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O Espiritismo responde
Ano 7 - N° 339 - 24 de Novembro de 2013
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 
BLOG
ESPIRITISMO SÉCULO XXI
 


 
O Sr. Izidro Simões, em mensagem eletrônica enviada no dia 17/11/2013 a esta revista, insiste no seu questionamento a propósito de três assuntos: existência de animais no mundo espiritual, mediunidade nos animais e ideoplastia no mundo espiritual.

Quanto à mediunidade em animais, parece-nos evidente que, embora tenham percepções anímicas, os animais não podem atuar como médiuns, ou seja, como intermediários entre os Espíritos e os homens.

O fenômeno da ideoplastia, tratado por vários autores, encontra-se devidamente comprovado nos anais do chamado Espiritismo científico, mas atribuir a essa ordem de fenômenos os casos de aparição de animais desencarnados não passa de mera hipótese, sem apoio nos fatos.

No tocante à existência de animais desencarnados no plano espiritual, em que eles se movimentam e atuam valendo-se tão somente do seu envoltório fluídico, tal como se dá com nossos familiares desencarnados, repetimos aqui o que já foi dito anteriormente nesta mesma seção, nas edições 242, 266 e 336, cujos links, caso os leitores se interessem pelo tema, são estes:

242 - http://www.oconsolador.com.br/ano5/242/oespiritismoresponde.html

266 - http://www.oconsolador.com.br/ano6/266/oespiritismoresponde.html

336 - http://www.oconsolador.com.br/ano7/336/oespiritismoresponde.html

Resumidamente, eis o que foi dito nas três oportunidades citadas:

1. Há, sem dúvida, algumas espécies animais no plano espiritual. Embora muitos reencarnem quase de imediato, alguns permanecem – com seu corpo espiritual – no plano extrafísico, onde desenvolvem tarefas adequadas à experiência que adquiriram. Irvênia Prada trata do assunto no artigo “Os animais têm alma e são também seres em evolução”, que o leitor pode ler clicando neste link: http://www.oconsolador.com.br/9/especial.html

2. No livro Testemunhos de Chico Xavier, de Suely Caldas Schubert, lê-se o seguinte depoimento de Chico Xavier: "Em 1939, o meu irmão José deixou-me um desses amigos fiéis (um cão). Chamava-se Lorde e fez-se meu companheiro, inclusive de preces, porque, à noite, postava-se junto a mim, em silêncio, ouvindo música. Em 1945, depois de longa enfermidade, veio a falecer. Mas no ultimo instante, vi o Espírito de meu irmão aproximar-se e arrebatá-lo ao corpo inerte e, durante alguns meses, quando o José, em espírito, vinha ter comigo, era sempre acompanhado por ele, que se me apresentava à visão espiritual com insignificante diferença. Atrevo-me a contar-te as minhas experiências, porque também passaste por essa dor de perder um cão leal e amigo. Geralmente, quando falamos na sobrevivência dos animais, muita gente sorri e nos endereça atitudes de piedade. Mas a vida é uma luz que se alarga para todos..." (Testemunhos de Chico Xavier, de Suely Caldas Schubert, pág. 283, 2ª edição.)

3. Perguntaram certa vez ao conhecido escritor Celso Martins: “Na questão 600 do Livro dos Espíritos, os Espíritos esclarecem que o princípio  inteligente ainda vinculado à fase animal da evolução, após a desencarnação, é classificado pelos dirigentes espirituais e aproveitado quase imediatamente, sem entrar em relação com outras criaturas. Não é um espírito errante. No entanto, dentre outros autores espirituais, André Luiz nos dá notícia da existência de animais no mundo espiritual. Como explicar esse fato? Seriam esses animais plasmados pelos espíritos, como as plantas o são, segundo descrição de alguns autores daquele plano?” Celso respondeu: “Kardec não podia dizer tudo de uma só vez. Até porque o mundo não entenderia, como não entende até hoje temas mais simples. A meu ver, André Luiz apenas ampliou e aprofundou os assuntos quando a humanidade teve mais elementos na psicologia animal para entender a matéria”. A entrevista completa pode ser lida na internet clicando-se em http://www.omensageiro.com.br/entrevistas/entrevista-58.htm /.

4. Na Revista Espírita de maio de 1865, Kardec inseriu uma carta de um correspondente radicado em Dieppe, o qual alude à manifestação da cadelinha Mika, então desencarnada, fato esse que foi percebido pelo autor do relato, por sua mulher e por uma filha que dormia no quarto ao lado. Consultado por Kardec a respeito do caso, um Espírito, valendo-se do médium Sr. E. Vézy, disse textualmente, em 21 de abril de 1865: “A manifestação (...) pode ocorrer, mas é passageira...”.

5. O pesquisador espírita Ernesto Bozzano, autor do livro Animali e manifestazioni metapsichici, publicado em 1923, antes, pois, da série André Luiz, relata vários casos de almas de animais que foram vistas ou ouvidas por uma ou mais pessoas, valendo ressaltar que o Padre Germano, personagem principal do clássico Memórias do Padre Germano, tanto para Chico Xavier quanto para Divaldo Franco, sempre se apresentou, em espírito, acompanhado de seu cão, o fiel amigo Sultão.

6. Divaldo Franco, em uma entrevista publicada na edição 51 desta revista, assim declarou: “Pessoalmente, já tive diversas experiências com animais, especialmente cães desencarnados, que permanecem na erraticidade desde há algum tempo”. O link que remete à entrevista é http://www.oconsolador.com.br/51/entrevista.html

7. Ainda sobre o assunto, esta revista publicou o artigo intitulado “Os animais no mundo espiritual”, autoria de Eurípedes Kühl, o qual se encontra disponível na internet, bastando para lê-lo clicar em http://www.oconsolador.com.br/ano6/297/euripedes_kuhl.html 

Às informações acima acrescentamos mais as seguintes, colhidas em fontes diversas devidamente citadas:

a) Falando sobre a natureza na colônia espiritual "Nosso Lar", diz André Luiz que quase tudo ali parecia melhorada cópia da Terra. Cores mais harmônicas, substâncias mais delicadas. O solo era forrado de vegetação. Grandes árvores, pomares fartos e jardins deliciosos. Graciosos edifícios, nenhum sem flores à entrada, e aves de plumagens policromas, que cruzavam os ares... Extremamente surpreendido, observando o movimento do parque, identificou ali animais domésticos. Lísias explicou, então, que todo processo evolutivo implica gradação e que há regiões múltiplas para os desencarnados, como existem planos inúmeros e surpreendentes para as criaturas envolvidas de carne terrestre. (Nosso Lar, cap. 7, pág. 46.)

b) Sir Oliver Lodge diz que segundo os Espíritos as condições do Além se assemelham muito às condições de cá embaixo. Os Espíritos falam de flores e de animais, de pássaros e de livros, de belezas de todas as espécies. Afirmam eles que não sabem muito mais do que nós e que o seu caráter e a sua personalidade permanecem os mesmos, embora também progridam, de modo lento, sem se transformarem bruscamente em seres celestiais. (Por que creio na imortalidade da alma, obra publicada originalmente em 1929 e traduzida para o idioma português em 1989 por Francisco Klörs Werneck.)

c) Com exceção de raras espécies, diz André Luiz, as almas dos animais se demoram por tempo curto na esfera espiritual. Então, quando não se fazem aproveitadas na Espiritualidade, em serviço ao qual se filiam durante certa quota de tempo, caem em pesada letargia, semelhante à hibernação, acabando automaticamente atraídas para o campo genésico das famílias a que se ajustam, retomando o organismo com que se confiarão a nova etapa de experiência, com os ascendentes do automatismo e do instinto que já se lhes fixaram no ser. (Evolução em Dois Mundos, Primeira Parte, cap. XII, pp. 87 e 88.)

d) André Luiz relata em sua obra a visita que o casal Bacelar e duas jovens, da colônia “Campo da Paz”, fizeram a Ismália e Alfredo. Eles foram transportados até o Posto em um belo carro, tirado por dois soberbos cavalos brancos. O veículo era quase idêntico aos velhos carros do serviço público do tempo de Luís XV. Do Posto até a colônia a distância era aproximadamente de três léguas. (Os Mensageiros, cap. 28, págs. 149 a 153.)

e) Em sua primeira obra, André Luiz diz que a caravana socorrista constituída pelos Samaritanos possuía seis grandes carros, formato diligência, que, precedidos de matilhas de cães alegres e bulhentos, eram conduzidos por animais semelhantes aos muares terrestres. Bandos de aves de corpo volumoso voavam a curta distância, acima dos carros. Eram chamadas íbis viajores, excelentes auxiliares dos Samaritanos, por devorarem as formas mentais odiosas e perversas emanadas das regiões umbralinas. Narcisa explicou naquela oportunidade que no Ministério do Esclarecimento se localizam parques de estudo e experimentação, onde poderiam ser colhidos maiores esclarecimentos sobre os animais existentes em “Nosso Lar”. (Nosso Lar, cap. 33, pp. 183 e 184.)

f) Ao explicar pormenores da existência de plantas e animais no plano espiritual, André Luiz informa que plantas e animais domesticados pela inteligência humana, durante milênios, podem ser aí aclimatados e aprimorados, por determinados períodos de existência, ao fim dos quais regressam aos seus núcleos de origem no solo terrestre, para que avancem na romagem evolutiva, compensados com valiosas aquisições de acrisolamento, pelas quais auxiliam a flora e a fauna habituais à Terra com os benefícios das chamadas mutações espontâneas. (Evolução em Dois Mundos, Primeira Parte, cap. XIII, pp. 96 e 97.)

g) Em 1918, no seu livro Espiritismo para crianças, Cairbar Schutel escreveu: “Então existem lá casas, árvores, flores, parques, animais? E por que não? Depois que lá chegarmos veremos tudo isso, e, na proporção do nosso adiantamento, encontraremos, além dessas esferas, outros mundos ainda mais aperfeiçoados e rarefeitos”. (Espiritismo para crianças, cap. 6.)

Esperamos que, em face das informações ora reproduzidas, o Sr. Izidro Simões possa rever seu pensamento acerca do assunto e compreender que o ensino espírita é, por sua natureza, progressivo e não se fundamenta somente nas comunicações, mas igualmente na observação, fato que levou o Codificador a classificar o Espiritismo como ciência de observação.

Não foi por outro motivo que, aludindo à progressividade da ciência espírita, Kardec consignou em seu livro A Gênese: “Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará”. (A Gênese, cap. I, item 55.)

Nunca é demais lembrar o que ocorreu relativamente ao fenômeno da possessão, que Kardec também rejeitou até determinada época, inclusive em O Livro dos Médiuns, para depois admiti-lo de forma clara, como podemos ver em textos publicados na Revista Espírita e, por fim, no livro A Gênese.

 


 
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