaram principalmente a história de milhares de crianças que se recordavam das vidas passadas e davam informações precisas sobre essas vidas, confirmadas depois  pelos aludidos pesquisadores.

A imortalidade da alma foi comprovada pelos eminentes William Crookes e Charles Richet, por meio de pesquisas notáveis, que estão devidamente documentadas. Na atualidade, a física quântica, que tem estudado as energias sutis da vida, afirma que o Espírito é uma energia pensante que jamais deixará de existir.

No campo moral, há excelentes pesquisas que identificam a importância do pensamento positivo e dos bons sentimentos para a saúde do corpo, ao passo que o ódio, o pessimismo, a tristeza geram abalos na área do sistema imunológico, afetando negativamente a saúde da criatura humana.

Dessa forma, a partir dos avanços da ciência, que ocorrem por permissão divina, os homens terão acesso às verdades espirituais, às leis divinas que regem nossa vida no corpo e fora dele, de tal sorte que, em razão do conhecimento haurido, buscarão conscientemente o progresso moral (questão nº. 780-a – Livro dos Espíritos), por ser a grande meta da existência física.

Cabe-nos verificar a grandeza do Espiritismo, porque não fica atritando-se com a ciência, mas, pelo contrário, instiga a pesquisa por ser defensor da fé racional, repugnando a fé cega, dogmática, e afirma que, se um dia a ciência demonstrar que um dos seus postulados está equivocado, muda-se esse ponto doutrinário.

A outra pergunta refere-se ao papel do espírita na transição planetária. A resposta é intuitiva, ou seja, viver os postulados espíritas em clima de fidelidade ao evangelho de Jesus.

Sabemos pelas revelações espirituais que muitos dos Espíritos missionários do passado estão reencarnando massivamente nesta época da humanidade. Da mesma forma, alguns Espíritos da estrela de Alcione, da Constelação de Plêiades, que são mais moralizados do que os habitantes da Terra, também estão reencarnando no orbe terrestre, tudo com o escopo de promover a grande transição do planeta. Indico, dentro dessa temática, os livros “Transição Planetária” e “Amanhecer de Uma Nova Era”, ambos ditados pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda, por intermédio da mediunidade de Divaldo Pereira Franco.  

Assim sendo, o progresso da Terra é inevitável, mas a grande questão é: vamos cruzar os braços e aguardar a renovação do planeta ou vamos cooperar com Jesus neste momento tão especial da Terra?

Anote-se que o espírita, pelas informações constantes colhidas no Espiritismo, não necessita aguardar as confirmações da ciência, porque, pelo uso da fé racional, compreende os postulados da sua religião, de forma que é a hora da plena vivência do amor, em todos os seus espectros. 

Por essa razão, o Espírito Camilo disse que este é um momento de definição, cabendo-nos a escolha de trilhar pelas sombras ou pela luz. É a hora de sermos o “sal da terra”, conforme a proposta de Jesus. O sal, mesmo em pequena quantidade, tem um sabor marcante, de modo que, onde quer que nos encontremos, temos que levar a mensagem da alegria, do otimismo, fazendo ao outro aquilo que gostaríamos que nos fosse feito.

Repetindo a proposta de Paulo de Tarso, temos que ser “cartas vivas do evangelho”, enxugando lágrimas, acolhendo aqueles que estão em sofrimento material e espiritual, renunciando, algumas vezes, aos momentos de descanso, a fim de que a nossa vida se torne um evangelho de feitos. 

Ser o “sal da terra” também implica não entrarmos em sintonia com os modismos doentios que vigem em nossa sociedade. O sal tem a propriedade de proteção contra a ferrugem, de forma que é a hora de construirmos novos padrões de conduta, pautados pela ética do evangelho, consubstanciado em não fazer ao outro aquilo que não desejamos a nós, libertando-nos das “ferrugens sociais”.

Allan Kardec, o nobre codificador do Espiritismo, foi sábio ao conceituar o verdadeiro cristão como sendo aquele que luta contra as suas más inclinações, procurando ser hoje melhor do que ontem e amanhã melhor do que hoje.

Em virtude da consciência que temos da transição planetária e da missão que nos cabe nesta hora tão difícil e definidora, oremos a Deus, rogando forças para que possamos empreender o “bom combate”, e libertos do egoísmo e do orgulho, empenhemo-nos para amoldar as nossas ações às diretrizes do evangelho, pois, assim procedendo, estaremos colaborando com a construção do mundo de regeneração, neste amanhecer de uma nova era.       
 


 


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