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Brasil
Ano 7 - N° 316 - 16 de Junho de 2013
MARTHA RIOS GUIMARÃES 
marthinharg@yahoo.com.br
São Paulo, SP (Brasil)
 


Responsabilidade mediúnica
é tema de seminário
em São Paulo

O evento reuniu trabalhadores da região da USE Distrital Vila Maria, que o promoveu e realizou

 
A União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo – Distrital Vila Maria realizou seminário sobre “Responsabilidade Mediúnica”, em 25 de maio de 2013, na sede de uma das sete instituições que compõem o órgão da região norte paulista (fotos). A iniciativa nasceu de pedidos dos dirigentes e trabalhadores das Casas Espíritas que entendem necessário reciclar constantemente as informações sobre esse e outros temas doutrinários.

Após breve apresentação institucional da USE Distrital Vila Maria, o expositor Sylvio Mendonça (presidente da USE Intermunicipal Jundiaí) iniciou a exposição de um conteúdo que mesclou teoria e citações de experiência prática, haja vista ter ele vasta experiência na área da qual é trabalhador há décadas.

As obras de Allan Kardec, em especial as relacionadas ao tema mediunidade, foram apresentadas como as mais importantes a serem estudadas, debatidas e entendidas para posterior trabalho nas reuniões mediúnicas. Autores como Herculano Pires, Hermínio Miranda e Manoel Philomeno de Miranda (Espírito) também foram bastante utilizados no decorrer da apresentação, em virtude da grande quantidade de informações (todas elas totalmente de acordo com a base kardequiana) confiáveis e úteis na prática mediúnica.

Nenhum autor dispensa análise criteriosa de seus apontamentos tendo como referências as obras fundamentais da Doutrina Espírita, codificadas pelo Mestre Allan Kardec”, afirmou Sylvio Mendonça alertando para a invasão de obras ditas espíritas, mas que oferecem conteúdos equivocados quando analisados a partir dos critérios kardequianos e do bom senso.

Muito mais do que estudo doutrinário, porém, a reunião mediúnica deve obedecer a alguns pontos essenciais, entre eles a formação de um grupo o mais homogêneo e harmonioso possível. Isso porque o respeito, o afeto e o pensamento unido em torno de um mesmo ideal são a base para um ambiente fraternal onde a Espiritualidade encontra energias positivas necessárias para a atuação efetiva.

Foi extremamente esclarecedor e importante o destaque dado por Mendonça para o papel de cada componente  dentro das reuniões. E,

Público presente ao evento

Sylvio Mendonça, Presidente da USE Intermunicipal de Jundiaí e Madalena, sua esposa

Severino Gomes, Roberto Storai, Martha Rios, Viviane Albuquerque, Isaura e Gildo Portero

Todos os participantes  foram presenteado
com um livro, jornais e revistas espíritas

Os presentes aprovaram, também,
o saboroso lanche oferecido.

ao contrário do que alguns pensam, “cabem aos encarnados funções como seleção de pessoal, orientação sincera aos integrantes do grupo e tomadas de decisões para que a atividade possa ser desenvolvida da melhor forma possível”.

O famoso melindre – infelizmente, muito comum dentro das instituições espíritas, em uma demonstração clara da falta de entendimento e prática da doutrina – não foi esquecido, como comentou uma das participantes, Cida Alvarez: “É muito difícil para o Dirigente das reuniões lidar com esse tipo de comportamento, mas é necessário pensar sempre no bem coletivo, mesmo que isso significa desagradar um indivíduo”.

Ainda sobre esse tema o debate levou à lógica conclusão de que é papel dos encarnados lidar e resolver esse problema, sem esperar da Espiritualidade uma atuação que não lhe compete. 

Espiritismo (também) para os vivos

Muito mais do que ceder espaço, oferecer cursos e materiais diversos sobre o assunto, cabe à Casa Espírita observar e conhecer o máximo possível os seus colaboradores. Foi destacado que o meio espírita sempre oferece o melhor possível aos desencarnados que comparecem às reuniões mediúnicas (o que é importante e necessário, devendo permanecer neste tipo de comportamento), porém, nem sempre se oferece atenção e afeto ao colaborador e ao público formado pelos encarnados.

Faz-se necessário conhecer de verdade as pessoas com quem convivemos na instituição espírita. Somente assim constituiremos verdadeiras “famílias”, com membros que se auxiliam e aprendem mutuamente. Para isso precisamos dedicar nosso tempo ao cultivo das relações. Diferente de “bisbilhotar” a vida alheia, o que se pretende é aprofundar o nível de amizade com o único objetivo de criar laços verdadeiros de carinho e apoio mútuo.

Dentre os exemplos citados pelos presentes para atingir esse nível de relacionamento, destacamos: chegar mais cedo à Casa Espírita para conversas amigáveis e saudáveis, visitas ao lar dos amigos nos aniversários ou em outras datas, programas comuns como ir ao cinema, ao teatro etc. “No nosso grupo comemoramos o aniversário de cada componente do grupo. É uma delícia”, afirmou Madalena Mendonça, esposa do orador.

O termo animismo também foi explorado não como algo negativo, mas como uma forma de expressão do Espírito do médium que, como qualquer outro, possui experiências múltiplas e conhecimento construído ao longo delas, sendo, portanto, dignas de serem observadas. “Notemos que um dos caminhos para sabermos se a comunicação é anímica ou não é conhecer verdadeiramente o componente do grupo”, enfatizou Sylvio.

Da mesma maneira, a fraude – quando a pessoa está consciente do que fala e faz, mas  finge estar dando comunicação mediúnica, normalmente para enaltecer a si própria e/ou para defender ideias próprias e geralmente contrárias à doutrina – também foi mencionada, mas como algo inaceitável dentro da comunicação mediúnica.

As cerca de quarenta pessoas presentes ao evento avaliaram-no como muito bom e entenderam que as informações proporcionadas pelo expositor e pelo debate efetuado servirão de base para muitas reflexões e até mesmo eventuais mudanças nas atividades mediúnicas em que participam. “Tenho 81 anos e mais de 50 atuando como médium, porém tenho consciência de que sempre há muito a aprender”, finalizou Severino N. Gomes, em uma clara demonstração de humildade. Essa, uma das mais essenciais virtudes ao bom exercício mediúnico.


Nota da autora:
 

As fotos que ilustram esta reportagem foram feitas por Viviane Albuquerque. 



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita