ANGÉLICA
REIS
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Londrina, Paraná
(Brasil) |
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No Invisível
Léon Denis
(Parte 9)
Continuamos
o estudo
metódico e sequencial do
clássico "No Invisível",
de Léon Denis, cujo
título no original
francês é
Dans l'Invisible.
Questões preliminares
A. É verdade que a
mulher, a partir do
Judaísmo, foi relegada a
um segundo plano?
Sim. A imagem da mulher
iniciada, que irradiava
sobre o mundo antigo
como uma doce claridade,
foi destruída pela lenda
bíblica da queda
original. Segundo as
Escrituras, a mulher é
responsável pela
proscrição do homem; ela
perde Adão e, com ele,
toda a Humanidade;
atraiçoa Sansão. Uma
passagem do Eclesiastes
a declara “uma coisa
mais amarga que a
morte”. O casamento
mesmo parece um mal:
“Que os que têm esposas
sejam como se não as
tivessem”, exclama
Paulo. Nesse ponto, como
em tantos outros, a
tradição e o espírito
judaico prevaleceram, na
Igreja, sobre o modo de
entender do Cristo, que
foi sempre benévolo,
compassivo, afetuoso
para com a mulher.
Durante longos séculos a
mulher foi, então,
relegada para segundo
plano, menosprezada e,
por fim, excluída do
sacerdócio. Por uma
educação acanhada,
pueril, supersticiosa, a
maniataram; suas mais
belas aptidões foram
comprimidas e conculcado
e obscurecido o seu
caráter.
(No Invisível - O
Espiritismo
experimental: VII – O
Espiritismo e a mulher.)
B. Para comunicar-se
conosco é preciso que o
Espírito amorteça a
intensidade de suas
vibrações?
Sim. Ele deve, com tal
propósito, amortecer a
intensidade de suas
vibrações, ao mesmo
tempo em que ativará as
nossas. Nisso o pode o
homem voluntariamente
auxiliar; o ponto a
atingir constitui para
ele o estado de
mediunidade. Sabemos que
a mediunidade, no maior
número de suas
aplicações, é a
propriedade que têm
alguns dentre nós de se
exteriorizar em graus
diversos, de se
desprender do envoltório
carnal e imprimir mais
amplitude às suas
vibrações psíquicas. Por
seu lado, o Espírito
libertado pela morte se
impregna de matéria
sutil e atenua suas
radiações próprias, a
fim de entrar em
uníssono com o médium.
Os dois organismos
vibram então
simpaticamente; podem
estabelecer-se relações
e o ditado do Espírito
será percebido e
transmitido pelo médium
em transe sonambúlico. É
essa harmonização das
ondas vibratórias que
imprime, às vezes, ao
fenômeno das
incorporações tamanha
precisão e nitidez.
(Obra citada - O
Espiritismo
experimental:
VIII - As leis da
comunicação espírita.)
C. Quando as condições
de experimentação são
mais favoráveis?
São favoráveis as
condições de
experimentação quando o
médium e os assistentes
constituem um grupo
harmônico, isto é,
quando pensam e vibram
em uníssono. Nas
comunicações espíritas a
dificuldade consiste,
pois, em harmonizar
vibrações e pensamentos
diferentes. É na
combinação das forças
psíquicas e dos
pensamentos entre os
médiuns e os
experimentadores, de um
lado, e entre estes e os
Espíritos, do outro, que
reside inteiramente a
lei das manifestações.
(Obra citada - O
Espiritismo
experimental:
VIII - As leis da
comunicação espírita.)
Texto
para leitura
254. À compreensão do
papel que a mulher
desempenha, nela
personificando a
Natureza, com suas
profundas intuições,
suas percepções sutis,
suas adivinhações
misteriosas, é que foi
devida a beleza, a
força, a grandeza épica
das raças grega e
céltica. Porque, tal
seja a mulher, tal é o
filho, tal será o homem.
É a mulher que, desde o
berço, modela a alma das
gerações. É ela que faz
os heróis, os poetas, os
artistas, cujos feitos e
obras fulguram através
dos séculos.
255. Até aos sete anos o
filho permanecia no
gineceu(1)
sob a direção materna. E
sabe-se o que foram as
mães gregas, romanas e
gaulesas. Para
desempenhar, porém, tão
sagrada missão
educativa, era
necessária a iniciação
no grande mistério da
vida e do destino, o
conhecimento da lei das
preexistências e das
reencarnações; porque só
essa lei dá à vida do
ser, que vai desabrochar
sob a égide materna, sua
significação tão bela e
tão comovedora.
256. Essa benéfica
influência da mulher
iniciada, que irradiava
sobre o mundo antigo
como uma doce claridade,
foi, porém, destruída
pela lenda bíblica da
queda original. Segundo
as Escrituras, a mulher
é responsável pela
proscrição do homem; ela
perde Adão e, com ele,
toda a Humanidade;
atraiçoa Sansão. Uma
passagem do Eclesiastes
a declara “uma coisa
mais amarga que a
morte”. O casamento
mesmo parece um mal:
“Que os que têm esposas
sejam como se não as
tivessem”, exclama
Paulo.
257. Nesse ponto, como
em tantos outros, a
tradição e o espírito
judaico prevaleceram, na
Igreja, sobre o modo de
entender do Cristo, que
foi sempre benévolo,
compassivo, afetuoso
para com a mulher. Em
todas as circunstâncias
ele a escuda com sua
proteção; dirige-lhe
suas mais tocantes
parábolas. Estende-lhe
sempre a mão, mesmo
quando decaída. Por isso
as mulheres reconhecidas
lhe formam uma espécie
de cortejo; muitas o
acompanharão até à
morte.
258. Durante longos
séculos a mulher foi
relegada para segundo
plano, menosprezada,
excluída do sacerdócio.
Por uma educação
acanhada, pueril,
supersticiosa, a
maniataram; suas mais
belas aptidões foram
comprimidas, conculcado
e obscurecido o seu
caráter.
259. A situação da
mulher, na civilização
contemporânea, é
difícil, não raro
dolorosa. Nem sempre a
mulher tem por si os
usos e as leis; mil
perigos a cercam; se ela
fraqueja, se sucumbe,
raramente se lhe estende
mão amiga. A corrupção
dos costumes fez da
mulher a vítima do
século. A miséria, as
lágrimas, a
prostituição, o suicídio
– tal é a sorte de
grande número de pobres
criaturas em nossas
sociedades opulentas.
260. Uma reação, porém,
já se vai operando. Sob
a denominação de
feminismo, um certo
movimento se acentua
legítimo em seu
princípio, exagerado,
entretanto, em seus
intuitos; porque, ao
lado de justas
reivindicações, enuncia
propósitos que fariam da
mulher, não mais mulher,
mas cópia, paródia do
homem. O movimento
feminista desconhece o
verdadeiro papel da
mulher e tende a
transviá-la do destino
que lhe está natural e
normalmente traçado. O
homem e a mulher
nasceram para funções
diferentes, mas
complementares. No ponto
de vista da ação social,
são equivalentes e
inseparáveis.
261. O moderno
Espiritualismo, graças
às suas práticas e
doutrinas, todas de
ideal, de amor, de
equidade, encara a
questão de modo diverso
e resolve-a sem esforço
e sem estardalhaço.
Restitui à mulher seu
verdadeiro lugar na
família e na obra
social, indicando-lhe a
sublime função que lhe
cabe desempenhar na
educação e no
adiantamento da
Humanidade. Faz mais:
reintegra-a em sua
missão de mediadora
predestinada, verdadeiro
traço de união que liga
as sociedades da Terra
às do Espaço.
262. A grande
sensibilidade da mulher
a constitui o médium por
excelência, capaz de
exprimir, de traduzir os
pensamentos, as emoções,
os sofrimentos das
almas, os altos ensinos
dos Espíritos celestes.
Na aplicação de suas
faculdades encontra ela
profundas alegrias e uma
fonte viva de
consolações. A feição
religiosa do Espiritismo
a atrai e lhe satisfaz
as aspirações do
coração, as necessidades
de ternura, que se
estendem, para além do
túmulo, aos entes
desaparecidos.
263. O perigo para ela,
como para o homem, está
no orgulho dos poderes
adquiridos, na
suscetibilidade
exagerada. O ciúme,
suscitando rivalidades
entre médiuns, torna-se
muitas vezes motivo de
desagregação para os
grupos. Daí a
necessidade de
desenvolver na mulher,
ao mesmo tempo em que os
poderes intuitivos, suas
admiráveis qualidades
morais, o esquecimento
de si mesma, o júbilo do
sacrifício, numa
palavra, o sentimento
dos deveres e das
responsabilidades
inerentes à sua missão
mediatriz.
264. O Materialismo, não
ponderando senão o nosso
organismo físico, faz da
mulher um ser inferior
por sua fraqueza e a
impele à sensualidade.
Ao seu contacto, essa
flor de poesia verga ao
peso das influências
degradantes, se deprime
e envilece. Privada de
sua função mediadora, de
sua imaculada auréola,
tornada escrava dos
sentidos, não é mais que
um ser instintivo,
impulsivo, exposto às
sugestões dos apetites
mórbidos. O respeito
mútuo, as sólidas
virtudes domésticas
desaparecem; a discórdia
e o adultério se
introduzem no lar; a
família se dissolve, a
felicidade se aniquila.
Uma nova geração,
desiludida e céptica,
surge do seio de uma
sociedade em decadência.
265. Com o
Espiritualismo, porém,
ergue de novo a mulher a
inspirada fronte; vem
associar-se intimamente
à obra de harmonia
social, ao movimento
geral das ideias. O
corpo não é mais que uma
forma tomada por
empréstimo; a essência
da vida é o espírito, e
nesse ponto de vista o
homem e a mulher são
favorecidos por igual.
Assim, o moderno
Espiritualismo
restabelece o mesmo
critério dos celtas,
nossos pais; firma a
igualdade dos sexos
sobre a identidade da
natureza psíquica e o
caráter imperecível do
ser humano, e a ambos
assegura posição
idêntica nas agremiações
de estudo.
266. Pelo Espiritismo a
mulher se subtrai ao
vértice dos sentidos e
ascende à vida superior.
Sua alma se ilumina de
clarão mais puro; seu
coração se torna o foco
irradiador de ternos
sentimentos e
nobilíssimas paixões.
Ela reassume no lar a
encantadora missão que
lhe pertence, feita de
dedicação e piedade, seu
importante e divino
papel de mãe, de irmã e
educadora, sua nobre e
doce função persuasiva.
Cessa, desde então, a
luta entre os dois
sexos. As duas metades
da Humanidade se aliam e
equilibram no amor, para
cooperarem juntas no
plano providencial, nas
obras da Divina
Inteligência.
267. VIII - As leis
da comunicação espírita
– Sabemos que tudo vibra
e irradia no Universo
porque tudo é força, luz
e vida. Penetra a
Natureza, em seus
menores átomos, uma
energia infinita –
origem de todos os
fenômenos.
Identicamente, cada
Espírito, livre ou
encarnado, possui,
conforme o seu grau de
adiantamento e de
pureza, uma irradiação
cada vez mais rápida,
intensa, luminosa. A lei
das atrações e
correspondências rege
todas as coisas; as
vibrações, atraindo
vibrações similares,
aproximam e vinculam as
almas, os corações, os
pensamentos.
268. Nossos maus desejos
e concupiscências criam
em torno de nós uma
atmosfera fluídica
impura, propícia à ação
das influências da mesma
ordem, ao passo que as
nobres aspirações atraem
as salutares vibrações,
as irradiações das
esferas superiores. Tal
é o princípio da
evolução; reside na
capacidade, que possui o
indivíduo, de assimilar
as forças misteriosas da
Natureza, para se
elevar, mediante o seu
auxílio, e ascender
gradualmente até à Causa
das causas, à fonte
inexaurível de que
procede toda a vida.
269. A escala
ascensional comporta
planos sucessivos e
superpostos; em cada um
deles os seres são
dotados do mesmo estado
vibratório, de meios
análogos de percepção
que lhes permitem
reconhecer-se
mutuamente, ao passo que
se lhes conservam
invisíveis e muitas
vezes mesmo
incognoscíveis os seres
dos planos superiores,
em consequência de seu
estado vibratório mais
acelerado e de suas
condições de vida mais
sutis e mais perfeitas.
270. É o que aos
Espíritos acontece,
entre si, conforme seus
diferentes graus de
purificação, e a nós
mesmos em relação a
eles. Assim, porém, como
se pode ampliar o campo
da visão humana com o
auxílio dos instrumentos
de óptica, também se
pode aumentar ou reduzir
a soma das vibrações, de
sorte que atinjam um
estado intermédio em que
os modos de existência
de dois planos distintos
se combinem e entrem em
correspondência.
271. Para comunicar-se
conosco deverá o
Espírito amortecer a
intensidade de suas
vibrações, ao mesmo
tempo em que ativará as
nossas. Nisso o pode o
homem voluntariamente
auxiliar; o ponto a
atingir constitui para
ele o estado de
mediunidade.
272. Sabemos que a
mediunidade, no maior
número de suas
aplicações, é a
propriedade que têm
alguns dentre nós de se
exteriorizar em graus
diversos, de se
desprender do envoltório
carnal e imprimir mais
amplitude às suas
vibrações psíquicas. Por
seu lado, o Espírito
libertado pela morte se
impregna de matéria
sutil e atenua suas
radiações próprias, a
fim de entrar em
uníssono com o médium.
273. Aqui se fazem
necessários uns
algarismos explicativos.
Admitamos, a exemplo de
alguns sábios, que sejam
de 1.000 por segundo as
vibrações normais do
cérebro humano. No
estado de “transe”, ou
de desprendimento, o
invólucro fluídico do
médium vibra com maior
intensidade, e suas
radiações atingem a
cifra de 1.500 por
segundo. Se o Espírito,
livre no espaço, vibra à
razão de 2.000 no mesmo
lapso de tempo,
ser-lhe-á possível, por
uma materialização
parcial, baixar esse
número a 1.500. Os dois
organismos vibram então
simpaticamente; podem
estabelecer-se relações
e o ditado do Espírito
será percebido e
transmitido pelo médium
em transe sonambúlico.
274. É essa harmonização
das ondas vibratórias
que imprime, às vezes,
ao fenômeno das
incorporações tamanha
precisão e nitidez. Nos
outros estados de
mediunidade o pensamento
do Espírito se poderá
igualmente comunicar por
vibrações
correspondentes, posto
que menos intensas que
as vibrações iniciais,
do mesmo modo que uma
nota musical se repete,
de oitava em oitava,
desde a clave mais alta
à mais baixa da vibração
harmônica.
275. No homem, a
inteligência e o
desenvolvimento do
cérebro se acham em
íntima correlação; uma
não se pode manifestar
sem o outro. À medida
que o ser se eleva na
escala humana, do mais
selvagem ao mais
civilizado, a fronte
avulta, o crânio se
amplia, ao mesmo tempo
em que se expande a
inteligência. Quando o
desenvolvimento exterior
atinge o apogeu, o
pensamento aumenta a
energia interna do
cérebro, multiplicando
as linhas, cavando
sulcos; desenha estrias,
inúmeras circunvoluções;
forma protuberâncias.
Faz do cérebro um mundo
maravilhoso e
complicado, a tal ponto
que o exame desse órgão,
ainda vibrante das
impressões da vida que
acaba de escapar-se, é
um dos mais atraentes
espetáculos para o
fisiologista.
276. Temos nisso uma
prova de que o
pensamento trabalha e
afeiçoa o cérebro, e de
que há íntima relação
entre eles. Um é o
admirável instrumento, o
teclado, que o outro
dedilha, fazendo-o
desferir todas as
harmonias da
inteligência e do
sentimento. Como, porém,
se exerce a ação do
pensamento sobre a
matéria cerebral? Pelo
movimento. O pensamento
imprime às moléculas do
cérebro movimentos
vibratórios de variada
intensidade.
277. Vimos que tudo na
Natureza se resume em
vibrações, perceptíveis
para nós enquanto estão
em harmonia com o nosso
próprio organismo, mas
que nos escapam desde
que são muito rápidas ou
demasiado lentas. Nossa
capacidade de visão e de
audição é limitadíssima;
mas, além do limite que
nos traça, as forças da
Natureza continuam a
vibrar com vertiginosa
rapidez, sem que
percebamos coisa alguma.
278. Pois bem:
exatamente como os sons
e a luz, os sentimentos
e os pensamentos se
exprimem por vibrações,
que se propagam pelo
espaço com intensidades
diferentes. Os
pensamentos de cólera e
de ódio, as eternas
súplicas de amor, o
lamento do desgraçado,
os gritos de paixão, os
impulsos de entusiasmo,
vão, pela imensidade
afora, referindo a todos
a história de cada um e
a história da
Humanidade.
279. As vibrações de
cérebros pensantes, de
homens ou de Espíritos,
se cruzam e entrecruzam
ao infinito, sem jamais
se confundirem. Em torno
de nós, por toda parte,
na atmosfera, rolam e
passam, como torrentes
incessantes, fluxos de
ideias, ondas de
pensamentos, que
impressionam os
sensitivos e são muitas
vezes causa de
perturbação e erro nas
manifestações. Dizemos:
homens ou Espíritos. Com
efeito, o que o cérebro
humano emite sob forma
de vibrações o cérebro
fluídico do Espírito
projeta sob forma de
ondas mais extensas, de
radiações que vibram com
mais largo e poderoso
ritmo, por isso que as
moléculas fluídicas,
mais flexíveis, mais
maleáveis que os átomos
do cérebro físico,
obedecem melhor à ação
da vontade.
280. Entretanto esses
cérebros, humanos e
espirituais, encerram as
mesmas energias.
Contudo, ao passo que em
nosso cérebro mortal
essas energias dormitam
ou vibram debilmente,
nos Espíritos atingem o
máximo de intensidade.
Uma comparação nos fará
melhor apreender esse
fenômeno. Encontra Ch.
Drawbarn essa comparação
em um bloco de gelo, em
que se acham contidas em
estado latente todas as
potencialidades que
mantêm unidos os
cristais de que ele se
compõe. Submetido esse
bloco à ação do calor,
desprendem-se forças,
que irão crescendo até
que, transformado o gelo
para o estado de vapor,
tenha ele readquirido e
manifestado todas as
energias que encerra.
Poder-se-ia comparar o
nosso cérebro a esse
bloco de gelo,
debilmente vibratório
sob a ação restrita do
calor, ao passo que o do
Espírito será o vapor
tornado invisível,
porque vibra e irradia
com demasiada rapidez
para que possa ser
percebido pelos nossos
sentidos.
281. A diferença dos
estados se complica com
a variedade das
impressões. Sob a
influência dos
sentimentos que os
animam, desde a calma do
estudo às tempestades da
paixão, as almas e os
cérebros vibram em graus
diversos, obedecendo a
velocidades diferentes;
a harmonia não se pode
estabelecer entre eles
senão quando se igualam
suas ondas vibratórias,
como acontece com os
diapasões idênticos ou
com as placas
telefônicas. Um cérebro
de lentas e débeis
excitações não se pode
harmonizar com outros
cujos átomos são
animados de um movimento
vertiginoso.
282. Nas comunicações
espíritas a dificuldade,
portanto, consiste em
harmonizar vibrações e
pensamentos diferentes.
É na combinação das
forças psíquicas e dos
pensamentos entre os
médiuns e os
experimentadores, de um
lado, e entre estes e os
Espíritos, do outro, que
reside inteiramente a
lei das manifestações.
São favoráveis as
condições de
experimentação quando o
médium e os assistentes
constituem um grupo
harmônico, isto é,
quando pensam e vibram
em uníssono. No caso
contrário, os
pensamentos emitidos e
as forças exteriorizadas
se embaraçam e anulam
reciprocamente. O
médium, em meio dessas
correntes contrárias,
experimenta uma
opressão, um mal-estar
indefinível; sente-se
mesmo, às vezes, como
que paralisado,
sucumbido. Será
necessária uma poderosa
intervenção oculta para
produzir o mínimo
fenômeno.
283. Mesmo quando é
completa a harmonia
entre as forças emanadas
dos assistentes, e os
pensamentos convergem
para um objetivo único,
uma outra dificuldade se
apresenta. Pode essa
união de forças e
vontade ser suficiente
para provocar efeitos
físicos e mesmo
fenômenos intelectuais,
que vão logo sendo
atribuídos à intervenção
de personalidades
invisíveis. É prudente e
de bom aviso só admitir,
por conseguinte, essa
intervenção, quando
estabelecida por fatos
rigorosos.
(Continua no próximo
número.)
(1)
Parte da habitação grega
destinada às mulheres.