ALMIR DEL PRETTE
adprette@ufscar.br
São Carlos, SP (Brasil)
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Antídoto contra a
violência
Albert Bandura é um
psicólogo canadense, que
se tornou mundialmente
conhecido ao realizar um
experimento simples, mas
bastante efetivo quanto
ao método e aos
resultados obtidos. Na
primeira versão da sua
pesquisa, ele separou um
grupo de crianças
colocando-as para
assistirem a um filme,
em que uma mulher
agredia (batendo e/ou
xingando) um boneco
(“João Bobo”). Depois
dessa “sessão de cinema”
as crianças juntaram-se
às demais para brincarem
em uma sala, com vários
brinquedos, incluindo
alguns bonecos (“João
Bobo”). Quase
imediatamente, as
crianças que foram à
sessão de cinema
começaram a se
comportar, em relação
aos bonecos, de maneira
semelhante ao exibido
pelo personagem do
filme.
Outras pesquisas com o
mesmo enfoque permitiram
a elaboração de uma
instigante teoria sobre
aprendizagem social.
Bandura prefere o termo
modelação à imitação e
sustenta que copiamos
comportamentos de
outrem, mesmo sem
obtermos recompensa
imediata. Para esse
pesquisador, o processo
de modelação está na
base da agressividade,
não apenas da criança,
mas, também, do adulto.
A violência e a
agressividade são
consideradas pela
Organização das Nações
Unidas (ONU) como um dos
maiores problemas a
serem enfrentados na
atualidade, pelos
governos, e também por
todas as pessoas. Em
razão disso, a ONU vem
incentivando as ações
governamentais de
caráter
preventivo-educativo e
empreendimentos da
sociedade organizada.
Uma ação mais próxima de
todos nós é “Você e a
Paz”, sob a liderança de
Divaldo, com a
participação de Nilson,
recentemente
desencarnado. O trabalho
de Divaldo tem o
endereço voltado para a
família, que é o
primeiro contexto social
do indivíduo, conforme
amplamente reconhecido.
É de grande importância
que pais, e demais
familiares, sejam
modelos equilibrados
para as crianças,
contribuindo, dessa
forma, para uma educação
saudável, em oposição a
uma postura doentia e
agressiva.
O remédio contra a
violência é a paz. Esse
é um recurso disponível,
se escolhermos o modelo
adequado. Jesus é
considerado, pelos
Espíritos que
assessoraram Allan
Kardec no trabalho da
codificação, como o
modelo mais perfeito
(pergunta 625) oferecido
por Deus à humanidade.
Ora, se assim é,
precisamos nas várias
situações interpessoais,
agir de acordo com o seu
modelo.
Jesus, conforme registro
dos evangelhos, buscava
uma transformação das
pessoas convidando-as
(até mesmo aquelas em
situação de atendimento)
a fazerem o mesmo que
ele fazia: “Vem tu e faz
o mesmo”. Contudo, como
ter Jesus como modelo se
a distância evolutiva
que nos separa é
incomensurável? Estaria
o mestre convocando-nos
a algo que não podemos
realizar? Jesus sabia
que toda transformação
envolve ação, por isso
propunha a práxis do
bem. Mais ainda, o
Mestre acompanha esta
humanidade desde os
primórdios e sabe que as
leis de Deus estão
inscritas em nossa
consciência, chegando
mesmo a afirmar que
iríamos fazer coisas
semelhantes ao que ele
fazia. Portanto, seu
convite não foi dirigido
apenas àquelas pessoas,
naquele período
histórico. Trata-se de
uma convocação
permanente, que a
maioria de nós começa
aceitar, agora, dois mil
anos depois.