DAVILSON SILVA
davsilva.sp@gmail.com
São Caetano do
Sul, SP
(Brasil)
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Novas
considerações
sobre vigiar e
orar
Quem entre os
espíritas já não
leu ou escreveu,
ou falou, ou
ouviu falar a
respeito de
vigilância e
oração?!
Acredite! Tem
gente que pensa
que “vigiar”
quer dizer
vigiar os
outros, e, ainda
por cima
“orando”, para
que não deem
prejuízo... Este
conselho —
vigiar e orar —
encerra grande
profundidade
como todos os
conselhos do
Mestre Jesus,
oferecidos a
exame.
Tudo o que
pensamos,
falamos e
fazemos
transforma-se em
ondas vibráteis
a se expandir em
nível
inacessível.
Todo efeito
provém do núcleo
vibratório de
nossos
conseguimentos
mentais, essa
curiosa zona
indecifrável
pela ciência.
Nossas ações
indicam a
qualidade
moral-espiritual
somente
respeitante a
nós. Quaisquer
pareceres,
imagens
conservadas na
tela da nossa
estrutura
psíquica serão
de inteira
autoria nossa,
quer resultem do
próprio
pensamento, quer
não resultem.
Toda
manifestação de
um ponto de
vista nos
situará na
categoria de
causadores
conscientes por
meio de um
julgamento, de
uma proposta ou
de qualquer
significado
mental por nós
admitido,
concreto ou
abstrato.
Tornadas
possíveis as
ideias por nós
produzidas, o
sentimento as
assimilará de
pronto,
codificando-as
no âmbito da
silenciosa
engrenagem do
raciocínio.
Sentimento e
pensamento
Apropriando-se o
sentimento do
que pensamos, a
energia mental
será por ele
solidificada sob
influxo de
admirável
sutileza. Tal
processo que tem
a ver com a
corrente
energética do
campo
imponderável é
que consiste
nessas duas
aptidões íntimas
de toda criatura
favorecida de
raciocínio e
discernimento.
Por causa dessas
duas capacidades
é que uns vivem
cativos dos
outros.
Pensamentos e
sentimentos unem
todas as
criaturas pelos
laços dos gostos
e pendores já
que ninguém se
acha isolado e
todo mundo pensa
e sente com
liberdade. Dessa
reciprocidade
suscetível de
influência de
uns sobre os
outros pode
provir de modo
consciente ou
inconscientemente
uma comunicação
de pensamentos
benéficos, uma
sensação de
bem-estar ou de
sombrias
induções
hipnóticas,
causa de enormes
infortúnios, de
lamentável
ausência de
equilíbrio.1
Como
consequência de
irremediável
vínculo,
acontece uma
série de
sucedimentos aos
quais todas as
individualidades
se veem
submetidas. Uma
vez pressionadas
por tão vigorosa
influência,
suscitamos
atitudes e
palavras
imperceptíveis
ao meio
material. É
muito difícil
saber se
propósitos,
ideias
originam-se
mesmo do nosso
íntimo. Por
falar nisso,
essa
complexidade faz
parte do nosso
crescimento
espiritual, e aí
vemos como é
imensa a
sabedoria de
Jesus no tocante
ao referido
conselho:
Vigiai e orai
para não cairdes
em tentação.2
Por que vigiar e
orar
Vigiai e orai,
aparente alvitre
singelo, encerra
conteúdo de
cunho eminente.
Por estarmos com
frequência, a
cada passo
diário, sujeitos
a disposições de
ânimo para a
prática de
coisas diversas
ou censuráveis
(caindo em
tentação), esse
oportuno aviso
do Mestre indica
prudência, bom
senso.
São diversas as
circunstâncias
nas quais, de
ordinário,
colhemos vários
tipos de
informes em
nosso dia a dia,
segundo o
Espírito André
Luiz. Disse ele
que tudo começa
a partir de
notícias,
avisos, queixas,
críticas,
sentenças
daqueles que
compartilham
conosco do mesmo
teto e nos
dirigem a
palavra.3
Se em seguida
nos entregamos,
às induções da
mídia, a certos
programas de TV,
como por exemplo
os do tipo
reality show,
acolhemos
automaticamente
conceitos,
testemunhando um
conjunto de
influências
perniciosas.
A via pública,
outra intensa
fonte indutiva,
nela somos
impelidos a
diversos
atrativos,
“viajando ou
caminhando,
anotando as
novidades da
hora ou
deglutindo
anúncios
comerciais”,
consoante André
Luiz. No
exercício da
profissão usamos
de uma máscara,
decidimo-nos por
um personagem
adequado ao
meio,
representado por
nós em serviço,
e, “à noite,
comumente
manuseamos
livros e
publicações com
os quais nos
afinamos ou
assistimos a
espetáculos,
procuramos
entretenimentos
entre amigos e
assimilamos
múltiplas
sugestões com
que nos
influenciam o
repouso”,
concluiu o
ínclito
instrutor.
Disse ainda
André que o
Espírito
benfeitor ou
malfeitor
consegue invadir
o nosso maior
patrimônio, a
casa mental,
transpassando
todos os
escaninhos,
devassando-lhe
todos os
segredos,
decifrando-lhe
todos os
mistérios.4
Por isso, o
verbo “vigiar”
refere-se ao ato
de se pesquisar
as nossas
próprias
imperfeições, o
“conhece-te a ti
mesmo” daquele
filósofo da
Antiguidade. Já
a “oração” é
preciosa
ferramenta de
suporte e
resguardo:
apoiada na fé
inabalável, ela
nos defende de
possíveis ideias
que nos insurjam
do âmago ou se
manifestem em
circunstâncias
de frequência
com algum
sistema externo
de imposições.
Desenvolvamos o
nosso próprio
raciocínio,
embora nos seja
lícito
admirarmos o dos
outros e até
aceitá-lo se
oportuno. A
Doutrina
Espírita,
sublime tratado
preventivo
contra danos da
Alma,
oferece-nos a fé
raciocinada, a
que encara a
razão, face a
face, em todas
as épocas da
humanidade; ela
nos ensina a
separar o joio
do trigo através
do livre exame
sob o exercício
da vigilância
humilde e o
suporte da
oração sincera,
salvando-nos da
queda no
precipício do
erro e dos
enganos
ardilosos das
obsessões
espirituais.
___________________
Referências:
1
XAVIER,
Francisco C.
Nos domínios da
mediunidade
(Espírito André
Luiz). 22. ed.
Rio de Janeiro:
Federação
Espírita
Brasileira (FEB),
1994. Cap. 19,
p. 186.
2
XAVIER,
Francisco C.
Fonte viva
(Espírito
Emmanuel). 1.
ed. Rio: FEB,
2005. Tema 110,
p. 255.
3
VIEIRA, Waldo;
XAVIER,
Francisco C.
Sol nas almas.
8. ed. Uberaba:
Comunhão
Espírita Cristã
(CEC), 1990.
Tema 17, p.
58.
4_____
. _____ . Tema
7, p. 30.
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