A posse em
benefício de
todos
– O desejo de
possuir é
natural? “Sim,
mas quando o
homem só deseja
para
si e para sua
satisfação
pessoal, é
egoísmo.”
(Questão 883 de
“O Livro dos
Espíritos”, de
Allan Kardec.)
Indiscutivelmente,
a criatura
humana necessita
dos bens
materiais para
viver aqui na
Terra.
Obviamente,
ninguém
contestará tal
assertiva, pois
que requisitos
básicos como
alimentação,
vestuário,
remédios,
abrigos, dentre
outros, são
totalmente
indispensáveis a
todos.
Condenável é o
excesso.
O que tem
causado tremendo
desequilíbrio
material no
contexto da
sociedade em que
vivemos é que
poucos possuem
muito e muitos
contam com tão
pouco, criando
uma disparidade
identificável e
reconhecida que
tem originado um
clima de enorme
insegurança e
insatisfação
entre os homens.
Alguns retêm
para si e para
sua satisfação
pessoal ou
familiar grandes
fortunas e
enorme
quantidade de
bens materiais,
enquanto outros
não conseguem,
embora se
esforcem, nem
mesmo um mínimo
para uma
sobrevivência
digna.
Sem dúvida, a má
distribuição das
rendas é o
nascedouro de
infindáveis
conflitos. E o
que é ainda
pior: criaturas
e povos que já
contam com muito
ainda querem
mais, muito
mais, sem se
sensibilizarem
pela penúria de
quem nada
possui. Daí
surgem os
conflitos
pessoais e as
grandes
contendas
internacionais.
O desejo de
possuir é muito
natural, mas de
possuir somente
o necessário, o
indispensável
para que vivamos
de forma digna,
pois o que sobra
em nossa casa,
sem dúvida,
estará faltando
na residência de
alguém.
Também, a
distribuição
indiscriminada e
sem qualquer
critério não
seria a solução
para o correto
ajuste material
no seio na
humanidade.
Imperioso se
torna que todos
tenham
consciência e
oportunidades
para adquirir o
básico
necessário, mas
para tanto não
podemos olvidar
a necessidade de
educar o povo.
Somente a
educação será
capaz de quebrar
as resistentes
cascas do
egoísmo que
impera em nossos
corações.
Geralmente,
quando estamos
devidamente
atendidos e
satisfeitos,
pouco ou quase
nunca pensamos
naqueles que
vivem com
extrema carência
material. Às
vezes, situações
tão extremas que
acaba a criatura
perdendo as
bases do
equilíbrio,
derrapando pelos
desfiladeiros de
comportamento
indignos e
perigosos, com
terríveis
reflexos para a
segurança e
estabilidade
social.
Não podemos
negar que homens
existem que
estão em extrema
miséria por
deliberação
própria, onde o
comodismo e a
preguiça ditam
suas normas.
Também não
podemos criticar
aqueles que com
enormes esforços
juntaram grandes
fortunas. Apenas
precisamos
refletir que os
bens materiais
devem estar a
serviço de
todos.
Erra o
preguiçoso que
vive da caridade
alheia, como
erra o
afortunado que
pensa somente em
si. O primeiro
desconhece os
valores do
trabalho, o
segundo continua
cultuando o
egoísmo.
Louváveis são os
grandes impérios
financeiros que
distribuem
empregos e renda
a tantas
famílias, como
merece o nosso
aplauso o
pequeno
empresário que
dá oportunidade
de trabalho
mesmo que seja a
uma única
pessoa.
Lamentável será
sempre: o
acúmulo, a
especulação, os
cofres
trancados,
enquanto ao
nosso lado segue
a fila daqueles
que imploram por
um prato de
comida, uma
oportunidade de
trabalho ou uma
chance de ganhar
seu próprio
sustento, com
seu esforço.
O desejo de
possuir não é um
erro, nem
comportamento
egoísta, quando
desejamos o
necessário. O
equívoco está em
reter mais do
que precisamos,
pois daí em
diante alguém
estará privado
do seu
necessário.
A paz que
queremos estará
mais à frente
quando
aprendermos a
repartir os bens
materiais que a
Terra nos
oferece.