Adjetivações ao
Espiritismo
Certo confrade, por
e-mail, estranhara em
dado momento do meu
artigo: “Modelo
Involutivo-Evolutivo”,
por este autor ter
empregado o termo um
tanto moderno de:
ESPIRITISMO INTEGRAL.
Mas não havia e não há
razões para tal, até
porque estive
fundamentado no próprio
escrito de Kardec que
esperava, segundo ele
próprio, o que
denominara: ESPIRITISMO
COMPLETO, e, portanto,
de sua adjetivação
mesma, e, sendo assim, o
que o presente autor
fizera fora apenas
interpretá-lo e
acompanhá-lo em seu
raciocínio qualitativo e
descritivo do termo e do
tema em questão,
materializando-lhe, nos
presentes tempos, o que
poderia e que pode ser
uma sua muito bem
acertada perspectiva e
conjectura de antanho.
Até porque, em meu
íntimo, sempre estivera
liberado de tal
adjetivo, pois que, na
verdade, trata-se o
Espiritismo Integral do
mesmo Espiritismo de
Kardec, porém, em seus
desenvolvimentos, ou
seja, unificado,
hipoteticamente, em
tese, portanto, ao
conteúdo doutrinário de
outra denominação
espiritualista. E, para
que não paire dúvida
sobre tal, e aqui, como
em outra parte – e
tantas partes, artigos e
teses –, sempre estive a
declarar-me e a
definir-me como pessoa
que almeja ver o
Espiritismo de Kardec
associado ao Monismo de
Pietro Ubaldi, pois que
os considero, de mim
mesmo, de minha
racionalidade e de
minhas inspirações, e,
independente de posturas
adversantes, como
Doutrinas que se
completam mutuamente
para uma compreensão
mais dilatada e mais
ampla do Espiritismo
kardequiano. Portanto,
tenho entendido e
divulgado, como é do meu
direito entender e
divulgar, já que crime
algum estou a cometer,
que:
[Espiritismo Integral]
= [Obra de Kardec (=c=)
Obra de Ubaldi]
Ou seja: o Espiritismo
Integral é nada mais,
nada menos, que uma
conexão (=c=) do
Espiritismo do mestre
Lionês (França) com o
Monismo do sábio
intuitivo da Úmbria
(Itália).
Óbvio que isto, por si
só, e sem que eu o
quisesse, já levanta a
ira dos mais ortodoxos,
daqueles engessados que
não pretendem o seu
desenvolvimento lógico e
constante de sentenças
do próprio punho
kardequiano: o de que o
Espiritismo é Doutrina
essencialmente
progressiva, que dilata
seus ensinos e
princípios no decorrer
do tempo-evolução. Mas o
que este autor não
esperava é que fosse
também, aquele meu
adjetivo, alvo de alguma
crítica quando o mesmo
baseia-se no próprio,
específico e devido
escrito do querido
mestre Lionês.
Mas este autor não
deveria pegar-se
surpreso! Muitos são os
que levantaram e ainda
levantam muros em torno
de Kardec e lá se
enclausuram como padres
e freiras em seu
convento. Até escritores
de longa data, de muitos
livros, já se fecharam
no círculo tão-só da
Codificação e Obras
Suplementares, e tão-só
sabiam, com sua
filosofia terra-a-terra
e, por vezes, com seu
azedume costumeiro,
atirar pedras e dardos
para todos os lados,
condenando escritos do
Chico, de André Luiz,
Pietro Ubaldi, Divaldo,
Yvonne Pereira etc. etc.
Seu Deus, pelo visto,
era exclusivamente
Kardec, e, com isso, o
defendiam cegamente nas
pretensões de obter mais
adiante a salvação no
‘reino dos céus’.
Mas o fato é que alguns
destes já estão bem
decrépitos e esquecidos,
enquanto que Chico
Xavier, por exemplo, é
hoje conhecido como o
brasileiro mais
importante de todos os
tempos; e André Luiz, e
todos nós pudemos
assistir de carteirinha,
vira sua obra “Nosso
Lar” ser contemplada
como a mais importante
obra espírita do século
vinte; estando em
segundo e terceiro
lugares: “Paulo e
Estêvão”, de Emmanuel, e
“Parnaso de Além
Túmulo”, de
Espíritos/poetas
diversos; e mais, a
coleção de livros de
André Luiz é uma das
mais vendidas no Brasil
e no Mundo, sendo das
mais confiáveis e
respeitáveis obras
mediúnicas dos tempos
ora vivenciados!
São verdadeiros imortais
– estes tais – da
literatura, da verdade e
do bem: Chico Xavier,
André Luiz e Emmanuel!
Mas estando de retorno
ao tema que se cogitava
no início deste – ou
seja: no que se refere
aos adjetivos dados ao
Espiritismo – o fato é
que Kardec mesmo, em
muitas situações, e não
somente nesta de minha
citação, utilizou-se de
tais recursos em seus
escritos e, às vezes, o
fez por força maior, ou
seja, pela indução e
pela citação dos mesmos
por terceiros. Mas o fez
sem condenar ou proibir
tal prática da parte de
seus interlocutores,
afinal, ele mesmo,
reafirmo, também fazia
uso de tais
procedimentos, às vezes,
por necessidade
pedagógica e também
doutrinária.
Ora, na “Revista
Espírita” (Edicel), de
páginas tais,
respectivos anos de sua
publicação e a seguir,
as adjetivações
mencionadas por Kardec,
sendo algumas, tenho
cogitado, de sua criação
mesma, temos o
Espiritismo:
-pg. 297, ano de 1858 –
Legal;
-pg. 193, ano de 1859 –
Prático;
-pg. 234, ano de 1860 –
Experimental;
-pg. 231, ano de 1863 –
Moderno;
-pg. 017, ano de 1863 –
Religioso;
-pg. 147, ano de 1864 –
Fenomênico;
-pg. 112, ano de 1866 –
Independente;
-pg. 114, ano de 1866 –
Cristão;
-pg. 339, ano de 1868 –
Experimental Natural.
Com efeito, até
compreendo que alguns
elementos, espiritistas
ou não, venham a
repudiar adjetivações.
Mas, no caso em questão,
condenaram a minha
pessoa, e, como
consequência, ao próprio
Kardec, a quem querem
defender e preservar.
Mas como!!! (???).
Ratifica-se, com isso,
que é preciso melhor
conhecer todos os
escritos do grande
codificador para não
proferir tolices ou
sentenças condenatórias
que, ao invés de
realçá-los como grandes
conhecedores da
Doutrina, os rebaixam
perante os mais
estudiosos.
Ora, as adjetivações ao
Espiritismo existem
desde os seus primórdios
e perduram até hoje nas
denominações sincréticas
de Espiritismo de Mesa
Branca, de Baixo
Espiritismo, de
Espiritismo Umbandista e
coisas tais,
representando novas
conceituações e
inevitáveis derivações,
conquanto, algumas
delas, um tanto
abusadas, absurdas e
equivocadas, sendo
disseminadas até mesmo
por alguns estudiosos da
comunidade acadêmica com
títulos de sociólogos e
coisas que tais.
Penso, assim, que não
deverá causar-me
sobressaltos se novas
denominações e
derivações do
Espiritismo de Kardec,
por meio de novas
adjetivações, surgirem
em nosso meio social,
tão complexo e tão
repleto de novidadeiros
que, em sua
criatividade, maldosa ou
não, estarão sempre de
plantão dispostos a
lançar a confusão em
meio já tão controverso,
inobstante as tantas
advertências e ensinos
de nossos superiores
hierárquicos, encarnados
ou não.
Portanto, não me
surpreenderei se, mais
hoje, mais amanhã, me
deparar com novas
adjetivações ao
Espiritismo de Kardec
que, já, no seu tempo,
os conhecia e deles
fazia uso no seu
cuidadoso e sensato
trabalho de codificação,
de divulgação e dos mais
diversos esclarecimentos
doutrinários, válidos
ontem, válidos hoje e
por muitos séculos
porvindouros.
O que não se deve, assim
penso, é o ficarmos
enclausurados
tão-somente na
Codificação e nos
escritos de Kardec, pois
que ele mesmo, como já
visto, recomendava:
“... ler tudo o que está
escrito sobre a matéria,
ou, pelo menos, as
coisas principais, e não
se limitar a um só
autor; devem mesmo ler o
pró e o contra, as
críticas como também as
apologias, iniciar-se
nos diferentes sistemas
a fim de poder julgar
por comparação”. (Vide
“O Livro dos Médiuns” –
Allan Kardec.)
Assim, quero crer, neste
finalmente, que o
sistema contido no
‘Modelo Evolutivo’ do
Espiritismo codificado
muito lucrará com a
contribuição
complementar do sistema
retratado pelo ‘Modelo
Involutivo-Evolutivo’
constante do Monismo
ubaldiano, constituindo
o que se pode denominar
Espiritismo Integral.
Trata-se, pois, de uma
completação lógica e
evidente, esperada,
segundo penso, e, pelo
que vimos, pelo renomado
codificador Allan Kardec
em suas mais íntimas
cogitações filosóficas e
doutrinárias.