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Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 313 - 26 de Maio de 2013

RICARDO BAESSO DE OLIVEIRA 
kargabrl@uol.com.br
Juiz de Fora, MG (Brasil)

 
 

As origens do bem


Charles Darwin considerava o problema do altruísmo – o ato de ajudar alguém – como um desafio potencialmente fatal para sua teoria da seleção natural. Se a vida fosse uma cruel “luta pela existência”, como um indivíduo altruísta poderia viver o tempo suficiente para se reproduzir? Por que a seleção natural iria favorecer um comportamento que reduz nossas chances de sobreviver? Em A Origem do Homem, Darwin escreveu: “Os indivíduos que preferiam se sacrificar a trair seus companheiros – como muitos selvagens faziam – frequentemente não deixavam descendentes que pudessem herdar sua natureza nobre”. E, no entanto, como Darwin sabia, o altruísmo está por toda parte. Os morcegos alimentam seus companheiros famintos; as abelhas cometem suicídio dando ferroadas para defender a colmeia; os pássaros criam filhotes que não são seus; o ser humano pula nos trilhos do metrô para salvar gente estranha. A onipresença desses comportamentos sugere que a bondade não é uma estratégia derrotista para a vida e, no entanto, sob o aspecto da biologia evolutiva, o bem é uma estupidez, pois dá força e recurso ao outro na luta pela vida, reduzindo nossa possibilidade de sobrevivência.

Como entender isso? Uma hipótese elegante foi apresentada recentemente (2012) pelo biólogo de Harvard, Edward Wilson, no livro “A Conquista Social da Terra”. O autor indaga: as pessoas são inerentemente boas, mas corruptíveis pelas forças do mal? Ou, pelo contrário, são intrinsecamente malvadas, só podendo ser redimidas pelas forças do bem?

Ele mesmo responde: as pessoas são ambas as coisas. O dilema humano, segundo ele, foi preordenado pela forma como nossa espécie evoluiu, sendo, portanto, uma parte da natureza humana.

Explica o autor citado acima que o dilema do bem e do mal foi criado por aquilo que ele denomina de seleção multinível, ou seja, a seleção natural que se dá em duas dimensões: individual e de grupo. A seleção individual e a seleção de grupo agem conjuntamente sobre o mesmo indivíduo, mas em grande parte em oposição uma à outra. A seleção individual é o resultado da competição por sobrevivência e reprodução entre membros do mesmo grupo. Ela molda instintos em cada membro que é fundamentalmente egoísta em referência aos demais membros. Em contraste, a seleção de grupo consiste na competição entre sociedades, por meio do conflito direto e da competência diferencial na exploração do meio ambiente. A seleção de grupo molda instintos que tendem a tornar os indivíduos altruístas entre si. A seleção individual é responsável por grande parte do que chamamos de pecado, acrescenta Wilson, enquanto a seleção de grupo é responsável pela maior parte da virtude. Juntas criaram o conflito entre o anjo e o demônio de nossa natureza.

Existe, segundo ele, uma regra férrea na evolução social humana: grupos altruístas derrotam grupos egoístas. Os seres humanos foram obrigados a buscar a moralidade – a fazer a coisa certa, se refrear, ajudar os outros, às vezes correndo risco pessoal – porque a seleção natural favoreceu essas interações dos membros do grupo que beneficiam o grupo como um todo.

A seleção de grupo pode ser invocada para explicar a cooperação, um traço importante da natureza humana. O altruísmo aumenta a força e a competitividade dos grupos e tem sido favorecido durante a evolução humana. O altruísmo autêntico se baseia num instinto biológico pelo bem comum da tribo.

Tendo como base O LIVRO DOS ESPÍRITOS, podemos sugerir as ideias seguintes:

Durante suas vivências reencarnatórias, o princípio espiritual foi incorporando instintos, que passaram a fazer parte de sua individualidade. Conviveu com o mal, mas também necessitou conhecer o bem para sobreviver; dependeu do egoísmo como elemento indispensável à sobrevivência no reino animal e nos períodos que precederam a conquista da razão, mas se identificou igualmente com instintos relacionados com a cooperação, a renúncia e a generosidade, adquirindo experiências e escrevendo em sua consciência as leis de Deus (LE, item 621).

Essas leis deveriam oportunamente lhe ser lembradas, pois as tinha esquecido e desprezado (LE, item 621-a). Os maus instintos fazem frequentemente que ele esqueça a lei de Deus (LE, item 620). Deus, no entanto, tem confiado a muitos homens a missão de revelar sua lei. (LE, item 622).

Ao perguntar aos Espíritos Superiores por que Deus não criou a Humanidade em melhores condições, Kardec recebeu deles a seguinte resposta:

Os Espíritos foram criados simples e ignorantes. Deus deixa ao homem a escolha do caminho. Tanto pior para ele, se toma o mau caminho: sua peregrinação será mais longa. Se não existissem montanhas, o homem não compreenderia que se pode subir e descer; e se não existissem rochas, não compreenderia que há corpos duros. É preciso que o Espírito adquira experiência e, para isso, é necessário que conheça o bem e o mal (LE, item 634).

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita