No Invisível
Léon Denis
(Parte 1)
Iniciamos nesta edição
o estudo
metódico e sequencial do
clássico "No Invisível",
de Léon Denis, cujo
título no original
francês é
Dans l'Invisible.
Questões preliminares
A. Quem é o autor da
frase “O Espiritismo
será o que dele fizerem
os homens”? |
Léon Denis é o autor
dessa frase, que faz
parte da Introdução da
obra “No Invisível”, ora
em estudo. Diz ele que
ao contacto da
Humanidade as mais altas
verdades às vezes se
desnaturam e obscurecem.
Podem constituir-se uma
fonte de abusos. A gota
de chuva, conforme o
lugar onde cai, continua
sendo pérola ou se
transforma em lodo. Por
isso, era com desgosto
que ele observava a
tendência de certos
adeptos no sentido de
menosprezar a feição
elevada do Espiritismo,
a fonte dos puros
ensinamentos e das altas
inspirações, para se
restringirem ao campo da
experimentação
terra-a-terra, à
investigação exclusiva
do fenômeno físico.
(No Invisível,
Introdução.)
B. Que lei é
determinante nas
relações com o mundo
invisível?
|
É a lei das afinidades e
atrações. Nesse domínio,
quem procura baixos
objetivos os encontra e
com eles se rebaixa:
aquele que aspira às
remontadas culminâncias,
cedo ou tarde as atinge
e delas faz pedestal
para novas ascensões. Se
desejamos manifestações
de ordem elevada,
devemos fazer esforços
por elevar-nos a nós
mesmos. O bom êxito da
experimentação, no que
ela tem de belo e
grandioso – a comunhão
com o mundo superior –,
não o obtém o mais
sábio, mas o mais digno,
o melhor, aquele que tem
mais paciência e
consciência e mais
moralidade.
(Obra citada,
Introdução.)
C. No tocante aos
círculos acadêmicos,
como o Espiritismo era
visto na França?
|
A situação do
Espiritismo na França,
no início do século XX,
não era idêntica à
alcançada em certos
países estrangeiros.
Enquanto na Inglaterra e
na Itália conquistou
ele, nos círculos
acadêmicos, adesões de
singular notoriedade, a
maioria dos sábios
franceses adotou a seu
respeito uma atitude
desdenhosa e, mesmo, de
aversão, no que
revelaram eles bem
escassa clarividência;
porque, se a ideia
espírita apresenta, às
vezes, exageros,
repousa, entretanto, em
fatos incontestáveis e
corresponde às
imperiosas necessidades
contemporâneas.(Obra
citada, Prefácio da
edição de 1911.)
Texto para leitura
1. Introdução -
Desde cinquenta anos se
tem estabelecido uma
íntima e frequente
comunicação entre o
nosso mundo e o dos
Espíritos. Soergueram-se
os véus da morte e, em
lugar de uma face
lúgubre, o que nos
apareceu foi um risonho
e benévolo semblante.
Falaram as almas; sua
palavra consolou muitas
tristezas, acalmou
bastantes dores,
fortaleceu muita coragem
vacilante. O destino foi
revelado, não já cruel,
implacável como o
pretendiam antigas
crenças, mas atraente,
equitativo, para todos
esclarecido pelas
fulgurações da
misericórdia divina.
2. O Espiritismo
propagou-se, invadiu o
mundo. Desprezado,
repelido ao começo,
acabou por atrair a
atenção e despertar
interesse. Todos quantos
se não imobilizavam na
esfera do preconceito e
da rotina e o abordaram
desassombradamente foram
por ele conquistados.
Agora penetra por toda
parte, instala-se em
todas as mesas, tem
ingresso em todos os
lares.
3. Que traz ele consigo?
Será sempre, e por toda
parte a verdade, a luz e
a esperança? Ao lado das
consolações que caem na
alma como o orvalho
sobre a flor, de par com
o jorro de luz que
dissipa as angústias do
investigador e ilumina a
rota, não haverá também
uma parte de erros e
decepções?
4. O Espiritismo será o
que dele fizerem os
homens. Similia
similibus! Ao contacto
da Humanidade as mais
altas verdades às vezes
se desnaturam e
obscurecem. Podem
constituir-se uma fonte
de abusos. A gota de
chuva, conforme o lugar
onde cai, continua sendo
pérola ou se transforma
em lodo.
5. É com desgosto que
observamos a tendência
de certos adeptos no
sentido de menosprezar a
feição elevada do
Espiritismo, a fonte dos
puros ensinamentos e das
altas inspirações, para
se restringirem ao campo
da experimentação
terra-a-terra, à
investigação exclusiva
do fenômeno físico.
6. Pretender-se-ia
acomodar o Espiritismo
no acanhado leito da
ciência oficial; mas
esta, inteiramente
impregnada das teorias
materialistas, é
refratária a essa
aliança. O estudo da
alma, já de si difícil e
profundo, lhe tem
permanecido
impenetrável. Os seus
métodos, por indigentes,
não se prestam
absolutamente ao estudo,
muito mais vasto, do
mundo dos Espíritos. A
ciência do invisível há
de sempre ultrapassar os
métodos humanos. Há no
Espiritismo uma zona – e
não a menor – que escapa
à análise, à
verificação: é a ação do
Espírito livre no
Espaço; é a natureza das
forças de que ele
dispõe.
7. Com os estudos
espíritas uma nova
ciência se vai formando
lentamente, mas é
preciso aliar ao
espírito de investigação
científica a elevação de
pensamento, o
sentimento, os impulsos
do coração, sem o que a
comunhão com os seres
superiores se torna
irrealizável e nenhum
auxílio de sua parte,
nenhuma proteção eficaz
se obterá. Ora, isso é
tudo na experimentação.
Não há possibilidade de
êxito nem garantia de
resultado sem a
assistência e proteção
do Alto, que se não
obtém senão mediante a
disciplina mental e uma
vida pura e digna.
8. Deve todo adepto
saber que a regra, por
excelência, das relações
com o invisível é a lei
das afinidades e
atrações. Nesse domínio,
quem procura baixos
objetivos os encontra e
com eles se rebaixa:
aquele que aspira às
remontadas culminâncias,
cedo ou tarde as atinge
e delas faz pedestal
para novas ascensões. Se
desejais manifestações
de ordem elevada, fazei
esforços por elevar-vos
a vós mesmos. O bom
êxito da experimentação,
no que ela tem de belo e
grandioso – a comunhão
com o mundo superior –,
não o obtém o mais
sábio, mas o mais digno,
o melhor, aquele que tem
mais paciência e
consciência e mais
moralidade.
9. Com o cercearem o
Espiritismo,
imprimindo-lhe caráter
exclusivamente
experimental, pensam
alguns agradar ao
espírito positivo do
século, atrair os sábios
ao que se denomina de
Psiquismo. Desse modo, o
que sobretudo se
consegue é pôr-se em
relação com os elementos
inferiores do Além, com
essa multidão de
Espíritos atrasados,
cuja nociva influência
envolve, oprime os
médiuns, os impele à
fraude e espalha sobre
os experimentadores
eflúvios maléficos e,
com eles, muitas vezes,
o erro e a mistificação.
10. Numa ânsia de
proselitismo, sem dúvida
louvável quanto ao
sentimento que a
inspira, mas excessiva e
perigosa em suas
consequências,
desejam-se os fatos a
todo custo. Na agitação
nervosa com que se busca
o fenômeno, chega-se a
proclamar verdadeiros os
fatos duvidosos ou
fictícios. Pela
disposição de espírito
mantida nas
experiências, atraem-se
os Espíritos levianos,
que em torno de nós
pululam. Multiplicam-se
as manifestações de mau
gosto e as obsessões das
energias que supõem
dominar. Muitíssimos
espíritas e médiuns, em
consequência da falta de
método e de elevação
moral, se tornam
instrumentos das forças
inconscientes ou dos
maus Espíritos.
11. São numerosos os
abusos, e neles acham os
adversários do
Espiritismo os elementos
de uma crítica pérfida e
de uma fácil difamação.
12. O interesse e a
dignidade da causa
impõem o dever de reagir
contra essa
experimentação banal,
contra essa onda
avassaladora de
fenômenos vulgares que
ameaçam submergir as
culminâncias da ideia.
13. O Espiritismo
representa uma fase nova
da evolução humana. A
lei que, através dos
séculos, tem conduzido
as diferentes frações da
Humanidade, longo tempo
separadas, a
gradualmente
aproximar-se, começa a
fazer sentir no Além os
seus efeitos. Os modos
de correspondência que
entretêm na Terra os
homens vão-se estendendo
pouco a pouco aos
habitantes do mundo
invisível, enquanto não
atingem, mediante novos
processos, as famílias
humanas que povoam os
mundos do espaço.
14. Contudo, nas
sucessivas ampliações do
seu campo de ação, a
Humanidade tropeça em
inúmeras dificuldades.
As relações,
multiplicando-se, nem
sempre trazem favoráveis
resultados; também
oferecem perigos,
sobretudo no que se
refere ao mundo oculto,
mais difícil que o nosso
de penetrar e analisar.
Lá, como aqui, o saber e
a ignorância, a verdade
e o erro, a virtude e o
vício existem, com esta
agravante: ao passo que
fazem sentir sua
influência, permanecem
encobertos aos nossos
olhos; donde a
necessidade de abordar o
terreno da
experimentação com
extrema prudência, de
longos e pacientes
estudos preliminares.
15. E necessário aliar
os conhecimentos
teóricos ao espírito de
investigação e à
elevação moral, para
estar verdadeiramente
apto a discernir no
Espiritismo o bem do
mal, o verdadeiro do
falso, a realidade da
ilusão. É preciso
compenetrar-se do
verdadeiro caráter da
mediunidade, das
responsabilidades que
acarreta, dos fins para
os quais nos é
concedida.
16. O Espiritismo não é
somente a demonstração,
pelos fatos, da
sobrevivência; é também
o veículo pelo qual
descem sobre a
Humanidade as
inspirações do mundo
superior. A esse título
é mais que uma ciência,
é o ensino que o Céu
transmite à Terra,
reconstituição
engrandecida e
vulgarizada das
tradições secretas do
passado, o renascimento
dessa escola profética
que foi a mais célebre
escola de médiuns do
Oriente. Com o
Espiritismo, as
faculdades, que foram
outrora o privilégio de
alguns, se difundem por
um grande número. A
mediunidade se propaga;
mas de par com as
vantagens que
proporciona, é
necessário estar
advertido a respeito de
seus escolhos e perigos.
17. Há, na realidade,
dois tipos de
Espiritismo. Um nos põe
em comunicação com os
Espíritos superiores e
também com as almas
queridas que na Terra
conhecemos e que foram a
alegria da nossa
existência. É por ele
que se efetua a
revelação permanente, a
iniciação do homem nas
leis supremas. É a fonte
pujante da inspiração, a
descida do Espírito ao
envoltório humano, ao
organismo do médium que,
sob a sagrada
influência, pode fazer
ouvir palavras de luz e
de vida, sobre cuja
natureza é impossível o
equívoco, porque
penetram e reanimam a
alma e esclarecem os
obscuros problemas do
destino.
18. A impressão de
grandiosidade que se
desprende dessas
manifestações deixa
sempre um vestígio
profundo nos corações e
nas inteligências.
Aqueles que nunca o
experimentaram, não
podem compreender o que
é o verdadeiro
Espiritismo.
19. Há, contudo, um
outro gênero de
experimentação, frívolo,
mundano, que nos põe em
contacto com os
elementos inferiores do
mundo invisível e tende
a amesquinhar o respeito
devido ao Além. É uma
espécie de profanação da
religião da morte, da
solene manifestação dos
que deixaram o invólucro
da carne. Mas, é preciso
reconhecer que ainda
esse Espiritismo de
baixa esfera tem sua
utilidade. Ele nos
familiariza com um dos
aspectos do mundo
oculto.
20. Os fenômenos
vulgares e as
manifestações triviais
fornecem às vezes
magníficas provas de
identidade; sinais
característicos se
evidenciam e forçam a
convicção dos
investigadores. Não nos
devemos, porém, deter na
observação de tais
fenômenos senão na
medida em que o seu
estudo nos seja
proveitoso e possamos
exercer eficiente ação
sobre os Espíritos
atrasados que os
produzem.
21. Sua influência é
molesta e deprimente
para os médiuns. É
preciso elevar mais alto
as aspirações, subir
pelo pensamento a
regiões mais puras, aos
superiores domicílios do
Espírito. Somente aí
encontra o homem as
verdadeiras consolações,
os socorros, as forças
espirituais.
22. Nunca será demasiado
repeti-lo: nesse domínio
jamais obteremos efeitos
que não sejam
proporcionais às nossas
condições. Toda pessoa
que, por seus desejos,
por suas invocações,
entra em relação com o
mundo invisível, atrai
fatalmente seres em
afinidade com seu
próprio estado moral e
mental. O vasto império
das almas está povoado
de entidades benfazejas
e maléficas; elas se
desdobram por todos os
graus da infinita
escala, desde as mais
baixas e grosseiras,
vizinhas da animalidade,
até os nobres e puros
Espíritos, mensageiros
de luz, que a todos os
confins do tempo e do
espaço vão levar as
irradiações do
pensamento divino.
23. Se não sabemos ou
não queremos orientar
nossas aspirações,
nossas vibrações
fluídicas, na direção
dos seres superiores, e
captar sua assistência,
ficamos à mercê das
influências más que nos
rodeiam, as quais, em
muitos casos, têm
conduzido o
experimentador
imprudente às mais
cruéis decepções.
24. Se, ao contrário,
pelo poder da vontade,
libertando-nos das
sugestões inferiores,
subtraindo-nos das
preocupações pueris,
materiais e egoísticas,
procuramos no
Espiritismo um meio de
elevação e
aperfeiçoamento moral,
poderemos em tal caso
entrar em comunhão com
as grandes almas,
portadoras de verdades;
fluidos vivificantes e
regeneradores nos
penetrarão; alentos
poderosos nos elevarão
às regiões serenas donde
o espírito contempla o
espetáculo da vida
universal, majestosa
harmonia das leis e das
esferas planetárias.
25. Prefácio da
edição de 1911 - Nos
dez anos que
transcorreram do
aparecimento desta obra
até à presente edição, o
Espiritismo prosseguiu a
sua marcha ascensional e
se opulentou com
experiências e
testemunhos de elevado
valor, entre os quais
particularmente os de
Lodge, Myers, Lombroso
lhe vieram realçar o
prestígio e assegurar,
com a autoridade
científica que lhe
faltava, uma espécie de
consagração definitiva.
26. Por outro lado, os
abusos e as fraudes, que
precedentemente
assinalamos, se
multiplicam. Haverá
nisso porventura uma lei
histórica, em virtude da
qual o que uma ideia
ganha em extensão deverá
perder em qualidade, em
força, em intensidade?
27. No que respeita aos
testemunhos coligidos e
aos progressos
realizados, a situação
do Espiritismo na França
não é idêntica à
alcançada em certos
países estrangeiros.
Enquanto na Inglaterra e
na Itália conquistou
ele, nos círculos
acadêmicos, adesões de
singular notoriedade, a
maioria dos sábios
franceses adotou a seu
respeito uma atitude
desdenhosa e, mesmo, de
aversão, no que
revelaram eles bem
escassa clarividência;
porque, se a ideia
espírita apresenta, às
vezes, exageros,
repousa, entretanto, em
fatos incontestáveis e
corresponde às
imperiosas necessidades
contemporâneas.
28. Há de todo espírito
imparcial reconhecer que
nem a ciência oficial
nem a Religião
satisfazem às
necessidades e às
aspirações da maior
parte da Humanidade. Não
é de admirar, portanto,
que tantos homens tenham
procurado em domínios
pouco explorados, posto
que abundantíssimos em
subsídios psicológicos,
soluções e
esclarecimentos que as
velhas instituições não
são capazes de lhes
fornecer.
29. Pode esse gênero de
estudos desagradar a uns
tantos timoratos e
provocar, de sua parte,
condenações e críticas.
Arrazoados vãos que o
vento leva. Apesar das
exigências, das
objurgações e anátemas,
as inteligências não
cessarão de
encaminhar-se ao que
mais justo, melhor e
mais claro lhes parece.
As repulsas de uns e as
desaprovações de outros
nada conseguirão. Fazei
mais e melhor – é a
objeção que se oporá.
Padres e sábios, que vos
podeis consagrar aos
lazeres do espírito, em
lugar de escarnecer ou
fulminar no vácuo,
mostrai-vos capazes de
consolar, de amparar os
que vergam sob um
trabalho material
esmagador, de lhes
explicar o motivo de
seus sofrimentos e lhes
fornecer as provas de
compensações futuras.
Será o único meio de
conservardes a vossa
supremacia.
30. Pode-se, além disso,
perguntar qual será mais
apto a julgar os fatos e
discernir a verdade: se
um cérebro atravancado
de prevenções e de
teorias preconcebidas ou
se um espírito livre,
emancipado de toda
rotina científica e
religiosa.
31. Por nós responde a
História! É indubitável
que os representantes da
ciência oficial têm
prestado valiosos
serviços ao pensamento e
muitos extravios lhe
evitaram. Quantos
obstáculos, porém, não
opuseram eles, em
numerosos casos, à
ampliação do
conhecimento, verdadeiro
e integral! O professor
Charles Richet, que é
autoridade na matéria,
pôs vigorosamente em
relevo, em “Annales des
Sciences Psychiques”, de
janeiro de 1905, os
erros e as debilidades
da ciência oficial.
32. A rotina ainda hoje
impera nos meios
acadêmicos; todo sábio
que se esquiva a seguir
a trilha consagrada é
reputado herético e
excluído das prebendas
vantajosas. Demonstração
lamentável desse fato é
o exemplo do Dr. Paul
Gibier, obrigado a
expatriar-se para obter
uma colocação.
33. A esse respeito não
se tem a Democracia
mostrado menos
absolutista nem menos
tirânica que os regimes
decaídos. Aspira ao
nivelamento das
inteligências e
proscreve os que a
procuram libertar das
materialidades vulgares.
A interiorização dos
estudos depauperou o
pensamento
universitário, deprimiu
os caracteres, paralisou
as iniciativas.
Inutilmente se
procuraria entre os
sábios, na França, um
exemplo de intrepidez
moral comparável aos que
deram, na Inglaterra,
William Crookes, Russel
Wallace, Lodge etc.,
Lombroso e outros, na
Itália. A única
preocupação que parece
terem os homens em
evidência é modelar suas
opiniões pelas dos
“senhores do momento”, a
fim de se beneficiarem
dos proventos de que são
estes os dispensadores.
34. Em matéria de
psiquismo parece haver
carência do vulgar
bom-senso à maioria dos
cientistas. O professor
Flournoy o confessa:
“Para a Humanidade das
remotas eras, como
atualmente ainda para a
grande massa que a
compõe, a hipótese
espírita é a única
verdadeiramente conforme
ao mais elementar
bom-senso; quanto a nós,
cientistas, saturados de
mecanismo materialista
desde os bancos
escolares, essa mesma
hipótese nos revolta até
às maiores profundezas
do bom-senso, igualmente
mais elementar”.
35. Em apoio de suas
asserções, cita ele os
dois seguintes exemplos,
relativos a um fato
universalmente
reconhecido verdadeiro:
“O grande Helhholtz –
relata o Senhor Barrett
– certa vez disse que
nem o testemunho de
todos os membros da
Sociedade Real, nem a
evidência de seus
próprios sentidos, o
poderiam convencer
sequer da transmissão de
pensamento, impossível
que era esse fenômeno”.
36. “Um ilustre
biologista – refere
também o Senhor W. James
– teve ocasião de me
dizer que, mesmo que
fossem verdadeiras as
provas da telepatia, os
sábios se deveriam
coligar para as suprimir
ou conservar ocultas,
pois que tais fatos
destruiriam a
uniformidade da Natureza
e toda espécie de outras
coisas de que eles,
sábios, não podem abrir
mão, para continuar suas
pesquisas.”
(Continua.)