ALESSANDRO VIANA
VIEIRA DE PAULA
vianapaula@uol.com.br
Itapetininga,
SP(Brasil)
|
|
Genética sem
alma
Analisando os
avanços da
ciência nas
últimas décadas,
identificamos a
existência de
inúmeras
descobertas que
contribuíram
para a melhoria
da qualidade de
vida, seja no
campo da
longevidade,
seja na área da
erradicação e do
controle de
doenças, sendo
que a ciência
atual tem
oferecido um
leque enorme de
opções para a
criatura humana,
inclusive na
área da
genética.
Sabe-se que a
genética é o
ramo da biologia
que estuda a
hereditariedade
e tudo que
esteja
relacionado com
a mesma.
Nesse aspecto em
particular, o
Espiritismo, em
razão de seu
conteúdo moral e
por tratar das
questões do
Espírito,
permite-nos uma
avaliação mais
profunda dos
avanços
científicos,
orientando-nos
acerca do que
nos é lícito
escolher, sem
que haja
comprometimento
com as leis
divinas.
Assisti um
documentário
sobre a
possibilidade da
escolha do sexo
do bebê, que é
oferecida por
uma clínica
médica existente
nos Estados
Unidos. Aliás,
afirmou-se que
essa escolha
também se
estende a outros
aspectos da
hereditariedade,
tais como, corpo
saudável, cor
dos olhos, da
pele e do
cabelo.
Parece-me que,
nos próximos
anos, tais
escolhas estarão
acessíveis a
todos.
Um dos
cientistas que
foi entrevistado
chegou a afirmar
que: “Temos
que eliminar o
acaso”.
A clínica
também coleta
espermas e
óvulos, que são
previamente
analisados,
afastando-se
aqueles que
podem gerar
corpos doentes,
e após a
fecundação em
laboratório,
vendem esses
embriões
saudáveis para
casais
interessados.
Anote-se que
essas ofertas da
ciência geram
uma expectativa
imensa à
criatura humana
e causam um
impacto
emocional,
induzindo-nos a
fazer essas
escolhas por
eliminar o
“acaso” e as
nossas
inseguranças.
Entretanto, à
luz da religião
espírita, essas
ofertas
genéticas
desconsideram a
pré-existência
do Espírito, a
lei de causa e
efeito, e o
perispírito como
agente modelador
do corpo físico.
O Espírito, após
ser criado por
Deus e através
da lei divina da
reencarnação,
estagia por
milhares de anos
nos reinos
inferiores da
criação
(mineral,
vegetal e
animal) e chega
ao reino
hominal, onde
adquire
consciência e
racionalidade,
passando,
paulatinamente,
a entender a
meta da vida,
que é a busca da
perfeição
relativa através
do
desenvolvimento
dos potenciais
divinos que
jazem dentro
dele.
Dessa forma,
percebe-se que o
Espírito, ao
reencarnar-se,
vinculando-se ao
corpo físico no
momento da
concepção, já
possui uma vasta
história pautada
por conquistas
positivas e
desacertos, por
luzes e trevas,
tanto no campo
da
intelectualidade
como na área da
moralidade,
notadamente em
razão das
vivências no
reino hominal,
de tal sorte que
suas escolhas em
relação à
próxima vida no
corpo, nos
períodos que
antecedem as
reencarnações,
na erraticidade,
visam seu
progresso
espiritual e a
conquista da
verdadeira
felicidade.
Registre-se que
o planejamento
reencarnatório
algumas vezes é
feito por
benfeitores
espirituais,
quando o
Espírito que vai
reencarnar não
tem lucidez e
maturidade para
fazer as
escolhas, sendo
que em outras
situações,
quando o
Espírito tem
estrutura
emocional para
deliberar sobre
as questões
relevantes que
dizem respeito
às ocorrências
que surgirão no
cenário físico,
ele faz as
escolhas
auxiliado por
amigos
espirituais mais
evoluídos.
O fato é que,
tanto na
primeira como na
segunda
situação, são
feitas diversas
escolhas visando
o melhor para o
processo
educacional do
Espírito que irá
reencarnar.
Essas escolhas
estão submetidas
à lei de causa e
efeito, isto é,
não são livres a
ponto de
permitir
qualquer tipo de
opção. O
Espírito sente a
necessidade de
reparar os males
causados em
outras vidas e
faz suas
escolhas
expiatórias, ou
deseja fomentar
o fortalecimento
de seu caráter
que o ajudará na
conquista ou na
ampliação de
determinada
virtude, vindo a
fazer escolhas
provacionais.
As suas
escolhas, por
exemplo, podem
envolver um
corpo doente ou
saudável;
doenças que
existirão desde
o nascimento ou
que surgirão no
decorrer da vida
física;
experiências num
corpo masculino
ou feminino; e
outras
deliberações
pertinentes ao
seu processo de
autoiluminação.
Enfatize-se que
as escolhas do
Espírito,
mormente aquelas
relacionadas ao
sexo e as
condições de
saúde, serão
moldadas em seu
perispírito, que
agirá como
modelador do
futuro corpo
físico.
Sabemos que o
perispírito
liga-se ao corpo
físico, célula a
célula,
imprimindo nele
o planejamento
feito na
espiritualidade
superior, tudo
em benefício do
Espírito, da sua
evolução.
Assim sendo,
denota-se
claramente que a
expressão “eliminar
o acaso” não
tem o menor
fundamento,
porque não há
acaso, mas
escolhas lúcidas
concretizadas em
prol da evolução
espiritual
daqueles que
regressam ao
corpo físico.
Nesse sentido,
mesmo com a
oferta da
ciência, não
deveremos
escolher o sexo
do bebê, porque
o Espírito que
renascerá terá o
corpo que melhor
atende suas
necessidades
evolutivas.
Imiscuir-se
nessa área será
criar um risco
desnecessário ao
desenvolvimento
espiritual
daquele que está
retornando ao
cenário carnal,
haja vista que
vivenciará uma
situação diversa
daquela que foi
planejada.
Recomendo a
leitura do
capítulo
“Mudança de
sexo” existente
no livro “Dias
Gloriosos”, do
médium Divaldo
Pereira Franco,
onde a
benfeitora
Joanna de
Ângelis assevera
que:
“É natural que
se tenha opção
por essa ou
aquela expressão
sexual para o
ser amado; no
entanto, não
deve ser tão
preponderante
que, em se
apresentando
diferente do que
se deseja, o
amor sofra
efeitos
negativos...Não
obstante, porque
fora da
programação
evolutivo do
Espírito, essa
mudança pode
trazer-lhe
prejuízos
emocionais e
comportamentais”.
Nessa mesma
linha de
raciocínio,
observo que não
adiantará a
escolha de um
embrião
saudável,
porque, se
necessário para
o Espírito, a
matriz da doença
estará no corpo
espiritual,
fazendo com que
ela surja no
momento
adequado,
gerando
aprendizado para
a família e para
o Espírito que
vivencia a
enfermidade.
Conclui-se,
portanto, que
deveremos nos
abster dessa
ingerência
externa
oferecida pela
ciência,
respeitando-se
as escolhas do
Espírito, que
pré-existe ao
corpo físico,
sendo que
deveremos agir
em nome do
legítimo amor, “impulsionando
o Espírito pelo
rumo bem
orientado, pelo
qual atingirá a
meta para cujo
fim se encontra
reencarnado”
(Joanna de
Ângelis).