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Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 311 - 12 de Maio de 2013

VLADIMIR POLÍZIO
polizio@terra.com.br
Jundiaí, SP (Brasil)

 
 


Doutrina Espírita ou Espiritismo

O Consolador prometido

 
Descendo os degraus do tempo vamos alcançar a época da Grande Revelação dos Espíritos, quando, através do francês de Lyon, Allan Kardec, uma nova alvorada se descortinou ao mundo.     

As bases do limiar desse conhecimento na Terra foram se fortalecendo a partir de 1855, na medida em que esses benfeitores do Além traziam informações até então desconhecidas da grande massa humana, provocando, simultaneamente, entusiasmo contagiante e elevada carga de curiosidade, em pontos variados do globo, inclusive no Brasil.     

Pessoas de sentimentos discordantes dos assuntos ligados à religiosidade conhecida, citando particularmente o Cristianismo, encontravam no Espiritismo nascente esclarecimentos considerados ousados para as mentes estacionárias e conservadoras. Outras, agitadas e agressivas, não aceitavam com naturalidade explicações diferentes ao rosário de dogmas que já sabiam de cor, uma vez que a maioria desses fatos novos conflitava com o rígido conceito, justificado pelas fortes e profundas raízes estabelecidas no interior da própria Alma, por conta da imposição de séculos e séculos de crenças, crendices e outros artigos de fé que nada acrescentaram, a não ser criar e fazer crescer o misticismo.     

Mas, por outro lado, essa discordância abriu caminhos novos e com perspectivas diferentes, mas coerentes, pois traziam princípios considerados justos.

Era preciso pensar, não deixando que apenas o coração decidisse e, com isso, lampejos de lucidez foram se sucedendo e fazendo com que essas mentes trabalhassem no sentido de avaliar o que ouviam, viam ou liam, procedentes de seus líderes religiosos.      

Com o tempo, tendo como alicerce a máxima inteligente de que “o respeito não é imposto, mas adquirido”, a razão e a lógica prevaleceram gradativamente, desmistificando o que parecia ser praticamente eterno e imutável dentro das igrejas, onde nós, possivelmente um dia, também estivemos sob o jugo dessa poderosa força.    

Materializava-se, a partir desse advento, o que Jesus prometera à Humanidade daquela época: “E eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós”(1).

Não há como ignorar ou deixar de reconhecer que a Doutrina Espírita ou o Espiritismo representa esse Consolador, na expressão do Espírito da Verdade, figurado pela plêiade de Instrutores do Além que fizeram ver ao mundo outras luzes de conhecimento.     

E o Divino Amigo complementa em seu Evangelho: “Mas eu vos digo a verdade: Convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se porém, eu for, eu vo-lo enviarei. Quando ele vier convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não creem em mim; da justiça, porque vou para o Pai e não me vereis mais; do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado. Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora; quando vier, porém, o Espírito da Verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará  porque há de receber do  que é meu, e vo-lo há de anunciar” (2).     

E esse Consolador prometido trouxe, sim, fatos novos, novíssimos, aliás, fatos alvissareiros.     

Não só o Espiritismo afirmou que a vida prossegue além da morte, uma vez que Corpo espiritual e Corpo físico são duas coisas distintas, como também explicou que o Espírito, pela sua individualidade, retorna à vida física tantas vezes quantas se fizerem necessárias, e sempre encarnando corpos humanos (este ponto também foi motivo conflitante com outras teorias não cristãs), o que resulta desse processo a colheita do que se plantou na existência anterior, expressada pelas gritantes diferenças conhecidas, de toda ordem. E foi mais além. Os considerados “mortos” poderiam sim se comunicar através da voz, da escrita, mostrando a realidade desse intercâmbio entre os vivos daqui e os vivos de lá, ocorrência registrada em muitos países, em especial no Brasil, pelo médium Francisco Cândido Xavier (1910-2002) durante seus quase 75 anos de mandato mediúnico, tranquilizando milhares e milhares de corações através da psicografia (mensagem escrita) e da psicofonia (mensagem de voz), como também poderiam se materializar, retomando o corpo físico pelo período de tempo necessário para se fazerem ver ou transmitir suas mensagens.   

Apontou, ainda, que a Divina Providência não condena ninguém a suplício temporário ou eterno, uma vez que somos nós próprios que nos condenamos ou nos reabilitamos, deixando claro que não há supremacia do mal, embora este caminhe ao nosso lado, dependendo, ainda de nós, uma opção ou outra. Com isso, não há dúvida de que cada degrau vencido é mérito adquirido.    

Essas mesmas Igrejas cristãs hoje desenvolvem publicamente em seus templos atividades consideradas, na linguagem de seus organizadores, como “abordagem inovadora às formas tradicionais de doutrinação e renovação dos ritos e da mística”, que outrora não faziam parte da liturgia.     

São muito variadas as sessões públicas que exibem práticas de “exorcismo”; “aplicação de passes”; “imposição de mãos”; “fluidificação da água”; ”peças de roupa”, além de pessoas que se apresentam durante as reuniões, em transe, e falando às vezes em outras línguas, incorporando personagens do mundo invisível etc. Além dos evangélicos, que saíram primeiro, também os católicos promovem missa de cura e libertação, com cerimônias de descarrego, inclusive pela televisão, em amplo e encorpado espetáculo. Estão promovendo verdadeiras alterações no ambiente do templo, completamente tomado por pessoas que dizem acreditar na ocorrência do que chamam fenômeno sobrenatural de manifestação dos Espíritos. “É uma graça divina!” – dizem os fiéis. Estes, por exemplo, são acontecimentos nunca verificados em outros recintos cristãos, quer evangélicos ou católicos.     

Tudo isso não deixa de ser uma adequação à realidade, pois, aplicada aos dias atuais e com nomes diferentes, mas que agrada aos interesses dessas Igrejas, o fundo do assunto é o mesmo. A grande diferença está no desconhecimento e trato desses assuntos.     

A mediunidade não é privilégio dos espíritas e qualquer um de qualquer religião pode apresentar condições mediúnicas apropriadas para um determinado resultado ou finalidade, inclusive os incrédulos, mas é preciso ter conhecimento e experiência no campo científico, filosófico e religioso para tratar e conduzir assuntos ligados à mediunidade, suas modalidades, efeitos e resultados, etc., tanto para com a segurança e saúde do médium quanto ao ambiente das ações.     

O Espiritismo, por ter o trabalho mediúnico como uma de suas atividades próprias, detalha e explica com domínio e clareza o desenvolvimento desses fenômenos que estão sendo conhecidos agora por quem até pouco tempo afirmava de viva voz que Espíritos não existiam e que os mortos aguardavam pelo juízo final.     

Vemos que os pilares de sustentação aos dogmas estão balançando e começando a ruir. Basta atentarmos à matéria jornalística noticiando que o Vaticano, corrigindo decisões, publicou em 20-4-2007, documento afirmando haver base para a “esperança de que as crianças não batizadas sejam salvas” – ou seja, há boas razões para crer na salvação dos pequenos que morrem antes de receber o batismo. A nota dá conta, ainda, de que a conclusão a que os 29 membros da Comissão Internacional de Teologia da Santa Sé chegaram, e que foi ratificada pelo Papa Bento XVI, se justifica, pois, segundo o site Catholic News Service, é que “a exclusão de bebês inocentes do paraíso não parece refletir amor especial de Cristo pelos pequeninos”(3).

Não obstante a crença na existência do Limbo date do ano 1200, este, sem dúvida, foi um passo sério e respeitável. Aguardemos por outros.      

Finalizando, o Espiritismo mostrou, por fim, que Deus, o Deus de Abraão, como vários segmentos do Cristianismo o chamam e o invocam, não é e nunca foi rancoroso(4); indeciso, vingador e cheio de ira(5); interessado em fazer incontáveis pactos ou alianças(6), e tampouco arrependeu-se de seus atos(7),  sendo estes apenas alguns registros como mostram as Velhas Escrituras.

Somos pelo Evangelho, destacando o sentimento de Jesus ao Criador, sempre com amor e brandura, exaltando estas duas mensagens: “Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará boas coisas aos que lhe pedirem?”(8) e “Sede misericordiosos, como também misericordioso é o vosso Pai” (9).


Notas
:

(1) João, 14, 16-18.

(2) João, 16, 7-14.

(3) Jornal Folha de S. Paulo, pg. A. 16 – Mundo, de 21-4-2007.

(4) Gênesis, 3, 17 – “... maldita é a Terra por tua causa...”.

(5) Gênesis, 3, 16 – “Multiplicarei os sofrimentos da tua gravidez”; Naum, 1, 2-3: “O Senhor é Deus zeloso e vingativo... e cheio de ira... e toma vingança contra os seus adversários...”.

(6) Com Noé: Gênesis, 9, 11; com Abraão: Gn, 17, 2; com Moisés: Êxodo, 3, 4-6; com Davi: II Samuel, 7, 1-17.

(7) Gênesis, 6, 6-7 – “... então se arrependeu o Senhor de ter feito o homem na Terra...”; Jonas, 3, 10 - “... e Deus se arrependeu do mal que tinha dito que lhes faria...”.

(8) Mateus, 7, 11.

(9) Lucas, 6, 36.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita