Esconjuro
Cornélio Pires
Depois de morto, o Tonho
Fazendeiro,
Ricaço do Varjão de
Tapiruva,
Deu de morar num galho
de criúva
E assombrar as galinhas
do terreiro.
Roncava ser grandão e
manda-chuva,
Xingava e gargalhava o
dia inteiro.
Queria terra e sacos de
dinheiro,
A debochar das preces da
viúva.
Certa noite surgiu sobre
o sarilho
O espírito do pai que
disse: - “Filho,
Deus te abençoe, meu
filho, meu Antônio!”
Mas Nhô Tonho correu
pulando um muro,
Berrou que nem cabrito:
- “Te esconjuro!”
Pensando que o pai dele
era o demônio...
Do cap. XX do livro O
Espírito de Cornélio
Pires, obra
psicografada pelos
médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido
Xavier.
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