Arrependimento
“O
arrependimento
se verifica no
estado corpóreo
ou no estado
espiritual? – No
estado
espiritual. Mas
pode também se
verificar no
estado corpóreo,
quando bem
compreendeis a
distinção entre
o bem e o mal.”
(Questão 990, de
“O Livro dos
Espíritos”-
Allan
Kardec.)
É natural que a
perfeição não
exista na Terra,
assim sendo,
seguem as
criaturas
humanas, pelos
caminhos da
vida, entre
erros e acertos.
Vislumbrando os
reais valores
sociais
conseguimos agir
corretamente,
mas, em
desacordo com os
padrões do
equilíbrio,
atuamos,
inúmeras vezes,
de maneira
equivocada.
Muitos
sofrimentos e
decepções
nascem, então,
dos nossos
enganos.
Em oportunidades
variadas,
durante uma
existência
inteira não
conseguimos
perceber as
falhas que
cometemos.
Estando depois
na vida
espiritual,
podemos
percebê-las,
ante as novas
visões que
obtemos, donde
surgem o
arrependimento e
o desejo em
repará-las. Mas,
na vida física,
podemos também
identificar os
enganos criando
o interesse em
saná-los.
Quando tal
acontece,
podemos abreviar
muito o nosso
sofrimento,
mesmo evitá-lo,
com determinação
e perseverança,
substituindo a
dor pelo
trabalho, no
sentido de
contornar as
situações
criadas, agindo
com precisão na
direção das
tarefas
compensatórias.
Assim, se nossas
ações redundaram
em prejuízo para
alguém, em
qualquer
aspecto, teremos
sempre a
oportunidade de
nos dirigirmos
aos prejudicados
tentando a
reparação, mas,
se não for
possível por
algum motivo
essa necessária
aproximação,
temos diante de
nós o campo
social, onde
milhares de
criaturas com
mãos estendidas
esperam pelas
nossas
iniciativas
socorristas.
Temos mães que
impossibilitadas
de alimentar
seus filhos
esperam a
caridade alheia,
pais
desempregados
precisando de
quem os ajude a
encontrar uma
nova ocupação;
crianças vivendo
na indiferença,
aguardando afeto
e gestos de
carinho; jovens
desorientados,
ansiosos por
exemplos de
dignidade e
equilíbrio;
entidades
assistenciais
precisando de
voluntários
desprendidos.
Enfim, no
contexto social
em que
mourejamos, há
muito que fazer.
Servindo quem
precisa, estamos
compensando
nossas falhas,
pois, pela lei
de compensação,
se não podemos
reparar o erro
diretamente a
quem
prejudicamos,
ofertemos o
arrependimento
às leis da vida
e elas saberão
nos recompensar
pelo esforço da
correção.
Mas será preciso
observar que
somente o
reconhecimento
do erro não
basta.
Arrepender-se
significa
trabalhar muito
no propósito de
consertar o que
não foi feito da
forma devida.
Assim sendo,
procuremos por
uma forma
plausível e
atuemos
determinadamente
na solução dos
nossos problemas
de consciência.
Diante do código
divino,
palavras,
promessas,
propostas,
intenções e
projetos não têm
tanta
significância,
mas têm imensa
importância as
ações arrojadas
do trabalho, as
ações práticas,
o labor
desenvolvido. É
tempo de
substituirmos os
grandes sonhos
pela realidade
de ocuparmos as
nossas mãos no
serviço que está
por fazer.
O arrependimento
vale quando
trabalhamos
firmemente
visando reparar
o que fizemos de
errado.