Reflexões sobre
a amizade
“O homem sente
as primícias da
felicidade na
Terra quando se
encontra com
almas que podem
desfrutar uma
união pura e
santa”.
Pensamento de
Allan Kardec que
está contido em
O livro dos
Espíritos na
questão de no
980. O
codificador está
repleto de
razão, se
pararmos para
uma observação
em nossa vida
constataremos
que os momentos
mais felizes de
nossas
existências
foram ao lado
dos amigos,
sejam reais,
virtuais, que
também são
reais. Ninguém é
feliz sozinho.
Temos a
necessidade de
compartilhar
nossas alegrias,
conquistas,
derrotas,
vitórias e,
claro, fazemos
isso com os
amigos. Como diz
o povo: Quem tem
amigo não morre
pagão!
E mais uma vez
Kardec captou
com maestria
essa necessidade
humana. Mas
diante do número
estrondoso de
gente
decepcionada com
a outra, de
gente que fala
assim: “Ah, ele
não era aquilo
que esperava!
Ou: Puxa, não
sabia que você
era desta forma!
Ou ainda: Era um
lobo que estava
em pele de
cordeiro!”,
decidi fazer
minha reflexão
sobre a amizade,
os amigos e o
que podemos
esperar deles.
Sim, claro,
porque é
fundamental para
uma relação
saudável
sabermos o que
esperar dos
amigos. Não
posso, ou
melhor, não devo
considerar que
os amigos podem
tudo e estarão
conosco para
sempre. Esta
ideia é que
causa a decepção
em relação aos
outros e nos faz
ficar muitas
vezes sozinhos,
sem ter com quem
conversar,
compartilhar,
dividir.
Primeiro e óbvio
passo é
compreender que
nossos amigos
estão na Terra,
planeta de
provas e
expiações. Esse
conhecimento por
si só elimina a
ideia de que são
santos, anjos e
não cometerão
erros.
Conscientes
disso já podemos
entender que
nossos amigos em
algum momento
não
corresponderão
às nossas
expectativas,
mas ainda assim
serão nossos
amigos. Essa
concepção vai
livrar-nos da
desilusão e de
perdermos uma
boa amizade.
Depois, é
fundamental
entendermos que
estamos todos,
nós e nossos
amigos,
evoluindo
juntos,
crescendo,
aprendendo,
progredindo,
portanto, menos
carga no ombro
deles, mais
leveza nas
relações.
Por isso
considero muito
importante nossa
reflexão sobre a
amizade e os
amigos até para
não sermos
injustos com
eles. E repito
para que
possamos
entender: Muitas
vezes colocamos
uma carga pesada
demais nos
ombros dos
amigos e eles,
claro, são seres
humanos, falham,
e o resultado é
aquela velha
decepção com as
pessoas... Lá se
vai uma boa
amizade
embora...
Compreendamos:
Até há amigos
para todas as
horas, todos os
momentos, mas
são raros os
casos, muito
raros. Penso
que ainda temos
uma visão muito
romântica das
coisas, mais ou
menos assim:
Esse cara não
erra, é amigo
pra toda hora e,
portanto,
viveremos
felizes para
sempre... e por
aí vai...
Mas não é bem
assim.
Há amigos, por
exemplo, que
compartilham
apenas as horas
de alegria,
outros gostam de
estar na
tristeza ao
nosso lado...
Outros são
amigos que nos
socorrem em
dificuldades
financeiras,
outros não
servem pra isso,
mas nos dão
suporte
emocional...
Outros são bem
prestativos, mas
não gostam muito
de prosa, de
sair, enfim...
O que quero
dizer com essa
conversa sobre
amizade? Quero
dizer que nas
amizades devemos
ser um pouco
mais racionais e
menos emocionais
até para não
perdermos um
grande e
verdadeiro
amigo, mas que
tem suas
limitações e não
estará conosco
em todas as
horas... Porém,
nem por isso
deixa de ser um
bom amigo, que
podemos passar
horas, dias e
momentos de
muita felicidade
ao seu lado...
Menos peso nos
outros, mais
alegria e
compreensão nas
relações, e
desfrutaremos,
como diz Kardec,
de um pouco de
felicidade aqui
na Terra, ainda
como encarnados
e ao lado dos
amigos.