Continuamos
o estudo
metódico e sequencial do
clássico "No Invisível",
de Léon Denis, cujo
título no original
francês é
Dans l'Invisible.
Questões preliminares
A. É
verdade que quase todos
os grandes compositores
são ou foram sensitivos
ou médiuns?
Sim. Léon
Denis menciona, a
propósito do assunto,
particularidades
relacionadas a Beethoven
e Mozart, que admitiram
a origem transcendental
de sua inspiração.
Próximo da morte
corpórea, Mozart disse a
um amigo: “Escuta, estou
ouvindo música”. O amigo
lhe respondeu: “Não ouço
nada”. Mozart, porém,
tomado de arroubo,
continua a perceber as
harmonias celestes. Foi
então que compôs o seu “Requiem”.
Logo que o concluiu,
chamou sua filha Emelia
e lhe disse: “Vem, minha
Emelia, minha tarefa
está terminada: meu
‘Requiem’ está
concluído!” Sua filha
cantou algumas estrofes;
depois, quando terminou,
demorando-se nas notas
melancólicas e profundas
do trecho, voltou-se
docemente a procurar o
sorriso aprobativo de
seu pai, mas só
encontrou o sorriso
calmo e repousado da
morte. Mozart não era
mais deste mundo.
(Obra citada - O
Espiritismo
experimental: Os fatos -
XIV - Visão e audição
psíquicas no estado de
vigília.)
B. Para
manifestar-se no meio
humano, o Espírito
necessita do concurso
dos encarnados?
Sim. O
Espírito só pode
manifestar-se em nosso
meio com o auxílio de
uma força haurida nos
médiuns e nos
assistentes. Essa força
é gerada pelo corpo
fluídico e tem sido
alternativamente
designada sob os nomes
de força magnética,
nêurica, etérica. Léon
Denis prefere chamar-lhe
força psíquica, porque
obedece à vontade, que é
de fato o seu motor; os
membros lhe servem de
agentes condutores; ela
se desprende mais
particularmente dos
dedos e do cérebro.
(Obra citada - O
Espiritismo
experimental: Os fatos -
XV - A força psíquica -
Os fluidos - O
magnetismo.)
C. São
idênticos os processos
utilizados pelo
hipnotismo e pelo
magnetismo?
Não; os
processos diferem. No
hipnotismo, é pela
sugestão que se atua
sobre o sensitivo, a
princípio para o
adormecer, e em seguida
para provocar fenômenos.
A sugestão é a
subordinação de uma
vontade a outra. O
sensitivo se abandona ao
experimentador e executa
suas ordens, expressas
pela palavra e pelo
gesto, ou simplesmente
pelo pensamento. Pode-se
obter o mesmo resultado
com as práticas
magnéticas. Os meios
usados pelos
hipnotizadores são,
antes de tudo,
violentos. Se podem
curar certas afecções,
na maior parte das vezes
ocasionam desordens no
sistema nervoso e, com a
continuação,
desequilibram o
sensitivo, ao passo que
os eflúvios magnéticos,
bem dirigidos, quer em
estado de vigília, quer
no sono, restabelecem
com frequência a
harmonia nos organismos
perturbados.
(Obra citada - O
Espiritismo
experimental: Os fatos -
XV - A força psíquica -
Os fluidos - O
magnetismo.)
Texto
para leitura
580. O Sr. François
Coppée, o poeta
acadêmico, ouviu muitas
vezes uma voz
misteriosa. É o que nos
informa o Sr. Jules Bois
em sua pesquisa sobre
“L'Au-de là et lês
forces inconnues”,
publicada pelo jornal
“Le Matin” (7 de outubro
de 1901):
“É sempre quando estou
deitado – escreve o
poeta – e pouco depois
de ter apagado a luz,
que se produz o
fenômeno. Ouço então
distintamente uma voz
que me chama por meu
apelido de família:
Coppée! É absolutamente
certo que eu não estou
dormindo nesse momento;
e a prova é que, apesar
da viva emoção e do
acelerado palpitar do
coração que sinto, tenho
sempre retorquido
imediatamente: ‘Quem
está aí? Quem me fala?’
Mas nunca a voz
acrescentou coisa alguma
no seu simples chamado.
Essa voz me é
desconhecida. Não me faz
lembrar a voz de meu
pai, nem a de minha mãe,
nem a de qualquer outra
pessoa que
particularmente me
estimasse, ou que eu
amasse extremosamente e
que já não exista. Mas,
repito-o, é clara e
distinta, e, o que é
verdadeiramente notável,
e vo-lo asseguro,
espantoso, pela inflexão
que dá ao meu nome, tão
breve como é, parece
corresponder ao
sentimento que me anima.
Só muito raramente me
tem acontecido ouvir
essa voz, e em
circunstâncias bastante
graves da minha vida
moral, quando
acabrunhado por um
desgosto ou descontente
de mim mesmo. E sempre a
voz traduziu uma
expressão, ou
compadecida ou de
reprovação, já seja
condoendo-se da minha
aflição, ou censurando
meu sentimento mau. E
nisso tenho a certeza a
mais de que não é em
sonho que ouço essa voz;
porque nunca me falou
senão quando
precisamente eu me
achava bem desperto por
minhas preocupações.”
581. Em certos médiuns,
o sentido psíquico pode
apreender as vibrações
mais sutis do pensamento
dos Espíritos e mesmo
perceber as penetrantes
harmonias dos espaços e
dos mundos, os concertos
dos Espíritos celestes.
A faculdade de audição
se torna, às vezes,
extensiva a todas as
pessoas presentes.
582. Em sua “História do
Espiritualismo na
América”, a Sra.
Hardinge-Britten refere
que a Sra. Tamlin foi,
nesse país, o primeiro
médium por cuja
intervenção se ouviram
árias tocadas em
instrumentos invisíveis
com a maior perfeição.
Os sons variavam, desde
os mais intensos aos
mais graves. Em certos
momentos, dir-se-ia
serem os acordes de uma
harpa eólia. Parecia que
os sons se iam
transformar em voz
humana de esquisita
doçura. Esses fatos se
repetiam depois em meios
muitíssimo diversos.
583. Durante as célebres
sessões dadas por Jesse
Shepard em todas as
grandes capitais e em
presença de vários
soberanos, como nas do
Dr. Sant'Angelo, em
Roma, ouviram-se coros
celestes e os acordes de
múltiplos instrumentos
invisíveis. Solos que
eram entoados permitiam
reconhecer as vozes de
cantores ou cantoras
falecidos.
584. Quase todos os
grandes compositores são
sensitivos, médiuns
auditivos ou inspirados.
Seus próprios
testemunhos em tal
sentido são dignos de
fé. Encontram-se em
Goethe (“Cartas a um
filho”) as seguintes
particularidades acerca
de Beethoven:
“Beethoven, referindo-se
à fonte de que lhe
provinha a concepção de
suas obras-primas, dizia
a Betina: ‘Sinto-me
obrigado a deixar
transbordar de todos os
lados as ondas de
harmonia provenientes do
foco da inspiração.
Procuro acompanhá-las e
delas me apodero
apaixonadamente; de novo
me escapam e desaparecem
entre a multidão de
distrações que me
cercam. Daí a pouco,
torno a apreender com
ardor a inspiração;
arrebatado, vou
multiplicando todas as
modulações, e venho, por
fim, a me apropriar do
primeiro pensamento
musical. Vede agora: é
uma sinfonia... Tenho
necessidade de viver só
comigo mesmo. Sinto que
Deus e os anjos estão
mais próximos de mim, na
minha arte, do que os
outros. Entro em
comunhão com eles, e sem
temor. A música é o
único acesso espiritual
nas esferas superiores
da inteligência.’ Em
seguida a haver composto
suas mais suaves
harmonias, exclamava
ele: – ‘Tive um
êxtase’.”
585. Mozart, por sua
vez, numa de suas cartas
a um amigo íntimo, nos
inicia nos mistérios da
inspiração musical:
“Dizes que desejarias
saber qual o meu modo de
compor e que método
sigo. Não te posso
verdadeiramente dizer a
esse respeito senão o
que se segue, porque eu
mesmo nada sei e não mo
posso explicar. Quando
estou em boas
disposições e
inteiramente só, durante
o meu passeio, os
pensamentos musicais me
vêm com abundância.
Ignoro donde procedem
esses pensamentos e como
me chegam; nisso não tem
a minha vontade a menor
intervenção.”
586. No declínio de sua
vida, quando já sobre
ele se estendia a sombra
da morte, em um momento
de calma, de perfeita
serenidade, ele chamou
um de seus amigos que se
achavam no quarto:
“Escuta – disse ele –
estou ouvindo música.” O
amigo lhe respondeu:
“Não ouço nada.” Mozart,
porém, tomado de
arroubo, continua a
perceber as harmonias
celestes. E seu pálido
semblante se ilumina.
Cita depois o testemunho
de S. João: “E eu ouvi
música no céu!” Foi
então que compôs o seu
“Requiem”. Logo que o
concluiu, chamou sua
filha Emelia e lhe
disse: “Vem, minha
Emelia, minha tarefa
está terminada: meu
‘Requiem’ está
concluído!” Sua filha
cantou algumas estrofes;
depois, quando terminou,
demorando-se nas notas
melancólicas e profundas
do trecho, voltou-se
docemente a procurar o
sorriso aprobativo de
seu pai, mas só
encontrou o sorriso
calmo e repousado da
morte. Mozart não era
mais deste mundo.
587. Massenet, a
propósito de seu poema
sinfônico “Visões”,
interpretado em Leeds,
em 1898, escrevia estas
linhas reproduzidas pelo
“Light”, de Londres,
1898:
“Há alguma coisa de mais
ou menos experimental
nesta composição, e eu
desejo que os primeiros
que a ouvirem não formem
a seu respeito uma ideia
falsa. Vou referir-vos a
história da sua gênese.
Há muito pouco tempo
viajava eu no Simplon.
Tendo chegado a um
pequeno hotel, situado
em meio das montanhas,
tomei a resolução de aí
passar alguns dias numa
tranquilidade absoluta.
Instalei-me, pois, para
gozar um pouco de
repouso; mas na primeira
manhã, enquanto estava
sentado, sozinho, em
meio desse majestoso
silêncio das montanhas,
escutei uma voz. Que
cantava ela? Não sei.
Mas sempre essa voz
espiritual, estranha, me
ressoava aos ouvidos, e
eu fiquei absorto em um
sonho, nascido da voz e
da solidão das
montanhas.”
588. Massenet e Mozart
recebiam, pois, as
inspirações do exterior,
independentemente de sua
vontade.
589. Pode-se dizer que a
intervenção do Alto, a
comunhão do Céu e da
Terra se afirmam de mil
modos na concepção do
pensamento e do gênio,
para a vitória do belo e
a realização do ideal
divino. É esta uma
verdade de todos os
tempos. Até agora foi
imperfeitamente
compreendida. Mas a luz
se faz e, dentro em
pouco, a Humanidade se
adiantará, mais cheia de
confiança, por essa via
fecunda. A comunhão
entre os mortos e os
Espíritos inspiradores
tornar-se-á mais
efetiva, mais
consciente, e com isso
ganhará em vigor e
amplitude a obra humana.
590. XV - A força
psíquica - Os fluidos -
O magnetismo – O
estudo dos fenômenos
espíritas nos fez
conhecer estados de
matéria e condições de
vida que a Ciência havia
por longo tempo
ignorado. Ficamos
sabendo que, além do
estado gasoso e mesmo do
estado radiante
descoberto por William
Crookes, a matéria,
tornada invisível,
imponderável, se
encontra sob formas cada
vez mais sutis, que
denominamos “fluidos”. À
medida que se rarefaz,
adquire novas
propriedades e uma
capacidade de irradiação
sempre crescente;
torna-se uma das formas
da energia. É sob esse
aspecto que se revela na
maior parte das
experiências de que
falaremos nos capítulos
seguintes.
591. Quando um Espírito
se manifesta no meio
humano, só o pode fazer
com o auxílio de uma
força haurida nos
médiuns e nos
assistentes. Essa força
é gerada pelo corpo
fluídico. Tem sido
alternativamente
designada sob os nomes
de força magnética,
nêurica, etérica;
chamar-lhe-emos, por
nossa parte, força
psíquica, pois que
obedece à vontade, que é
de fato o seu motor; os
membros lhe servem de
agentes condutores; ela
se desprende mais
particularmente dos
dedos e do cérebro.
592. Existe em cada um
de nós um foco invisível
cujas radiações variam
de intensidade e
amplitude conforme
nossas disposições
mentais. A vontade lhes
pode comunicar
propriedades especiais;
nisso reside o segredo
do poder curativo dos
magnetizadores. A estes,
efetivamente, é que em
primeiro lugar se
revelou essa força, em
suas aplicações
terapêuticas.
Reichenbach a estudou em
sua natureza e deu-lhe o
nome de “od”. William
Crookes foi o primeiro a
medir-lhe a intensidade.
593. Os médiuns de
efeitos físicos
exteriorizam essa força
em grande abundância;
todos nós, porém, a
possuímos em diversos
graus. Mediante essa
força é que se produz a
suspensão de mesas no
ar, a mudança de
objetos, sem contacto,
de um lugar para outro,
o fenômeno dos
transportes, a escrita
direta em ardósia, etc.
É constante a sua ação
em todas as
manifestações espíritas.
594. Os eflúvios do
corpo humano são
luminosos, coloridos de
tonalidades diferentes –
dizem os sensitivos, que
os distinguem na
obscuridade. Certos
médiuns os veem, mesmo
em plena luz, a
escapar-se das mãos dos
magnetizadores.
Analisados ao
espectroscópio, a
extensão de suas ondas
tem sido determinada
segundo cada uma das
cores.
595. Esses eflúvios
formam em torno de nós
camadas concêntricas que
constituem uma espécie
de atmosfera fluídica. É
a “aura” dos ocultistas,
ou fotosfera humana,
pela qual se explica o
fenômeno de
exteriorização da
sensibilidade,
estabelecida pelas
numerosas experiências
do Coronel De Rochas, do
Dr. Luys, do Dr. Paul
Joire, etc.
596. O Dr. Baraduc
fabricou um aparelho,
denominado biômetro, com
o qual conseguiu medir a
força psíquica. Esse
aparelho compõe-se de
uma agulha de cobre
suspensa por um fio de
seda, acima de um
quadrante numerado, tudo
isso disposto sob um
globo de vidro, ao
abrigo do ar e das
influências exteriores.
Nessas condições, a
agulha pode ser
influenciada sem
contacto, através do
vidro, pelas radiações
que se escapam da mão do
experimentador, colocado
a distância.
597. Por esse processo
se obtêm desvios da
agulha, que variam entre
40 e 75 graus, nos dois
sexos, sendo a agulha
atraída ou repelida
conforme o estado de
saúde ou as disposições
mentais das pessoas. Em
geral, a mão direita
atrai e a esquerda
repele. A força
invisível pode
influenciar a agulha
através de um pedaço de
vidro de dez centímetros
de espessura, através de
uma lâmina de mica, de
alúmen, de colódio
isolador, etc.
598. O Dr. Baraduc
efetuou, no espaço de
dez anos, mais de duas
mil experiências que lhe
permitiram estabelecer,
com a mais rigorosa
exatidão, a existência
dessa força e a
intensidade de sua
emissão ou o grau de
atração sobre ela
exercida, segundo o
vigor ou a debilidade de
nossa natureza.
599. As experiências de
William Crookes ainda
são mais demonstrativas.
Operando em seu próprio
laboratório com o médium
Home, serviu-se o
eminente sábio de uma
balança de grande
precisão. A mão do
médium chegou a
influenciar o aparelho,
sem contacto, a ponto de
produzir desvios de uma
das conchas e aumento de
peso até oito libras. As
experiências foram
repetidas múltiplas
vezes, sob as mais
rigorosas condições de
verificação, em presença
de várias testemunhas,
com o auxílio de
aparelhos construídos
com o máximo cuidado e
de uma extrema
sensibilidade. Todas as
precauções foram tomadas
para excluir a
possibilidade de
qualquer fraude.
600. As irradiações da
força psíquica podem ser
fotografadas. Se, em
completa obscuridade, se
coloca a mão acima de
uma placa sensível
imergida no banho
revelador, ao fim de
alguns minutos de
exposição verifica-se
que a placa se acha
impressionada. Se a ela
aderiram os dedos, da
mancha que cada um deles
produzir se vê, como de
outros tantos focos,
desprenderem-se, e
irradiarem em todos os
sentidos, ondulações,
espirais, o que
demonstra que a força
psíquica, como os raios
ultravioleta ou os raios
Roentgen, atua sobre os
sais de prata.
601. Esse fenômeno foi
posto em evidência, pela
primeira vez, em 1872,
pelas experiências dos
Srs. Beattie, Taylor,
Dr. Thompson, professor
Wagner, etc. O Sr. De
Rochas o obteve no curso
de suas experiências com
a Sra. Lux. A placa
colocada a seco sobre a
fronte, o coração ou a
mão, lhes reproduz as
irradiações conforme a
intensidade dos
pensamentos, dos
sentimentos, das
emoções. A cólera, a
dor, o êxtase, a prece e
o amor têm suas
irradiações especiais.
Assim, a placa
fotográfica, esse “olhar
lançado ao invisível”,
vem a ser o irrecusável
testemunho da irradiação
da alma humana.
602. Negado muito tempo
pelas corporações
doutas, como negadas
foram, por elas, a
circulação do sangue, a
vacina, o método
antisséptico e tantas
outras descobertas, o
magnetismo, tão antigo
quanto o mundo, acabou
por penetrar no domínio
científico sob o nome de
hipnotismo.
603. Em verdade, os
processos diferem. No
hipnotismo, é pela
sugestão que se atua
sobre o sensitivo, a
princípio para o
adormecer, e em seguida
para provocar fenômenos.
A sugestão é a
subordinação de uma
vontade a outra. O
sensitivo se abandona ao
experimentador e executa
suas ordens, expressas
pela palavra e pelo
gesto, ou simplesmente
pelo pensamento. Pode-se
obter o mesmo resultado
com as práticas
magnéticas. A única
diferença consiste nos
meios empregados.
604. Os meios usados
pelos hipnotizadores
são, antes de tudo,
violentos. Se podem
curar certas afecções –
e não é possível
desconhecer que sua
aplicação à terapêutica
tenha dado resultados
apreciáveis –, na maior
parte das vezes
ocasionam desordens no
sistema nervoso e, com a
continuação,
desequilibram o
sensitivo, ao passo que
os eflúvios magnéticos,
bem dirigidos, quer em
estado de vigília, quer
no sono, restabelecem
com frequência a
harmonia nos organismos
perturbados.
605. A sugestão pode ser
exercida de perto ou de
longe, tanto no plano
visível quanto no
invisível, quer por
operadores humanos, quer
por agentes ocultos.
Permitindo ao indivíduo
agir mentalmente sobre
outro, sem o concurso
dos sentidos, ela nos
faz melhor compreender a
ação do Espírito sobre o
médium. Aquilo que, com
efeito, pode obter o
homem, cuja ação e poder
são limitados e
restritos, uma
inteligência
desembaraçada dos
obstáculos da matéria
grosseira muito melhor o
poderá: conseguirá
influenciar o sensitivo,
inspirá-lo, servir-se
dele para realizar os
fins a que se propõe.
606. O
magnetismo, considerado
em seu aspecto geral, é
a utilização, sob o nome
de fluido, da força
psíquica por aqueles que
abundantemente a
possuem. A ação do
fluido magnético está
demonstrada por exemplos
tão numerosos e
comprovativos que só a
ignorância ou a má-fé
poderiam hoje lhe negar
a existência.
607. Citemos um caso
entre mil:
“O Sr.
Boirac, reitor da
Academia de Grenoble,
foi vice-presidente da
Sociedade Hipnótica de
Paris e abandonou o
hipnotismo pelo
magnetismo depois da
seguinte experiência:
entrando em casa, um
dia, à tarde, encontrou
seu criado a dormir. O
Sr. Boirac o avistou
desde o patamar da
escada em que se achava
e teve a ideia de tentar
uma experiência
magnética. Do lugar onde
estava estendeu a mão
direita na direção e à
altura dos pés do criado
adormecido. Após um ou
dois minutos, tendo
levantado a mão, viu,
com surpresa,
elevarem-se os pés do
criado e acompanharem o
movimento ascensional da
mão. Renovou diversas
vezes a experiência, e
de todas elas os
resultados foram
idênticos.”
(Continua no próximo
número.)