Humanização e
religiosidade na
promoção de ações
em
saúde
Este tema - Saúde e
Religião - por muito
tempo tem sido
levantado, tomando seus
elementos como
contraditórios no âmbito
das ações do cuidado,
como se o cuidado
técnico excluísse a
dimensão da
religiosidade nas
possibilidades de
atuação dos
profissionais de saúde.
Podemos ter reflexões
acerca da relação entre
Humanização e
Religiosidade nas ações
realizadas no campo da
saúde, demonstrando que
Saúde e Religião são
aspectos consoantes às
ações de cuidado,
destruindo a necessidade
de polarizar,
dicotomizar, fazer
discurso humanizador por
incluir as crenças dos
sujeitos, pacientes e
cuidadores em uma
relação menos técnica e
mais humana.
Não é surpresa o quanto
o tema religiosidade
circula entre ao
pacientes. É comum
ouvi-los falar das suas
compreensões a respeito
dos motivos da doença:
"É uma prova que Deus
preparou para testar
minha fé", ou “tenho que
passar por isso, já que
é a vontade de Deus”.
Além do tratamento
médico convencional, o
paciente costuma
recorrer à prática
religiosa, entendendo
que estas também podem
promover a sua cura.
Rezam, oram, fazem
promessas, novenas, e o
fato de adoecerem faz
com que muitos recorram
ao seu universo
sociocultural, ao seu
mundo de crenças,
valores e práticas para
construir sentidos,
significados e formas de
lidar com a sua aflição.
A Organização Mundial de
Saúde (OMS) define
“saúde” enquanto "[...]
bem-estar
biopsicossocial-espiritual
[...]" (1948). Muitos
procuram não viver o
sofrimento físico dos
pacientes e buscam
enfrentar o desafio do
cuidado com a solidão,
isolamento e com a
angústia e os anseios
que dele advêm. É
necessário ver para
crer, mas também crer
para ver, ser receptivo
nas possibilidades que a
ciência ainda não
abarcou.
Para favorecer uma
relação de confiança,
precisa haver o
conhecimento das crenças
envolvidas e a relação
de crença dos
profissionais e dos
pacientes. Os
profissionais tendem a
ser lógicos,
estatísticos e rígidos,
com menos esperança, e a
atribuição da
enfermagem, como fazer
medicações e atender às
necessidades do corpo. A
diferença está na
prática, na maneira pela
qual executam as suas
funções. Podem usar de
carinho e paciência com
os doentes, familiares e
a equipe. Podem encarar
a vida e a morte como
uma experiência que
ajuda a crescer e a
amadurecer, favorecendo
a atuação mais
humanizada, menos
mecânica e técnica, ou
ceder à necessidade de
isolamento emocional e
executar um cuidado
burocrático, frio,
entendendo que a prática
do cuidado se limita ao
físico. O enfermeiro
passa a concentrar a
atenção cada vez mais em
equipamentos, em pressão
sanguínea, como forma
desesperada de rejeitar
a morte iminente,
eximindo-se de cuidar do
paciente como um todo
emocional, social e
espiritual.
Na verdade, são duas
categorias profissionais
fundamentais no processo
terapêutico,
considerando que a
atenção em saúde deva
ser integral e incluir,
também, e,
principalmente, o saber,
a opinião e as
considerações do próprio
paciente e de sua
família, se o paciente
considera importante
pedir uma bênção, um
passe, uma oração ou
qualquer outra
intervenção de acordo
com a tradição religiosa
seguida por ele.
A cura não é obra de
coincidência ou emissão
espontânea. Cura é um
ato criador, que exige
todo esforço e toda a
dedicação que as outras
formas de criatividade
reclamam (SIEGEL, 2001,
p. 59). Será que não
estamos passando por
meras máquinas durante o
processo do cuidar,
deixando de lado um
mínimo de necessidades
humanas básicas? Isso
independe da idade,
sexo, cultura,
escolaridade e fatores
socioeconômicos. A fé é
uma necessidade de apoio
e uma força "suprema".
Cabe deixar bem claro
que o enfermeiro é um
profissional com
formação técnica, e, no
exercício de sua função,
ele não pode atuar como
religioso, tendo o
discernimento de não
fazer pregações e
apologias religiosas,
porém, devem valorizar
as manifestações de
religiosidade,
compreender que este é
um fenômeno intrínseco à
condição humana, e
utilizar este fato como
uma das ferramentas
úteis para o sucesso do
tratamento.