A leitora Ester Rodrigues,
em carta publicada na seção
de Cartas desta mesma
edição, pergunta: – Por que
um médium que deixa de
frequentar as reuniões
começa a enfrentar um
problema atrás do outro?
Isso seria uma forma de
cobrança?
Cobrança não seria a palavra
adequada; digamos que seja
uma consequência da atitude
tomada, sobretudo quando não
há razões que a justifiquem
perante a Lei de Deus.
As vicissitudes com que nos
deparamos na Terra, que
muitos chamam de problemas,
fazem parte do processo
evolutivo. Segundo o
Espiritismo, para alcançarem
a perfeição, os Espíritos
têm de sofrer todas as
vicissitudes da existência
corporal (O Livro dos
Espíritos, 132). O fato
pode ocorrer, portanto, com
qualquer pessoa, seja médium
ou não, esteja trabalhando
ou não.
No tocante especificamente
às consequências advindas do
abandono da tarefa
mediúnica, é interessante
examinar o que Divaldo
Franco disse, em resposta a
uma pergunta semelhante à
feita pela leitora.
Eis as palavras do conhecido
médium, que todos nós
admiramos:
“O êxito de qualquer
atividade depende do
exercício da aptidão de que
se é objeto. A mediunidade,
segundo Allan Kardec, ‘é uma
certa predisposição
orgânica’ de que as pessoas
são investidas. A faculdade
mediúnica é do Espírito. A
mediunidade é-lhe uma
resposta celular do
organismo. Apresenta-se como
sendo uma aptidão. Se a
prática não é
convenientemente educada,
canalizada para a finalidade
a que se destina, os
resultados não são,
naturalmente, os desejados.
A pessoa, não conduzindo
corretamente as suas forças
mediúnicas, não logra os
objetivos que persegue.
Abandonando a tarefa a meio
termo, é natural que isso
lhe traga os efeitos que são
consequentes do desprezo a
que está relegada. Qualquer
instrumento ao abandono é
vítima da ferrugem ou do
desajuste. Emmanuel, através
da abençoada mediunidade de
Chico Xavier, afirmou com
lógica: ‘Quanto mais
trabalha a enxada, mais a
lâmina se aprimora. A enxada
relegada ao abandono vai
carcomida pela ferrugem’.
Quando educamos a
mediunidade, ampliando a
nossa percepção parafísica,
desatrelamos faculdades que
jaziam embrionárias. Se, de
um momento para outro,
mudamos a direção que seria
de esperar-se, é óbvio que a
mediunidade não desaparece e
o intercâmbio que se dá muda
de condutor. O indivíduo
continua médium, mas, já que
ele não dirige a faculdade
para as finalidades nobres,
vai conduzido pelas
entidades invigilantes, no
rumo do desequilíbrio. Daí
dizer-se, em linguagem
popular, que a mediunidade
abandonada traz muitos danos
àquele que dela é portador.
Isso ocorre porque o
indivíduo muda de mãos.
Enquanto está no exercício
correto de suas funções,
encontra-se sob o amparo de
entidades responsáveis. Na
hora que inclina a mente e o
comportamento para outras
atividades, transfere-se de
sintonia, e aqueles com os
quais vai manter o contato
psíquico são,
invariavelmente, de teor
vibratório inferior,
produzindo-lhe danos.
Também seria o caso de
perguntarmos ao pianista o
que acontece com aquele que
deixa de exercitar a arte a
que se dedica no campo da
música. Ele dirá que perde o
controle motor, que as
articulações perderam a
flexibilidade, a
concentração desapareceu e
ele vai, naturalmente,
prejudicado por uma série de
temores que o assaltam,
impedindo-lhe o sucesso. A
mediunidade é um compromisso
para toda ‘a vida’ e não
apenas para toda a
reencarnação. Porque,
abandonando os despojos
materiais, o médium
prossegue exercitando a sua
percepção parafísica em
estágios mais avançados e
procurando chegar às faixas
superiores da Vida”.
(Diretrizes de Segurança, 3a
edição, questão 26.)
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