Um leitor desta revista,
tendo dificuldades em
compreender as diferenças
existentes entre
mistificação e animismo,
pergunta-nos:
– Dando exemplos
práticos, eu poderia dizer
que o ato de Chico Xavier
colocar a mão na fronte,
sempre que psicografava,
seria um ato anímico, e que
um médium que finge estar
sob o processo de psicofonia
é mistificação? Isso é
correto?
Não, tal conclusão não está
correta.
Animismo e ato anímico é
quando o sensitivo transmite
mensagem de sua própria
autoria; não existe Espírito
algum inspirando ou ditando
a comunicação. O texto
escrito ou falado vem da
própria alma do sensitivo.
Trata-se, pois, do fenômeno
chamado animismo, palavra
oriunda de “anima”, alma em
latim.
Mistificação é quando alguém
(seja o médium, seja o
Espírito) nos engana,
transmitindo uma inverdade
ou mentindo sobre sua
autoria. A mistificação
pressupõe, portanto, o
logro, a farsa, a enganação.
É por causa das
mistificações que é preciso
examinar com cuidado e
redobrada atenção as
comunicações mediúnicas.
Vê-se, pois, que
mistificação e animismo são
coisas distintas; uma não
tem nada que ver com o
outro.
Reportando-se ao animismo,
os estudiosos dizem que a
cristalização de nossa mente
em determinadas situações
pode motivar, no futuro, a
manifestação de fenômenos
anímicos, do mesmo modo que
tal cristalização ou
fixação, se realizada no
passado, pode
exteriorizar-se no
presente.
Em episódios dessa natureza,
que em muitos casos se
assemelham a um transe
mediúnico, com todas as
aparências de que existe a
interferência de um
Espírito, o sensitivo
revive, às vezes, cenas e
acontecimentos recolhidos de
seu próprio mundo
subconsciencial, fenômeno
que pode ser motivado pelo
contato magnético ou pela
aproximação de entidades que
lhe partilham as
experiências pretéritas.
Seria o animismo uma espécie
de mistificação
inconsciente?
Não; sobre o assunto Aulus
afirma: “Muitos companheiros
matriculados no serviço de
implantação da Nova Era, sob
a égide do Espiritismo, vêm
convertendo a teoria
animista num travão
injustificável a lhes
congelarem preciosas
oportunidades de realização
do bem; portanto, não nos
cabe adotar como justas as
palavras mistificação
inconsciente ou
subconsciente para batizar o
fenômeno”.
(Nos Domínios da
Mediunidade, de André Luiz,
cap. 22, p. 212.)
A pessoa passível de
animismo, esclarece Aulus, é
um “doente mental,
requisitando-nos o maior
carinho para que se
recupere”. “Para sanar-lhe a
inquietação, todavia, não
nos bastam diagnósticos
complicados ou meras
definições técnicas no campo
verbalista, se não houver o
calor da assistência amiga.”
(Obra citada, p. 213.)
No fenômeno anímico, o
sensitivo, que se expressa
como se ali estivesse,
realmente, um Espírito a se
comunicar, deve ser tratado
com a mesma atenção que
ministramos aos sofredores
desencarnados que se
comunicam.
O indivíduo inclinado ao
animismo é um vaso
defeituoso, que pode ser
consertado e restituído ao
serviço, se houver
compreensão do dirigente;
contudo, se incompreendido,
pode ser vitimado pela
obsessão, o que mostra a
importância da atenção que
devemos dedicar ao assunto.
Como a pessoa poderá ter
certeza quanto à natureza do
fenômeno que se processa por
seu intermédio?
Divaldo Franco refere-se a
isso na questão n. 5 do
livro “Diretrizes de
Segurança”, da qual
extraímos o texto seguinte:
“O médium, no começo, terá
que vencer o constrangimento
da dúvida, em cujo período
ele não tem maior certeza se
a ocorrência parte do seu
inconsciente, dos arquivos
da memória anterior, ou se
provém da indução de
natureza extrínseca. Através
do exercício, ele adquirirá
um conhecimento de tal
maneira equilibrado que
poderá identificar quando se
trata de si próprio –
animismo – ou de
interferência espiritual –
mediunismo. Através da lei
dos fluidos, pelas sensações
que o médium registra,
durante a influência que o
envolve, passa a identificar
qual a entidade que dele se
acerca. A partir daí, se
oferece numa entrega
tranquila, e o Espírito que
o conduz inspira-o além da
sua própria capacidade,
dando leveza às suas ideias
habituais, oferecendo-lhe a
possibilidade de síntese que
não lhe é comum, canalizando
ideias às quais não está
acostumado e que ocorrem
somente naquele instante da
concentração mediúnica. Só o
tempo, porém, pelo exercício
continuado, oferecerá a
lucidez, a segurança para
discernir quando se trata de
informação dos seus próprios
arquivos ou da interferência
dos bons Espíritos.”
|
Para
esclarecer
suas
dúvidas,
preencha
e
envie
o
formulário
abaixo. |
|
Sua
pergunta
será
respondida
em
uma
de
nossas
futuras
edições. |
|
|
|
|