Mecanismos da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
1)
Iniciamos nesta edição o
estudo sequencial do
livro Mecanismos da
Mediunidade, obra de
autoria de André Luiz,
psicografada pelos
médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e publicada em 1960 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Diz Emmanuel que no
Cristianismo nascente a
mediunidade atingiu
culminâncias jamais
vistas. A que fenômenos
ele se refere?
Segundo Emmanuel, a
partir das manifestações
do dia de Pentecostes,
os eventos mediúnicos
tornaram-se habituais
para os Apóstolos de
Jesus, como dá conta o
Livro de Atos, que
mostra Espíritos
materializados
libertando Pedro e seus
companheiros da prisão,
a prática generalizada
do magnetismo curativo,
a libertação dos
obsidiados, a
clarividência de Saulo
de Tarso, que viu o
próprio Cristo, às
portas de Damasco e lhe
recolheu as instruções.
Não somente em
Jerusalém, como também
em Antioquia, os
mensageiros espirituais
prestavam contínua
assistência aos
semeadores do Evangelho,
através de médiuns
diversos, como Agabo,
que realizou importante
premonição relatada em
Atos dos Apóstolos.
(Mecanismos da
Mediunidade,
Introdução assinada por
Emmanuel, pp. 13 a 16.)
B. Ao misturar ciência e
religião, os espíritas
causam prejuízo à parte
científica do
Espiritismo?
Não. Reportando-se a
essa ideia, André Luiz
diz que, apesar do
respeito que devemos à
pesquisa dos sábios, os
espíritas não podem
abdicar do senso
religioso que lhes
define o trabalho.
“Consideram os espíritas
- afirma André Luiz
- que o historiador, o
fisiologista e o químico
podem não pensar em
Além-Túmulo, mas não
conseguem avançar
desprovidos de senso
moral, porquanto o
historiador, sem
dignidade, é veículo de
impudência; o
fisiologista, sem
respeito para consigo
próprio, quase sempre se
transforma em carrasco
da vida humana, e o
químico, desalmado,
facilmente se converte
em agente da morte.”
(Obra citada, Prefácio
de André Luiz, pp. 17 a
19.)
C. Com relação à
mediunidade, qual é a
obrigação dos espíritas?
Segundo André Luiz, é
nossa obrigação cultuar
a mediunidade e
acrisolá-la,
aparelhando-nos com os
recursos precisos ao
conhecimento de nós
mesmos, compreendendo
que não basta a
observação dos fatos em
si, mas se fazem
indispensáveis a
disciplina e a
iluminação dos
ingredientes morais que
os constituem, a fim de
que se tornem fatores de
aprimoramento e
felicidade, a benefício
da criatura em trânsito
para a realidade maior.
(Obra citada,
Prefácio de André Luiz,
pp. 19 e 20.)
Texto para leitura
1. Registros de
Allan Kardec -
Abrindo este livro,
André Luiz transcreve
cinco trechos extraídos
das Obras de Allan
Kardec, em que o
Codificador ensina: I
- O Espírito do
sonâmbulo, no estado de
desprendimento em que
fica colocado, entra em
comunicação mais fácil
com os outros Espíritos
encarnados, ou não
encarnados, comunicação
essa que se estabelece
pelo contato dos
fluidos, que compõem os
perispíritos e servem de
transmissão ao
pensamento. II -
O médium exprime o
pensamento dos Espíritos
pelos meios mecânicos
que estão à sua
disposição, mas a
expressão desse
pensamento pode e deve
mesmo, as mais das
vezes, ressentir-se da
imperfeição de tais
meios. III - A
mediunidade não é uma
arte, nem um talento,
pelo que não pode
tornar-se uma profissão.
Ela não existe sem o
concurso dos Espíritos.
Faltando estes, já não
há mediunidade. IV -
Por toda a parte, há
vida e movimento; nenhum
canto do Infinito
encontra-se despovoado;
não existe região alguma
que não seja
incessantemente
percorrida por legiões
inumeráveis de Espíritos
radiantes, invisíveis
aos sentidos grosseiros
dos encarnados, mas cuja
vista deslumbra de
alegria e admiração as
almas libertas da
matéria. V - São
extremamente variados os
efeitos da ação fluídica
sobre os doentes.
Algumas vezes é lenta e
reclama tratamento
prolongado, como no
magnetismo ordinário;
doutras vezes é rápida,
como uma corrente
elétrica.
(Introdução, pp. 11 e
12.)
2. Mediunidade
- À guisa de introdução
a esta obra, Emmanuel
refere diversas
passagens da História
sacra e profana em que
se evidenciam as
manifestações dos
Espíritos, mas assevera
que foi justamente no
Cristianismo nascituro
que a mediunidade
atingiu culminâncias
jamais vistas. A partir
das manifestações do dia
de Pentecostes, os
eventos mediúnicos
tornaram-se habituais
para os Apóstolos de
Jesus, como dá conta o
Livro de Atos, que
mostra Espíritos
materializados
libertando Pedro e seus
companheiros da prisão,
a prática generalizada
do magnetismo curativo,
a libertação dos
obsidiados, a
clarividência de Saulo
de Tarso, que viu o
próprio Cristo, às
portas de Damasco e lhe
recolheu as instruções.
Não somente em
Jerusalém, como também
em Antioquia, os
mensageiros espirituais
prestavam contínua
assistência aos
semeadores do Evangelho,
através de médiuns
diversos, como Agabo,
que realizou importante
premonição relatada em
Atos dos Apóstolos.
Emmanuel adverte, porém,
que tanto ontem quanto
hoje os médiuns
experimentavam injustiça
e perseguição, e
padeciam inquéritos e
sarcasmos, como se deu
com Estêvão, lapidado
pelos fariseus, e com
Tiago, morto a golpes de
espada. Na sequência,
após reportar-se,
ligeiramente, a
sensitivos famosos mais
próximos de nossa época,
o Mentor espiritual de
Chico Xavier, elogiando
o esforço de André Luiz
na elucidação dos
problemas que dizem
respeito à mediunidade,
fecha seu comentário,
afirmando: “Em nosso
campo de ação, temos
livros que consolam e
restauram, medicam e
alimentam, tanto quanto
aqueles que propõem e
concluem, argumentam e
esclarecem. Nesse
critério, surpreendemos
aqui um livro que
estuda. Meditemos, pois,
sobre suas páginas”.
(Introdução assinada por
Emmanuel, pp. 13 a 16.)
3. Ante a
mediunidade - Em
seu prefácio, André Luiz
diz que, embora um
século de Doutrina
Espírita haja
transcorrido, persiste
ainda a incompreensão em
torno da mediunidade.
Enquanto os intelectuais
vinculados ao ateísmo
prático a desprezam, os
experimentadores a
observam com reserva, e
somente os espíritas,
conscientes de sua
presença e significado
perante a vida,
sustentam-lhe a bandeira
de trabalho e revelação.
Reportando-se aos que
dizem que os espíritas,
ao misturar ciência e
religião, causam um
grande prejuízo para a
parte científica do
Espiritismo, André
observa que, apesar do
respeito que devemos à
pesquisa dos sábios, os
espíritas não podem
abdicar do senso
religioso que lhes
define o trabalho.
“Consideram os espíritas
- afirma André Luiz
- que o historiador, o
fisiologista e o químico
podem não pensar em
Além-Túmulo, mas não
conseguem avançar
desprovidos de senso
moral, porquanto o
historiador, sem
dignidade, é veículo de
impudência; o
fisiologista, sem
respeito para consigo
próprio, quase sempre se
transforma em carrasco
da vida humana, e o
químico, desalmado,
facilmente se converte
em agente da morte.”
Dito isto, acrescenta
André: “Se caminham
atentos à mensagem das
Esferas Espirituais,
isso não quer dizer se
enquistem na visão de
mundos etéreos, para
enternecimento beatífico
e esterilizante, mas
para se fazerem
elementos úteis na
edificação do mundo
melhor. Se analisam as
emanações anímicas é
porque desejam cooperar
no aperfeiçoamento da
vida espiritual no
Planeta, assim como na
solução dos problemas do
destino e da dor, junto
da Humanidade, de modo a
se esvaziarem
penitenciárias e
hospícios, e, se algo
procuram, acima do
terra-a-terra, esse
algo é a educação de si
mesmos, através do bem
puro aos semelhantes,
com o que aspiram, sem
pretensão, a orientar o
fenômeno a serviço dos
homens, para que o
fenômeno não se reduza a
simples curiosidade da
inteligência”.
(Prefácio de André Luiz,
pp. 17 a 19.)
4. Ciência e
mediunidade -
Depois de asseverar que
existem manifestações da
luz, da eletricidade, do
calor e da matéria,
desconhecidas nas faixas
da evolução humana, das
quais somente poderemos,
por enquanto, recolher
informações pelas vias
do espírito, André Luiz
explica que recorreu a
diversos trabalhos de
divulgação científica do
mundo contemporâneo,
para tornar a substância
espírita deste livro
mais seguramente
compreendida. Ele,
entretanto, adverte que
é preciso, quanto aos
apontamentos científicos
humanos, reconhecer-lhes
o caráter passageiro, no
que se refere à
definição e à
nomenclatura, atentos à
circunstância de que a
experimentação constante
induz os cientistas de
um século a considerar,
muita vez, como
superado, o trabalho dos
cientistas que os
precederam. Por causa
disso, as notas dessa
natureza, neste livro,
tomadas naturalmente ao
acervo de informações e
deduções dos estudiosos
da atualidade terrestre,
valem por vestimenta
necessária, mas
transitória, da
explicação espírita da
mediunidade, que é,
nesta obra, o corpo de
ideias a ser
apresentado. “Não
podemos - assevera
André - esquecer a
obrigação de cultuar a
mediunidade e
acrisolá-la,
aparelhando-nos com os
recursos precisos ao
conhecimento de nós
mesmos. A Parapsicologia
nas Universidades e o
estudo dos mecanismos do
cérebro e do sonho, do
magnetismo e do
pensamento nas
instituições ligadas à
Psiquiatria e às
ciências mentais, embora
dirigidos noutros rumos,
chegarão igualmente à
verdade, mas, antes que
se integrem
conscientemente no plano
da redenção humana,
burilemos, por nossa
vez, a mediunidade, à
luz da Doutrina
Espírita, que revive a
Doutrina de Jesus, no
reconhecimento de que
não basta a observação
dos fatos em si, mas
também que se fazem
indispensáveis a
disciplina e a
iluminação dos
ingredientes morais que
os constituem, a fim de
que se tornem fatores de
aprimoramento e
felicidade, a benefício
da criatura em trânsito
para a realidade maior.”
(Prefácio de André
Luiz, pp. 19 e 20.)
5. Agitação e
ondas - A
inteligência do século
XX, após esforços
persistentes de muitos
sábios encarnados no
mundo, chegou ao
entendimento de que a
Terra é um magneto de
gigantescas proporções,
constituído de forças
atômicas condicionadas e
cercado por essas mesmas
forças em combinações
multiformes, compondo o
chamado campo
eletromagnético em que o
planeta, no ritmo de
seus próprios
movimentos, se tipifica
na Imensidade Cósmica.
Nesse reino de energias,
em que a matéria
concentrada estrutura o
Globo de nossa moradia e
em que a matéria em
expansão lhe forma o
clima peculiar, a vida
desenvolve agitação. E
toda agitação produz
ondas. Uma frase que
emitimos ou um
instrumento que vibra
criam ondas sonoras.
Liguemos o aquecedor e
espalharemos ondas
caloríficas. Acendamos a
lâmpada e
exteriorizaremos ondas
luminosas. Façamos
funcionar o receptor
radiofônico e
encontraremos ondas
elétricas. Em suma, toda
inquietação se propaga
em forma de ondas,
através dos diferentes
corpos da Natureza.
(Cap. I, pp. 21 e 22.)
(Continua na próxima
edição.)