Na seção de Cartas da edição
passada, foi publicada a
seguinte carta enviada à
revista pelo leitor André
Demidoff:
“Prezado editor. Reiterando
consulta formulada no dia 26
de junho p.p., gostaria de
saber quais são os sinais e
em que situações podemos
considerar que o Centro
Espírita deixou de ser
assistido pelos Bons
Espíritos e passou a ser
controlado pelos Espíritos
inferiores. Na hipótese da
Casa Espírita estar sob a
influência dos Espíritos
inferiores, enganadores, é
possível reverter essa
situação e resgatar a
simpatia dos Espíritos
elevados? Como? De que
forma? Agradeço a atenção.
Paz e Luz. André Demidoff”.
Assim que recebemos a carta
acima, procuramos ouvir
alguns companheiros que
colaboram regularmente com
nossa revista. Dos que
consultamos, sete se
manifestaram. O que adiante
escrevemos resume, de certo
modo, o pensamento nosso e o
deles.
Eis nossa resposta:
1. Quais são os sinais de
que o Centro Espírita deixou
de ser assistido pelos bons
Espíritos?
São inúmeros os fatos que
podem sugerir-nos que algo
não vai bem na condução de
um Centro Espírita, e talvez
seja muito difícil enumerar
todos eles. Eis, contudo,
alguns fatos que, sem
dúvida, concorrem para
colocar em risco as
atividades de um Centro
Espírita:
1. Definição e busca de
objetivos distorcidos ou
equivocados.
2. Falta de rotatividade na
escolha dos dirigentes do
Centro.
3. Prática do guiismo, pela
qual o Centro Espírita se
fia exclusivamente no que
diz seu guia espiritual,
ainda quando sua orientação
se revele absurda ou
contraditória.
4. Adoção de práticas
inadequadas, incompatíveis
com as obras de Allan
Kardec.
5. Ausência de fraternidade
e de harmonia; disputas
entre dirigentes ou
trabalhadores; diz-que-diz;
intrigas; ciumeiras
exageradas; melindres;
médiuns não assíduos;
trabalhadores em conflito.
6. Atendimento mediúnico
dado a problemas
exclusivamente materiais.
7. Formação de grupos que se
apegam a cargos.
8. Inexistência de estudos
doutrinários regulares.
9. Falta de interação com
outras Casas Espíritas ou
com os órgãos de Unificação,
a federativa estadual e os
órgãos que a representam.
10. Inexistência de
atividades de assistência e
promoção social.
11. Realização de promoções
para arrecadar recursos por
meio de bingos, jogos de
azar ou atividades, como os
jantares dançantes, em que o
álcool esteja presente.
A propósito do tópico n. 3
(prática do guiismo),
lembramo-nos de que certa
vez, em importante cidade de
Santa Catarina, uma semana
de palestras promovidas pelo
Conselho Regional Espírita,
com a participação de
palestrantes importantes
vindos de fora, foi
simplesmente cancelada
porque o guia espiritual da
Casa assim o quis, sem dar
nenhuma explicação para o
fato.
2. Na hipótese de a Casa
Espírita estar sob a
influência dos Espíritos
inferiores e enganadores, é
possível reverter essa
situação e resgatar a
simpatia dos benfeitores
espirituais?
Sim. Devemos ter sempre em
mente que os benfeitores
espirituais não se afastam
efetivamente; apenas
aguardam a boa vontade, a
boa determinação e as boas
ações dos dirigentes do
Centro, o que fará com que
eles voltem. Dá-se aí algo
parecido com a atuação dos
chamados anjos de guarda ou
protetores espirituais.
Allan Kardec perguntou aos
imortais:
– Poderá dar-se que o
Espírito protetor abandone o
seu protegido, por se lhe
mostrar este rebelde aos
conselhos? “Afasta-se,
quando vê que seus conselhos
são inúteis e que mais forte
é, no seu protegido, a
decisão de submeter-se à
influência dos Espíritos
inferiores. Mas não o
abandona completamente e
sempre se faz ouvir. É então
o homem quem tapa os
ouvidos. O protetor volta
desde que este o chame.”
(O Livro dos Espíritos,
questão 495.)
A oração, a decisão séria de
mudanças, a eliminação dos
fatores citados em resposta
à primeira pergunta, a busca
da harmonia e da paz,
aliadas a promoções
doutrinárias que ergam o
nível das atividades da
Casa, eis ações que aos
poucos farão com que o
Centro Espírita volte ao
caminho do qual jamais
deveria ter-se afastado.
Sugerimos, por fim, ao
leitor e às pessoas de boa
vontade que se defrontem com
as situações aqui descritas
a leitura dos livros “Dramas
da Obsessão”, de Yvonne A.
Pereira, e “Aconteceu na
Casa Espírita”, de Nora,
psicografado por Emanuel
Cristiano, em que o assunto
suscitado pelo leitor
constitui o tema central.
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