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Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 309 - 28 de Abril de 2013

ANDRÉ LUIZ ALVES JR.
locutorandreluiz@hotmail.com
São José dos Pinhais, PR (Brasil)

 
 


156 anos de
“O Livro dos Espíritos”


Em 18 de abril de 1857, a espiritualidade maior sob a égide de “O Espírito da Verdade” apresentava ao mundo, através dos esforços e dedicação de Allan Kardec, a primeira versão de “O Livro dos Espíritos”.

Nessa maravilhosa obra se alicerça a Doutrina Espírita com seu tríplice aspecto de filosofia, ciência e religião.

Tudo começou em 1855, quando o professor Hippolyte Léon Denizard Rivail recebe um convite para assistir a uma sessão mediúnica na casa da senhora Plainemaison, onde acontecia o fenômeno das “mesas girantes e falantes”. A reunião o impressionara profundamente; fora a primeira vez que o professor presenciava uma mesa se movimentar, aparentemente sem qualquer influência de uma força material visível.

A partir de então Hippolyte teve participação ativa nesses encontros. Movido por seu espírito de cientista, passou a visitar diversas residências onde aconteciam os prodígios sobrenaturais, adotando a posição de um pesquisador. Através dessas reuniões, chega à casa da família Baudin, onde conheceu as jovens irmãs Julie, de 14 anos, e Caroline Baudin, de 16, as quais eram dotadas da faculdade mediúnica de psicografia. Por meio dessas jovens o professor iniciou seus estudos. Mais tarde, juntar-se-ia ao grupo a senhorita Ruth Japhet, de 17 anos. As três médiuns foram os principais veículos de comunicação dos Espíritos para elaboração da codificação espírita.

Em apenas 20 meses, Hippolyte estudou os fenômenos até então desconhecidos e organizou uma compilação das perguntas dirigidas aos Espíritos que se comunicavam por meio das mesas, sobre variados temas, a maioria deles acerca dos principais questionamentos do homem, como as célebres questões “de onde viemos?”, “quem somos?”, “para onde vamos?” Essas indagações foram elucidadas por uma legião de Espíritos nobres, dentre eles Santo Agostinho, São Luís, São Vicente de Paulo, Sócrates e Platão, os quais se empenharam em esclarecer à humanidade que a verdadeira vida é a vida espiritual.

Após a reunião de todas as respostas e a decisão de levá-las ao conhecimento de quem se interessasse pelo assunto, surgiu a dúvida do título da obra. Hippolyte tinha a consciência de que a autoria do livro era dos Espíritos; o pedagogo havia sido apenas o organizador do trabalho, e então, por questões óbvias, resolveu intitulá-la de “O Livro dos Espíritos”.

Por meio de uma conversa com um dos Espíritos responsáveis pela codificação, Hippolyte Léon Denizard Rivail foi orientado a utilizar o pseudônimo de “Allan Kardec”, pois esse havia sido seu nome em uma de suas reencarnações na antiga Gália, onde viveu como um sacerdote druida.

Assim surgiu “O Livro dos Espíritos”, publicado pela Tipografia de Beau, em Saint-Germain-en-Laye, cidade vizinha a Paris, obra que, em sua primeira edição, trazia 501 questões de cunho filosófico e científico, com consequências morais e religiosas. Entretanto, ao reunir novas informações, Allan Kardec fez uma completa revisão e ampliação da obra e em 1860 lançou a segunda edição, então com 1.019 questões, como a que conhecemos hoje em dia.

“O Livro dos Espíritos” é um verdadeiro tratado de conduta ética e moral, baseado nos ensinamentos de Cristo e esmiuçado pelos Espíritos. Por meio dessa obra, milhares de Espíritos encarnados encontram respostas para seus questionamentos mais íntimos e retomam sua caminhada em busca do progresso. Sobre suas páginas, lágrimas de agradecimentos a Deus são derramadas todos os dias e planos errôneos de vida são modificados.

O surgimento da obra resultou na criação de uma doutrina fundamentada nos estudos científicos, sobre a natureza, a origem e o destino dos Espíritos, bem como suas relações com o mundo material.

O Espiritismo nos convida a uma renovação íntima fundamentada na crença da existência de Deus, na imortalidade da alma, na comunicabilidade entre os Espíritos, na pluralidade das existências e dos mundos habitados.

Os anos se passaram e “O Livro dos Espíritos” permanece ensinando e auxiliando no progresso moral. Mesmo após atravessar períodos conflitantes da história, seu conteúdo nunca necessitou de atualização, o que vem confirmar uma das afirmações mais conhecidas de Allan Kardec: “Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão face a face em todas as épocas da humanidade”.

Louvemos a Deus e a Jesus por permitir a construção da codificação espírita; rendamos graças aos Espíritos responsáveis pela grande obra e enalteçamos a Kardec por apresentar essa maravilha à humanidade!

  

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita