Companhias
espirituais
No
século
em que o
eminente
Louis
Pasteur
revelava
a ação
de
micro-organismos,
invisíveis
a olho
nu, na
produção
da
fermentação
de
certas
substâncias
ou na
decomposição
de
organismos,
Allan
Kardec
apontava
as
sondas
do
que
fazer
científico
para
outra
realidade
não
percebida
pelos
sentidos
ordinários.
Fez dos
fenômenos
– que
eram
mote de
distração
na alta
sociedade
parisiense
e, ao
mesmo
tempo,
promovidos
pela
onda do
moderno
espiritualismo
nascido
na
América
– um
objeto
científico,
passível
de ser
observado
por um
controle
metodológico
exigente.
Arguto
pesquisador,
se lhe
revela a
chave de
graves
questões
da
humanidade:
quem
somos
nós, de
onde
viemos e
para
onde
vamos?.
Suas
conclusões
partiram
das
narrativas
dos
habitantes
do mundo
invisível
livres
do corpo
como
pássaros
que se
destinam
ao
espaço
abandonando
suas
gaiolas.
A
primeira
aprendizagem
de
Kardec
como
pesquisador
foi a de
que,
sendo os
Espíritos
nada
mais e
nada
menos
que nós
mesmos,
apartados
do
corpo,
cada
qual
apresentava
saber e
moral
referente
à sua
condição
evolutiva,
não
sendo,
nenhum
deles,
dotado
de saber
universal.
Assim,
jamais o
Codificador
colocou
ingenuamente
os
Espíritos
na
condição
de gurus
absolutos,
mas de
coparticipantes
de sua
pesquisa
sobre as
leis que
regem a
vida
espiritual.
Eles
eram
apenas
informadores
ou
instrutores,
cada
qual com
a sua
parcial
contribuição,
sempre
disposta
ao crivo
da
razão.
Em O
Livro
dos
Espíritos,
encontramos
uma
categorização
dos
Espíritos,
segundo
suas
condições
evolutivas,
onde
pesam o
predomínio
ou não
da
matéria
e a sua
propensão
para o
mal ou o
bem.
Essas
categoriais
mais
gerais
são
divididas
em
Espíritos
Inferiores,
Bons
Espíritos
e
Espíritos
Superiores.
Ainda,
segundo
o
Codificador,
em a
Revista
Espírita,
vamos
perceber
que
sendo a
Terra um
mundo
inferior,
isto é,
pouco
adiantado,
resulta
que a
imensa
maioria
dos
Espíritos
que a
povoam,
tanto no
estado
errante,
quanto
encarnados,
deve
compor-se
de
Espíritos
imperfeitos,
que
fazem
mais mal
que bem.
Daí a
predominância
do mal
na
Terra.
Mas é na
constatação
de
nossas
relações
interexistenciais
que está
uma das
grandes
contribuições
do
Espiritismo
em
nossas
vidas.
Estamos
mergulhados
em
diferentes
níveis
vibratórios
e em
constante
interação
com o
mundo
dos
Espíritos,
do qual
o corpo
relativamente
nos
resguarda.
Por
nossas
faculdades
espirituais,
como a
da
transmissão
e
captação
do
pensamento,
somos
protagonistas
da
realidade
espiritual.
Possuímos
companhias
desencarnadas
que são
definidas
pela
sintonia
que
estabelecemos,
radicada
em nossa
natureza
moral.
Aliás,
esse
consiste
num
oportuno
saber
lecionado
pelos
Guias da
Humanidade
a fim de
que não
nos
façamos,
por
ignorância,
marionetes
de
outras
inteligências
já
domiciliadas
no mundo
dos
Espíritos,
capazes
de
influir
negativamente
sobre as
nossas
escolhas.
Dentre
as
companhias
espirituais
de um
indivíduo
estão os
Espíritos
Familiares,
simpáticos,
cujos
laços de
afeto os
interligam
formando
uma
mesma
família
espiritual,
os
Espíritos
afins
aos
propósitos
e
ocupações
do
encarnado
(para
sua
felicidade
ou não)
e, por
fim, o
seu
Espírito
Protetor,
o
amorável
Anjo da
Guarda
pertencente
a uma
ordem
elevada
e
responsável
por
tutelar
o
sujeito
numa
constante
e
crescente
inserção
no campo
do bem,
em prol
de sua
evolução
consciente.
Em
alguns
casos, o
Anjo de
Guarda,
além de
acompanhar
o seu
tutelado
na
erraticidade,
pode
guiá-lo
em
outras
vidas.
Ninguém
na Terra
há que
não
possa
contar
desde o
nascimento
com a
assistência
de seu
Benfeitor
Espiritual
– cujo
compromisso
é a
educação
mesmo de
seu
protegido.
Os
Espíritos
Luminares
resumem
a missão
do Anjo
de
Guarda
como
sendo a
de “um
pai com
relação
aos
filhos;
a de
guiar o
seu
protegido
pela
senda do
bem,
auxiliá-lo
com seus
conselhos,
consolá-lo
nas suas
aflições,
levantar-lhe
o ânimo
nas
provas
da
vida”.
Contudo,
não
podemos
desconsiderar
que o
Anjo da
Guarda
pode
estender
a sua
ação
fraterna
sobre
outras
almas
não se
restringindo
apenas a
um único
tutelado;
como
também,
pela
hierarquia
espiritual
em que
se
encontra,
dedicar-se
a
variadas
tarefas
enobrecidas,
conforme
suas
características
pessoais
forjadas
na
historicidade
de suas
vivências.
Cônscios
disso
tudo,
procuremos
estabelecer
pelas
boas
obras a
sintonia
com o
nosso
Amigo
Espiritual,
a fim de
que,
dignos
de sua
presença
e
receptivos
aos seus
nobres
conselhos,
sigamos
felizes
em
nossos
afazeres
nesta
vida.
Estudando
Kardec
“Aos que
considerem
impossível
que
Espíritos
verdadeiramente
elevados
se
consagrem
a tarefa
tão
laboriosa
e de
todos os
instantes,
diremos
que nós
vos
influenciamos
as
almas,
estando
embora
muitos
milhões
de
léguas
distantes
de vós.
O
espaço,
para
nós,
nada é,
e, não
obstante
viverem
noutro
mundo,
os
nossos
Espíritos
conservam
suas
ligações
com os
vossos.
Gozamos
de
qualidades
que não
podeis
compreender,
mas
ficai
certos
de que
Deus não
nos
impôs
tarefa
superior
às
nossas
forças e
de que
não vos
deixou
sós na
Terra,
sem
amigos e
sem
amparo.
Cada
anjo de
guarda
tem o
seu
protegido,
pelo
qual
vela,
como o
pai pelo
filho.
Alegra-se,
quando o
vê no
bom
caminho;
sofre,
quando
ele lhe
despreza
os
conselhos.”
Revista Espírita, dezembro de 1862 - Estudos sobre os possessos de Morzine – Causas da obsessão e meios de combatê-la.