A
fé entre
o humano
e o
divino
Ontem,
pensava
sobre a
passagem
em que
Jesus,
junto
aos
apóstolos,
atravessava
as
turbulências
das
águas do
mar da
Galileia,
o
balanço
daquelas
águas
ferozes,
o barco
que era
jogado
para lá
e para
cá e o
medo que
tomava
conta do
semblante
daqueles
homens
simples.
Metaforicamente,
essa
passagem
repercute
nas
turbulências
que
enfrentamos
cotidianamente,
nas
lágrimas
que
caem,
ante as
dores
que nos
visitam,
seja
inesperadamente,
seja por
escolha,
em face
das
nossas
ações;
no medo
que
cobre
nossa
alma,
impedindo-nos
de
exercer
algum
movimento
de
mudança
e, ao
mesmo
tempo,
no
convite
que a
vida nos
endereça,
no
sinuoso
percurso
do
desenvolvimento
da fé.
Foi
exatamente
esta
palavra
que
Jesus
lembrou
aos
apóstolos,
quando
enfrentavam
aquele
fenômeno
da
natureza.
A fé
como
mola
propulsora
da
certeza
de que
as águas
turbulentas
existem
constantemente
em
nossas
vidas,
mas
temos a
capacidade
de
enfrentá-las
e de
buscar
os meios
para
transpor
tais
obstáculos.
Será que
sabemos
da nossa
real
capacidade?
Novamente
volto às
palavras
singelas
do
Mestre
Jesus:
“Não
está
escrito
na vossa
lei: ‘Eu
disse:
Vós sois
deuses
(Sal.
81,6)?’”
[...]
“‘Em
verdade,
em
verdade
vos
digo:
aquele
que crê
em mim
fará
também
as obras
que eu
faço, e
fará
ainda
maiores
do que
estas,
porque
vou para
junto do
Pai
[...].’”
[João,
10:34,
14:12]
(BÍBLIA
SAGRADA:
edição
pastoral-catequética.
168. ed.
São
Paulo:
Ave
Maria,
2005, p.
1.399,
1.404,
grifo
original.)
Deuses...
quanta
responsabilidade!
Dotados
de
capacidade
de
transformação,
de
transcendência,
à medida
que nos
movimentamos,
que
saímos
do lugar
em que
nos
encontramos.
Naquele
momento
extremo
no qual
o
sofrimento
é o
companheiro,
a fé é a
esperança
que
incita o
movimento.
E, por
falar
nisso,
“O
Evangelho
segundo
o
Espiritismo”,
em seu
Capítulo
XIX,
intitulado
“A Fé
Transporta
Montanhas”,
descreve
a
importância
da
tríade
fé-esperança-caridade.
Interessante
pensar
nesta
bela
composição.
Fidelidade
na
capacidade
de
mobilização,
quanto
às
circunstâncias
presentes,
com
vistas
ao
futuro e
à
certeza
na
possibilidade
concreta
de fazer
diferente,
de
transformar
atitudes
e de
mobilizar
ações
importantes
para a
convivência
consigo
mesmo e
com os
outros.
Tarefa
fácil
não é.
Em meio
à
confusão
que se
instaura
quando
tomados
pelos
obstáculos
e pelas
dificuldades
humanas,
até
mesmo o
entendimento,
por
vezes,
fica
ofuscado
pela dor
que
assoma
ao
coração.
Importante
persistir
no
aprendizado
e se
colocar
em
abertura
de
questionamento
diante
das
situações
mais
inusitadas:
O que
essa
situação
tem de
interessante
para o
meu
crescimento?
Como o
movimento
relacional
fez
aflorar
tanto
sentimento
e
emoção?
E esse
comportamento,
qual o
motivo
do seu
existir?
A que
veio
essa
provação?
E qual o
seu
sentido
no meu
existir?
Perguntas
realizadas
de
maneira
singular
e que
oportunizam
o
conhecimento
da
capacidade,
da
coragem
e do
movimento
preconizados
pela
tríade
aqui
exposta.
Assim
como a
oportunidade
para
conhecer
os
próprios
limites,
o
desenrolar
da
capacidade
humana e
divina
em nós
muito
pode ser
alcançado,
sem cair
no
esquecimento
de que o
espaço
selecionado
para o
desenvolvimento
particular
também é
o espaço
de
divisão
e de
correlação
com
outras
pessoas,
as
quais,
como
nós,
também
estão à
procura
do seu
crescimento,
articulam
curiosidade
e
vontade
de se
transformar,
de
maneira
peculiar,
no seu
próprio
tempo.
Nesse
sentido,
a fé é
humana e
divina:
solicita
de nós o
arranjo
de
nossas
capacidades
e a
inteligência
frente
às
questões
humanas.
O
desenvolver
dessa
certeza,
dessa
fortaleza,
nos
remete à
nossa
forma
divina
latente,
que
borbulha
em nosso
ser, em
busca da
hora
certa de
se
manifestar.