Incrédulos
Regozijar-se-iam, sim,
com a verdade que nos
enriquece de otimismo e
consolo!
Se pudessem,
acalentariam a claridade
da fé, com a emoção dos
cegos que recobrassem
repentinamente a visão,
diante da alvorada,
deslumbrados de
júbilo...
Se pudessem, estariam
erguidos à confiança
como árvores generosas
levantadas para o céu.
Contudo, transitam na
Terra à feição de
alienados mentais que a
Ciência não vê.
Terrenos devastados pelo
incêndio das paixões,
acabaram dominados pelos
vermes do materialismo
que lhes corroem os
últimos embriões de
esperança, muitas vezes
em festins de sarcasmo.
Quereriam vibrar ao
calor da convicção na
sobrevivência, mas
trazem o coração
enregelado pela névoa da
morte.
São legisladores e não
procuram as leis
profundas que regem a
vida, são professores e
não conhecem a essência
das lições que
transmitem, são médicos
e não auscultam os
princípios sutis que
organizam as formas, são
juízes e não estudam as
reações do destino nas
vítimas do mal que lhes
são dadas a exame, são
advogados e não
identificam a santidade
do direito, são artistas
e não buscam a glória
oculta da arte, são
operários e não percebem
a substância divina do
trabalho, são pais e
mães e não pressentem a
sabedoria com que se
lhes estrutura o
alicerce do lar.
Incrédulos, tateiam na
sombra que lhes verte do
cérebro mergulhado na
incompreensão.
Não lhes agraves os
padecimentos com
palavras amargas!
Injuriando-lhes as
opiniões, mais abriremos
as feridas que lhes
sangram no peito.
O azedume estabelece,
para os espíritos
viciados na irritação,
seis modalidades de
tributos calamitosos: a
perda do trabalho, a
perda do auxílio, a
perda do equilíbrio, a
perda da afeição, a
perda da oportunidade e
a perda de tempo.
Diante deles, nossos
irmãos que se
tresmalharam na
irresponsabilidade e no
desespero, desdobremos a
abnegação, a tolerância
e a caridade,
multiplicando as obras
da educação e os valores
espontâneos do bem,
porque toda criatura que
nega a paternidade de
Deus e recusa admitir a
existência da própria
alma está carecendo de
socorro no hospital da
oração e no abrigo do
bom exemplo.
Do cap. 33 do livro
Seara dos Médiuns,
de Emmanuel,
psicografado pelo médium
Francisco Cândido
Xavier.