O Sr. Izidro Simões, em
mensagem eletrônica enviada
no dia 17/11/2013 a esta
revista, insiste no seu
questionamento a propósito
de três assuntos: existência
de animais no mundo
espiritual, mediunidade nos
animais e ideoplastia no
mundo espiritual.
Quanto à mediunidade em
animais, parece-nos evidente
que, embora tenham
percepções anímicas, os
animais não podem atuar como
médiuns, ou seja, como
intermediários entre os
Espíritos e os homens.
O fenômeno da ideoplastia,
tratado por vários autores,
encontra-se devidamente
comprovado nos anais do
chamado Espiritismo
científico, mas atribuir a
essa ordem de fenômenos os
casos de aparição de animais
desencarnados não passa de
mera hipótese, sem apoio nos
fatos.
No tocante à existência de
animais desencarnados no
plano espiritual, em que
eles se movimentam e atuam
valendo-se tão somente do
seu envoltório fluídico, tal
como se dá com nossos
familiares desencarnados,
repetimos aqui o que já foi
dito anteriormente nesta
mesma seção, nas edições
242, 266 e 336, cujos links,
caso os leitores se
interessem pelo tema, são
estes:
242 -
http://www.oconsolador.com.br/ano5/242/oespiritismoresponde.html
266 -
http://www.oconsolador.com.br/ano6/266/oespiritismoresponde.html
336 -
http://www.oconsolador.com.br/ano7/336/oespiritismoresponde.html
Resumidamente, eis o que foi
dito nas três oportunidades
citadas:
1. Há, sem dúvida, algumas
espécies animais no plano
espiritual. Embora muitos
reencarnem quase de
imediato, alguns permanecem
– com seu corpo espiritual –
no plano extrafísico, onde
desenvolvem tarefas
adequadas à experiência que
adquiriram. Irvênia Prada
trata do assunto no artigo
“Os animais têm alma e são
também seres em evolução”,
que o leitor pode ler
clicando neste link:
http://www.oconsolador.com.br/9/especial.html
2. No livro Testemunhos
de Chico Xavier, de
Suely Caldas Schubert, lê-se
o seguinte depoimento de
Chico Xavier: "Em 1939, o
meu irmão José deixou-me um
desses amigos fiéis (um
cão). Chamava-se Lorde e
fez-se meu companheiro,
inclusive de preces, porque,
à noite, postava-se junto a
mim, em silêncio, ouvindo
música. Em 1945, depois de
longa enfermidade, veio a
falecer. Mas no ultimo
instante, vi o Espírito de
meu irmão aproximar-se e
arrebatá-lo ao corpo inerte
e, durante alguns meses,
quando o José, em espírito,
vinha ter comigo, era sempre
acompanhado por ele, que se
me apresentava à visão
espiritual com
insignificante diferença.
Atrevo-me a contar-te as
minhas experiências, porque
também passaste por essa dor
de perder um cão leal e
amigo. Geralmente, quando
falamos na sobrevivência dos
animais, muita gente sorri e
nos endereça atitudes de
piedade. Mas a vida é uma
luz que se alarga para
todos..." (Testemunhos de
Chico Xavier, de Suely
Caldas Schubert, pág. 283,
2ª edição.)
3. Perguntaram certa vez ao
conhecido escritor Celso
Martins: “Na questão 600 do
Livro dos Espíritos,
os Espíritos esclarecem que
o princípio inteligente
ainda vinculado à fase
animal da evolução, após a
desencarnação, é
classificado pelos
dirigentes espirituais e
aproveitado quase
imediatamente, sem entrar em
relação com outras
criaturas. Não é um espírito
errante. No entanto, dentre
outros autores espirituais,
André Luiz nos dá notícia da
existência de animais no
mundo espiritual. Como
explicar esse fato? Seriam
esses animais plasmados
pelos espíritos, como as
plantas o são, segundo
descrição de alguns autores
daquele plano?” Celso
respondeu: “Kardec não podia
dizer tudo de uma só vez.
Até porque o mundo não
entenderia, como não entende
até hoje temas mais simples.
A meu ver, André Luiz apenas
ampliou e aprofundou os
assuntos quando a humanidade
teve mais elementos na
psicologia animal para
entender a matéria”. A
entrevista completa pode ser
lida na internet clicando-se
em
http://www.omensageiro.com.br/entrevistas/entrevista-58.htm
/.
4. Na Revista Espírita
de maio de 1865, Kardec
inseriu uma carta de um
correspondente radicado em
Dieppe, o qual alude à
manifestação da cadelinha
Mika, então desencarnada,
fato esse que foi percebido
pelo autor do relato, por
sua mulher e por uma filha
que dormia no quarto ao
lado. Consultado por Kardec
a respeito do caso, um
Espírito, valendo-se do
médium Sr. E. Vézy, disse
textualmente, em 21 de abril
de 1865: “A manifestação
(...) pode ocorrer, mas é
passageira...”.
5. O pesquisador espírita
Ernesto Bozzano, autor do
livro Animali e
manifestazioni metapsichici,
publicado em 1923, antes,
pois, da série André Luiz,
relata vários casos de almas
de animais que foram vistas
ou ouvidas por uma ou mais
pessoas, valendo ressaltar
que o Padre Germano,
personagem principal do
clássico Memórias do
Padre Germano, tanto
para Chico Xavier quanto
para Divaldo Franco, sempre
se apresentou, em espírito,
acompanhado de seu cão, o
fiel amigo Sultão.
6. Divaldo Franco, em uma
entrevista publicada na
edição 51 desta revista,
assim declarou:
“Pessoalmente, já tive
diversas experiências com
animais, especialmente cães
desencarnados, que
permanecem na erraticidade
desde há algum tempo”. O
link que remete à
entrevista é
http://www.oconsolador.com.br/51/entrevista.html
7. Ainda sobre o assunto,
esta revista publicou o
artigo intitulado “Os
animais no mundo
espiritual”, autoria de
Eurípedes Kühl, o qual se
encontra disponível na
internet, bastando para
lê-lo clicar em
http://www.oconsolador.com.br/ano6/297/euripedes_kuhl.html
*
Às informações acima
acrescentamos mais as
seguintes, colhidas em
fontes diversas devidamente
citadas:
a) Falando sobre a natureza
na colônia espiritual "Nosso
Lar", diz André Luiz que
quase tudo ali parecia
melhorada cópia da Terra.
Cores mais harmônicas,
substâncias mais delicadas.
O solo era forrado de
vegetação. Grandes árvores,
pomares fartos e jardins
deliciosos. Graciosos
edifícios, nenhum sem flores
à entrada, e aves de
plumagens policromas, que
cruzavam os ares...
Extremamente surpreendido,
observando o movimento do
parque, identificou ali
animais domésticos.
Lísias explicou, então, que
todo processo evolutivo
implica gradação e que há
regiões múltiplas para os
desencarnados, como existem
planos inúmeros e
surpreendentes para as
criaturas envolvidas de
carne terrestre. (Nosso
Lar, cap. 7, pág. 46.)
b) Sir Oliver Lodge diz que
segundo os Espíritos as
condições do Além se
assemelham muito às
condições de cá embaixo. Os
Espíritos falam de flores e
de animais, de
pássaros e de livros, de
belezas de todas as
espécies. Afirmam eles que
não sabem muito mais do que
nós e que o seu caráter e a
sua personalidade permanecem
os mesmos, embora também
progridam, de modo lento,
sem se transformarem
bruscamente em seres
celestiais. (Por que
creio na imortalidade da
alma, obra publicada
originalmente em 1929 e
traduzida para o idioma
português em 1989 por
Francisco Klörs Werneck.)
c) Com exceção de raras
espécies, diz André Luiz, as
almas dos animais se
demoram por tempo curto na
esfera espiritual. Então,
quando não se fazem
aproveitadas na
Espiritualidade, em serviço
ao qual se filiam durante
certa quota de tempo, caem
em pesada letargia,
semelhante à hibernação,
acabando automaticamente
atraídas para o campo
genésico das famílias a que
se ajustam, retomando o
organismo com que se
confiarão a nova etapa de
experiência, com os
ascendentes do automatismo e
do instinto que já se lhes
fixaram no ser. (Evolução
em Dois Mundos, Primeira
Parte, cap. XII, pp. 87 e
88.)
d) André Luiz relata em sua
obra a visita que o casal
Bacelar e duas jovens, da
colônia “Campo da Paz”,
fizeram a Ismália e Alfredo.
Eles foram transportados até
o Posto em um belo carro,
tirado por dois soberbos
cavalos brancos. O
veículo era quase idêntico
aos velhos carros do serviço
público do tempo de Luís XV.
Do Posto até a colônia a
distância era
aproximadamente de três
léguas. (Os Mensageiros,
cap. 28, págs. 149 a 153.)
e) Em sua primeira obra,
André Luiz diz que a
caravana socorrista
constituída pelos
Samaritanos possuía seis
grandes carros, formato
diligência, que, precedidos
de matilhas de cães
alegres e bulhentos, eram
conduzidos por animais
semelhantes aos muares
terrestres. Bandos de
aves de corpo volumoso
voavam a curta distância,
acima dos carros. Eram
chamadas íbis viajores,
excelentes auxiliares dos
Samaritanos, por devorarem
as formas mentais odiosas e
perversas emanadas das
regiões umbralinas. Narcisa
explicou naquela
oportunidade que no
Ministério do Esclarecimento
se localizam parques de
estudo e experimentação,
onde poderiam ser colhidos
maiores esclarecimentos
sobre os animais existentes
em “Nosso Lar”. (Nosso
Lar, cap. 33, pp. 183 e
184.)
f) Ao explicar pormenores da
existência de plantas e
animais no plano espiritual,
André Luiz informa que
plantas e animais
domesticados pela
inteligência humana, durante
milênios, podem ser aí
aclimatados e aprimorados,
por determinados períodos de
existência, ao fim dos quais
regressam aos seus núcleos
de origem no solo terrestre,
para que avancem na romagem
evolutiva, compensados com
valiosas aquisições de
acrisolamento, pelas quais
auxiliam a flora e a fauna
habituais à Terra com os
benefícios das chamadas
mutações espontâneas.
(Evolução em Dois Mundos,
Primeira Parte, cap. XIII,
pp. 96 e 97.)
g) Em 1918, no seu livro
Espiritismo para crianças,
Cairbar Schutel escreveu:
“Então existem lá casas,
árvores, flores, parques,
animais? E por que não?
Depois que lá chegarmos
veremos tudo isso, e, na
proporção do nosso
adiantamento, encontraremos,
além dessas esferas, outros
mundos ainda mais
aperfeiçoados e rarefeitos”.
(Espiritismo para
crianças, cap. 6.)
Esperamos que, em face das
informações ora
reproduzidas, o Sr. Izidro
Simões possa rever seu
pensamento acerca do assunto
e compreender que o
ensino espírita é, por sua
natureza, progressivo e não
se fundamenta somente nas
comunicações, mas igualmente
na observação, fato
que levou o Codificador a
classificar o Espiritismo
como ciência de observação.
Não foi por outro motivo
que, aludindo à
progressividade da ciência
espírita, Kardec consignou
em seu livro A Gênese:
“Caminhando de par com o
progresso, o Espiritismo
jamais será ultrapassado,
porque, se novas descobertas
lhe demonstrassem estar em
erro acerca de um ponto
qualquer, ele se modificaria
nesse ponto. Se uma verdade
nova se revelar, ele a
aceitará”. (A Gênese,
cap. I, item 55.)
Nunca é demais lembrar o que
ocorreu relativamente ao
fenômeno da possessão, que
Kardec também rejeitou até
determinada época, inclusive
em O Livro dos Médiuns,
para depois admiti-lo de
forma clara, como podemos
ver em textos publicados na
Revista Espírita e,
por fim, no livro A
Gênese.
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