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O Espiritismo responde
Ano 7 - N° 315 - 9 de Junho de 2013
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 
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ESPIRITISMO SÉCULO XXI
 


 
Reportando-se ao lema “Fora da caridade não há salvação”, um leitor pergunta-nos o que na doutrina espírita se entende por caridade.

Segundo entendemos, o conceito da palavra caridade, na visão espírita, é idêntico ao entendimento que Jesus tinha com respeito ao mesmo assunto.

Na questão n. 886 d´O Livro dos Espíritos, Allan Kardec indagou:

- Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?

Resposta dos benfeitores espirituais: “Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”.

Em nota colocada em seguida à questão citada, Kardec diz que o amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, visto que amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejamos nos seja feito. Esse – segundo ele – é o sentido da conhecida frase de Jesus: “Amai-vos uns aos outros como irmãos”.

Com efeito, a caridade, na visão cristã, não se restringe à esmola e abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles inferiores, iguais ou superiores a nós.

Ela nos prescreve também a indulgência, porque de indulgência nós também precisamos, e nos proíbe que humilhemos os desafortunados, contrariamente ao que se costuma fazer.

Se se apresenta diante de nós uma pessoa rica ou famosa, todas as atenções e deferências lhe são dispensadas, diferentemente do que ocorre se ela for uma pessoa sem recursos ou destituída de fama.

Ora, quanto mais lastimosa for a sua posição, tanto maior cuidado devemos ter em não lhe aumentarmos o infortúnio pela humilhação, porquanto o homem verdadeiramente bom procura elevar, aos seus próprios olhos, aquele que lhe é supostamente inferior, diminuindo a distância que os separa.

A caridade, como se vê, pode ser feita de várias formas: por pensamentos, por palavras e por ações, e se disfarça de mil modos.

Podemos ser caridosos mesmo com os parentes e com os amigos, sendo indulgentes uns com os outros, perdoando-se mutuamente as fraquezas, cuidando para não ferir o amor-próprio de ninguém.

Importante também que lembremos uma conhecida advertência de Jesus relativamente à caridade material. Disse-nos o Mestre: “Quando derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita; a fim de que a esmola fique em segredo, e vosso Pai, que vê o que se passa em segredo, vos recompensará”.

Tais palavras significam que o bem que praticamos não deve ser divulgado nem constituir motivo de orgulho para aquele que o pratica.

Segundo o Espiritismo, fazer o bem sem ostentação e ocultar a mão que dá constituem marca incontestável de grande superioridade moral, visto que, agindo assim, a pessoa renuncia à satisfação que advém do testemunho dos homens e espera tão-somente a aprovação de Deus. E tal ação se revela ainda mais sublime quando o benfeitor, invertendo os papéis, acha meios de parecer ser ele o beneficiado diante daquele a quem presta serviço, algo que Cairbar Schutel sabia fazer como ninguém.


 
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