O novo Papa e Francisco
de Assis
Depoimentos de diversos
religiosos sobre o novo
Papa. A Missão
de
Francisco de Assis. As
advertências de Jesus à
Igreja
Os
representantes das mais
variadas religiões
entrevistados pela
jornalista Paula Autran,
de O Globo, sobre a
visita do Papa Francisco
ao Brasil, deram os
seguintes depoimentos
publicados no
caderno Jornada Mundial
da Juventude, de
27.07.2013, na matéria
com a manchete – “UM
AMIGO DE FÉ – Simpatia e
simplicidade de
Pontífice argentino
conquistam brasileiros
até de outras
religiões”:
Espiritismo –
“Para o Vice-Presidente
da Fundação
Cristã-Espírita Cultural
Paulo de Tarso, Gerson
Simões Monteiro, ele
está seguindo os passos
de Francisco de Assis e
do próprio Cristo, pois,
segundo Jesus, ‘os meus
discípulos serão
conhecidos por muito se
amarem’. E esta é a
mensagem que o Papa está
trazendo: de
entendimento e
fraternidade, uma aura
de paz e uma mensagem de
esperança, neste momento
difícil, principalmente
para a nossa cidade do
Rio de Janeiro. Segundo
nossa visão, ele é um
médium de Francisco de
Assis, por seus gestos
de humildade. Que ele
venha de novo em 2017!”
Judaísmo –
O Cônsul honorário de
Israel no Rio, Osias
Wurman, vê o Pontífice
como peça fundamental
para uma parceria entre
as três religiões
abraâmicas: judaísmo,
islamismo e catolicismo.
“– Para nós, judeus,
ele é uma peça
fundamental, pois
representa 1,2 bilhão de
cristãos. Francisco é,
indiscutivelmente,
carismático. Acho que
vai superar em
popularidade o Papa João
Paulo II. E não é de
hoje que ele tem boas
relações com o judaísmo.
Quando era cardeal, ele
escreveu com o rabino
Abraham Skorka, seu
amigo de longa data, o
livro Sobre o Céu e a
Terra, que aborda
vários aspectos em comum
da fé — avaliou Wurman.
— Fiquei emocionado com
o que vi em Copacabana
na quinta-feira.”
Islamismo –
Já o sheik muçulmano,
Jihad Hassan Hammadeh,
relembra Bento XVI para
falar de Francisco. “— O
ser humano gosta de
valores como atenção,
simplicidade, simpatia e
humildade. Eles abrem as
portas dos corações das
pessoas. Estes valores
diferenciam o Papa
Francisco de seu
antecessor. Seu sorriso,
suas demonstrações de
preocupação e afeição.
Isto também é importante
no diálogo entre as
religiões. Afinal, as
pessoas mais frias só
recebem. As pessoas que
são assim dão e recebem,
tornando mais fáceis o
diálogo e os acordos —
disse ele, lembrando que
o fato de o Papa ser
latino também faz a
diferença. — Ele me
cumprimentou de uma
forma não protocolar
quando estivemos
juntos.”
Construa a minha Igreja
-
Ao assistir pela
Televisão à eleição do
novo Papa, e a sua
escolha em adotar como
patrono da sua missão
Francisco de Assis,
lembrei-me de que,
quando Jesus apareceu
para Francisco de Assis
pedindo: “Francisco,
construa a minha
Igreja”, ele entendeu
literalmente que se
tratava da construção de
novos edifícios para as
igrejas.
Porém, ao lermos o
capítulo 18, OS ABUSOS
DO PODER RELIGIOSO, da
obra A Caminho da
luz, ditada ao
médium Chico Xavier pelo
Espírito Emmanuel,
podemos perceber o
verdadeiro significado
da mensagem do Cristo a
Francisco de Assis,
naquela oportunidade.
Era muito mais a
construção do edifício
espiritual da Igreja.
As advertências de Jesus
– Segundo Emmanuel,
“antes da vinda de
Francisco de Assis, as
exortações do Alto não
se faziam sentir
tão-somente no seio das
ordens religiosas, onde
penitentes humildes
proporcionavam aos seus
orgulhosos superiores
eclesiásticos as mais
santas lições da piedade
cristã. Também na
sociedade civil as
sementes de luz deixavam
entrever os mais
esperançosos rebentos de
compreensão e de
sabedoria, acerca do
Evangelho e dos exemplos
do Cristo. Neste caso,
está Pedro de Vaux, que,
embora sendo um homem de
negócios, em Lião,
desligou-se de todos os
laços que o prendiam às
riquezas humanas,
despojando-se de todos
os bens em favor dos
pobres e necessitados,
comovido com a leitura
da exemplificação de
Jesus no seu Evangelho
de amor e redenção.
Pedro de Vaux, esse
homem extraordinário, a
quem fora cometida a
missão de instrumento da
vontade do Senhor,
mandou traduzir os
livros sagrados para
leitura pública e, junto
de outros companheiros
que passaram à História
com o nome de valdenses,
iniciou amplo movimento
de pregações
evangélicas, à maneira
dos tempos apostólicos”.
Francisco de Assis
– Diz ainda o benfeitor
espiritual Emmanuel, no
capítulo 18 de A
Caminho da luz, que
“os apelos do Alto
continuaram a solicitar
a atenção da Igreja
romana em todas as
direções. As chamadas
heresias brotavam por
toda parte onde houvesse
consciências livres e
corações sinceros, mas
as autoridades do
Catolicismo nunca se
mostraram dispostas a
receber semelhantes
exortações. Havia
terminado, em 1229, a
guerra contra os
hereges, cujos embates
atravessaram o espaço de
vinte anos, quando
alguns chefes da Igreja
consideraram a
oportunidade da fundação
do tribunal da
penitência, cujos
projetos de há muito
preocupavam o pensamento
do Vaticano.
Mascarar-se-ia o
cometimento com o
pretexto da necessidade
de unificação religiosa,
mas a realidade é que a
instituição desejava
dilatar o seu vasto
domínio sobre as
consciências.
Todavia, se a Inquisição
preocupou longamente as
autoridades da Igreja,
antes da sua fundação, o
negro projeto preocupava
igualmente o Espaço,
onde se aprestaram
providências e medidas
de renovação educativa.
Por isso, um dos maiores
apóstolos de Jesus
desceu à carne com o
nome de Francisco de
Assis. Seu grande e
luminoso Espírito
resplandeceu próximo de
Roma, nas regiões da
Úmbria desolada. Sua
atividade reformista
verificou-se sem os
atritos próprios da
palavra, porque o seu
sacerdócio foi o exemplo
na pobreza e na mais
absoluta humildade. A
Igreja, todavia, não
entendeu que a lição lhe
dizia respeito e, ainda
uma vez, não aceitou as
dádivas de Jesus”.
Vale lembrar que a
Inquisição perdurou
cerca de seiscentos
anos!
Os franciscanos
– Para entendermos a
extensão da missão de
Francisco de Assis,
Emmanuel tece ainda o
seguinte comentário: “O
esforço poderoso do
missionário, todavia, se
não conseguiu mudar a
corrente de ambições dos
papas romanos, deixou
traços fulgurantes da
sua passagem pelo
planeta. Seu exemplo de
simplicidade e de amor,
de singeleza e de fé,
contagiou numerosas
criaturas, que se
entregaram ao santo
mister de regenerar
almas para Jesus. A
ordem dos Franciscanos
chegou a congregar mais
de duzentos mil
missionários e
seguidores do grande
inspirado. Eles repeliam
qualquer auxílio
pecuniário, para aceitar
tão-somente os alimentos
mais pobres e mais
grosseiros, e a
característica que mais
os destacava das outras
comunidades religiosas
era o seu alheamento dos
mosteiros. Em vez de
repousarem à sombra dos
claustros, na
tranquilidade e na
meditação, esses
Espíritos abnegados
reconheciam que a melhor
oração, para Deus, é a
do trabalho construtivo,
no aperfeiçoamento do
mundo e dos corações”.
Conclusão
– Em entrevista
concedida ao jornal O
Globo, manifestei o meu
entendimento de que
“segundo a nossa visão,
ele é um médium de
Francisco de Assis”. O
que pretendi dizer é
que, na minha opinião, o
Papa terá uma missão
semelhante à de
Francisco de Assis, ou
seja, a missão de
despertar a Igreja em
momento decisivo para a
humanidade, haja vista o
processo em que o
planeta está ingressando
que o levará a uma nova
ordem de valores
espirituais. A humildade
e a proximidade com o
povo são fundamentais
para que as instituições
religiosas cumpram sua
missão, de despertar a
espiritualidade nas
consciências e
desenvolver o sentimento
nos corações, servindo o
exemplo do Papa
Francisco de reforço ao
trabalho realizado por
nós espíritas, levando
as lições do Evangelho a
todos, sem distinção,
preparando as novas
gerações para o bem e o
amor.