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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 7 - N° 344 - 5 de Janeiro de 2014
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Temas da Vida e da Morte

Manoel Philomeno de Miranda 

(Parte 15)

Continuamos a apresentar o estudo metódico e sequencial do livro Temas da Vida e da Morte, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.

Questões preliminares

A. Podemos dizer que a culpa se encontra na origem das enfermidades mentais?  

Sim. Na psicogênese profunda das enfermidades mentais, sempre depararemos com um Espírito assinalado por problemas e dívidas que o afligem, encarcerado na dor de que se não pode evadir. Isso não se dá, porém, apenas na problemática dos distúrbios psíquicos, mas em toda e qualquer situação de sofrimento, particularmente quando no envoltório carnal, sob as graves injunções das limitações orgânicas. Responsável por si mesmo, é o Espírito quem modela a aparelhagem de que se utilizará, em cada encarnação, como decorrência imediata e inevitável do comportamento que se permitiu na experiência anterior. (Temas da Vida e da Morte - Horas de angústia,  pp. 105 e 106.)

B. A obsessão está presente também nas alienações mentais?

Em alguns casos, sim. É o que pode ocorrer quando os deslizes e crimes perpetrados pelo Espírito culpado envolveram outras criaturas que não tiveram o valor de perdoar e esquecer, sem atinarem que sofrimento é prova redentora, e se resolvem pela cobrança inditosa. Eles reencontram, no tempo, sob outra forma, o infrator que se lhes fez inimigo, passando a investir, furibundos e inditosos, em desforços que se alongam, gerando quadros de obsessões dilaceradoras que são adicionados à problemática pessoal do delinquente em desequilíbrio. Não descartamos, portanto, nos portadores de alienações mentais a obsessão, apesar de reconhecermos os fatores atuais catalogados e estudados pelas “ciências da mente”. (Obra citada - Horas de angústia,  pp. 106 e 107.)

C. Diz-se que é tênue a linha demarcadora entre saúde e doença mental. É verdade tal ideia?

Sim. A linha demarcadora entre saúde e doença, no seu curso sinuoso, encontra, na área das enfermidades mentais, menos campo de limitação, pelo fato de o indivíduo transitar de um para o outro estado com frequência e facilidade. Sendo muito complexa a definição de normalidade mental, os dados que lhe estabelecem as expressões não podem ser aplicados com êxito, em se considerando a quase infinita gama de comportamentos humanos. (Obra citada - Saúde mental, pp. 110 e 111.)

Texto para leitura

57. Na origem das enfermidades mentais eis sempre o Espírito e sua culpa - Na psicogênese profunda das enfermidades mentais, sempre depararemos com um Espírito assinalado por problemas e dívidas que o afligem, encarcerado na dor de que se não pode evadir. Isso não se dá, porém, apenas na problemática dos distúrbios psíquicos, mas em toda e qualquer situação de sofrimento, particularmente quando no envoltório carnal, sob as graves injunções das limitações orgânicas. Responsável por si mesmo, é o Espírito quem modela a aparelhagem de que se utilizará, em cada encarnação, como decorrência imediata e inevitável do comportamento que se permitiu na experiência anterior... Somatizando conflitos e dramas, reflete na conduta as patologias mais condizentes com a sua realidade, da mesma forma que, vinculado a reminiscências mais vigorosas de ações infelizes do passado, libera no psiquismo atual angústias e rebeldias, transtornos variados e fixações que o alienam, estabelecendo a larga e variada gama dos distúrbios de comportamento e os desequilíbrios de que, hoje, mais do que ontem, padece a sociedade. Neuroses, psiconeuroses, esquizofrenias multiplicam-se extensamente entre as criaturas, como sinal de alarme, caracterizando os dias que vivemos, de angústia e descontentamento, de aflições superlativas e de loucura, que levam o homem à violência contra si mesmo, contra o patrimônio, contra o próximo e a sociedade, resultando em guerras particulares e domésticas, de grupos e classes, de partidos e religiões, de Estados e continentes... Abstraindo-nos do exame dos fatores psicossociais do momento, bem assim das constrições gerais e de outras causas endógenas, detemo-nos na análise do homem espiritual, comprometido em si mesmo pelo despautério e pela leviandade com que se vem conduzindo em relação à vida, às leis que regem o Universo, sintetizadas na “lei de amor”, que é a manifestação de Deus na sua expressão mais pura. Delinquindo, o Espírito encarcera-se no erro, que procura dissimular, mas de que se não evade, senão quando recuperado pelo refazimento da ação condigna, anulando o mal antes perpetrado. (Horas de angústia,  pp. 105 e 106.)

58. A obsessão está presente também nas alienações mentais - A consciência, que se sedia no ser eterno – o Espírito – e se exterioriza pela cerebração, enquanto se está reencarnado, pode adormecer sob o anestésico da indiferença ou da brutalidade, ou subtrair-se à reparação, submergindo no oceano dos traumas e dos estados primitivos. No entanto, sempre despertará, ergastulada ao delito que assoma, avolumando-se com cargas deletérias na condição de culpa-remorso, amargura-arrependimento que se farão presentes no futuro corpo carnal, cujo agrupamento cerebral se desequilibra, dando origem aos distúrbios aludidos, às fobias, às psicoses, à deterioração da personalidade... Quando aqueles deslizes e crimes envolveram outras criaturas que não tiveram o valor de perdoar e esquecer, sem atinarem que sofrimento é prova redentora, e se resolvem pela cobrança inditosa, reencontram, no tempo, sob outra forma que seja, o infrator que se lhes fez inimigo, passando a investir, furibundos e inditosos, em desforços que se alongam, gerando quadros de obsessões dilaceradoras que são adicionados à problemática pessoal do delinquente em desequilíbrio. Não descartamos, portanto, nos portadores de alienações mentais a obsessão, apesar de reconhecermos os fatores atuais catalogados e estudados pelas “ciências da mente”, neles mesmos encontrando o braço oculto da Justiça que alcança os infratores, embora estes busquem justificar-se, por não se recordarem das ações nefastas antes perpetradas. No íntimo, cada portador de distonia psíquica, quando ainda não perdeu a lucidez do raciocínio, sente a presença da culpa atormentadora, que os psicanalistas intentam encontrar, no exame que fazem a partir do momento da fecundação, em suas respeitáveis pesquisas, culpa que precede, contudo, à própria fecundação, por se encontrar ínsita no Espírito, esse viajor do tempo incomensurável. Com as luzes do Espiritismo, abrem-se perspectivas para terapias mais consentâneas com essa problemática, prenunciando a paz que advirá após as sombrias e graves horas de tormenta que desaba sobre o homem e o organismo combalido da sociedade. (Horas de angústia,  pp. 106 e 107.)

59. É importante a orientação psicoterápica preventiva - O esforço dos lidadores das ciências psíquicas tem sido de grande significação para eliminar ou minimizar os males que decorrem das variadas formas de alienações mentais, que aumentam assustadoramente nos espaços emocionais da sociedade hodierna. Desde os antigos conceitos dos humores, de Galeno, até as incursões mais profundas no inconsciente da personalidade, superando-se as crendices de que “o cérebro não pode enfermar”, as conquistas são expressivas, sem que hajam apresentado resultados mais tranquilizadores para as criaturas. As estatísticas demonstram que aumenta o número de enfermos mentais consumidos pelos impositivos desagregadores da sociedade. Estabelecidas as causas preponderantes, coercitivas, e as predisponentes, que levam às psicopatologias, os fatores endógenos e exógenos, ao lado dos traumatismos cranianos e das sequelas provenientes de enfermidades virósicas, as pressões psicológicas, com as suas altas cargas de tensões, respondem pelos elevados índices das neuroses,  das psicoses,  das mudanças de comportamento... Constrições psicossociais, em desabalado crescimento, estão ceifando o equilíbrio do homem e conduzindo-o a distúrbios que se agravam. A falta de orientação psicoterápica preventiva entre os indivíduos deságua nas aflições injustificáveis, que desencadeiam processos de desagregação da personalidade, conduzindo à loucura nas suas variadas formas. (Saúde mental, pp. 109 e 110.)

60. É tênue a linha demarcadora entre saúde e doença mental - Desestruturado, o indivíduo que não se enriqueceu de valores emocionais para enfrentar os sucessos ou os dissabores da vida, tomba nas urdiduras da ansiedade, gerando perturbações psicológicas que se agravam a cada dia, muitas vezes por influência do próprio meio ambiente, familiar, igualmente desconcertante, que acelera o distúrbio inicial até a instalação da enfermidade de curso demorado, quando se apresenta com recidivas constantes ou se transforma em quadro irreversível. A linha demarcadora entre saúde e doença, no seu curso sinuoso, encontra, na área das enfermidades mentais, menos campo de limitação, pelo fato de o indivíduo transitar de um para o outro estado com frequência e facilidade. Sendo muito complexa a definição de normalidade mental, os dados que lhe estabelecem as expressões não podem ser aplicados com êxito, em se considerando a quase infinita gama de comportamentos humanos. Estabelecidos os parâmetros da normalidade, quaisquer incursões, em outras faixas de conduta, chamam a atenção para uma análise que objetiva evitar a queda pela rampa do inabitual até o tombo na alienação. Examinado o homem na sua legítima realidade, tem-se que considerá-lo como o resultado de um Espírito imortal que é, a exteriorizar-se mediante o perispírito, órgão intermediário responsável pela programação e formação do corpo no qual se movimenta na Terra. Preexistente à vida física e a ela sobrevivente, deve ser estudado como sendo o resultado das suas multifárias experiências, nas etapas reencarnatórias do passado de onde procede, graças às quais logrou a saúde temporária ou a transitória enfermidade. (Saúde mental, pp. 110 e 111.) (Continua no próximo número.)

 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita