Ao pé da letra, a Bíblia
é uma aventura, que pode
levar
à loucura
A Bíblia tem uma
linguagem chamada de
profética (ameaçadora),
e que é uma força de
expressão dum momento de
eloquência ou de
nervosismo do profeta ou
dum outro autor sagrado
contra os erros do povo.
Jesus mesmo teve esses
momentos de condenações
rigorosas contra a
grande hipocrisia dos
fariseus e dos
vendilhões do Templo.
Assim, expressões do
tipo: “Onde não lhes
morre o verme, nem o
fogo se apaga” (Marcos
9:44 e 46) são
proféticas, figuradas, e
não devem ser entendidas
literalmente. “Acaso
tenho eu prazer na morte
do perverso? - diz o
Senhor Deus; não desejo
eu antes que ele se
converta dos seus
caminhos, e viva?”
(Ezequiel 18: 23). “Eu
os remirei do poder do
inferno, e os resgatarei
da morte: onde estão, ó
morte, as tuas pragas?
Onde está, ó inferno, a
tua destruição? Meus
olhos não veem em mim
arrependimento algum.” (Oseias
13: 14.)
Se a misericórdia de
Deus é infinita; se
Oseias nos mostra que o
inferno será destruído;
se Deus quer que todos
se salvem (João 6:39);
se eterno (“aionios” em
grego), originalmente,
significa tempo
indeterminado e não
sem-fim, dependendo do
carma de sofrimento ou
de felicidade causado
pelas más ou boas obras
praticadas; se em
hebraico, também, o que
foi traduzido por eterno
é a palavra “ôlam”, cuja
raiz é o verbo “alam”
(ocultar, que envolve,
pois, tempo
desconhecido); se o
sentido de tempo sem-fim
seria com os adjetivos “aidios”,
em grego, e “sempiternus”,
em latim, os quais não
aparecem na Bíblia,
disso tudo se conclui,
com uma clareza
meridiana, que o inferno
é mesmo temporário, o
que é também confirmado
ainda por mais estas
frases: “Ninguém deixará
de pagar tudo até o
último centavo”. (Mateus
5:26). Ora, pago o
último centavo, o
Espírito não vai pagar
mais nada! E
“Conhecereis a verdade,
e ela vos libertará”.
(João 8:32). Os dois
verbos, no futuro,
demonstram-nos que o
nosso conhecimento da
verdade libertadora não
é por agora, mas no
futuro, isto é, depois
de evoluirmos
espiritualmente,
reencarnando muitas
vezes, passando pelo
inferno ou o purgatório
temporários. E esse
tempo futuro não nos
faltaria jamais, pois
isso seria incompatível
e mesmo um absurdo
diante da misericórdia
infinita de Deus e,
também, da nossa
condição de Espíritos
imortais.
Devemos, pois, ser
otimistas com relação às
nossas penas causadas
pelas nossas faltas,
pois colhemos apenas o
que plantamos e não
mais, já que a cada um
será dado de acordo com
suas obras. (São Mateus
16:27; e Apocalipse
22:12.)
Consequentemente,
tenhamos Deus usando do
seu amor infinito e da
sua onipotência para
abrir-nos as portas dos
céus, e não as dos
infernos, como muitos,
lamentavelmente, pensam,
tomando literalmente
certas passagens
isoladas bíblicas, o que
levaria mesmo qualquer
cristão estudioso de
Deus e da Bíblia à beira
da loucura e, no mínimo,
à sua descrença nela!