DIAMANTINO
LOURENÇO
RODRIGUES DE
BÁRTOLO
bartolo.profuniv@mail.pt
Venade - Caminha, Viana
do Castelo
(Portugal)
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A busca dos
equilíbrios
espirituais
Os modelos
técnico-científicos
e instrumentais
inventados,
produzidos e
utilizados, para
a construção de
um mundo mais
justo, para
todos os seres
nele existentes,
parecem
esgotados, pese
embora todo o
potencial
humano,
direcionado na
busca de
melhores
condições de
vida material
para todos os
indivíduos da
natureza
planetária
conhecida, na
circunstância, o
planeta Terra.
O homem tem
consciência que
vive um pouco
num “equilíbrio
de terror”,
porque conhece,
relativamente
bem, as suas
próprias
intenções, que
resultados
pretende
alcançar com
certas atitudes,
instrumentos e
materiais
utilizados, nos
planos que vai
elaborando e
desenvolvendo na
prática da vida
concreta, física
e objetivada
para
determinados
alvos.
Um tal
“equilíbrio de
terror” tem,
sistematicamente,
ignorado outras
alternativas,
por sinal, bem,
muito bem mais
compatíveis com
a superior
inteligência
humana, e com a
dignidade
inigualável e
inquestionável
que resulta da
condição de ser
pessoa
verdadeiramente
humana.
Colocar ao
serviço da
guerra, da
destruição, do
sofrimento, da
dor e da morte
todo este
potencial
humano, e os
recursos
naturais que
Alguém criou
para o benefício
de todos,
constitui um
comportamento “bestialmente
selvagem”,
contra a
Natureza e
contra Deus,
qualquer que
seja a Divindade
que O
represente, em
cada homem, em
cada cultura, em
cada povo.
Sempre que um
homem – um
grupo, uma
comunidade –
invoca o
princípio,
segundo o qual “todos
nascem livres e
iguais”,
significará
pretender agir
em conformidade,
ou, pelo
contrário, tal
manifestação
apenas procura
encobrir a
hipocrisia de
quem tenciona
agir,
precisamente, ao
inverso, e
desrespeitando o
seu semelhante?
Salvaguardando-se
as felizes
exceções,
assiste-se,
atualmente, à
mais desenfreada
e despudorada
destruição dos
princípios e
valores
instituídos,
desde sempre
pelo Deus
Universal,
consubstanciados
em meia dúzia de
virtudes, cada
vez mais
ignoradas pelo
homem.
A maioria das
pessoas vive
para além da
materialidade do
mundo concreto,
preocupada e em
busca das
soluções que da
transcendência
do Divino poderá
ter para algumas
situações, ainda
não resolvidas
pela Ciência e
pela Técnica.
A virtude da
adoração a um
Deus n’O qual se
acredita
constitui uma
possibilidade de
momentos
felizes, calmos
e profundos,
suscetíveis de
repetições,
tantas quantas
se queiram,
contribuindo
para um
comportamento
mais solidário,
porquanto:
«Adorar ao Deus
verdadeiro ajuda
a evitar um modo
de vida
puramente
egocêntrico. (…)
A verdadeira
adoração é boa
para você porque
o ajuda a se
tornar uma
pessoa melhor. À
medida que se
pratica a
adoração
verdadeira você
desenvolve uma
personalidade
que resulta em
relacionamentos
mais felizes.
Você aprende de
Deus e de seu
Filho sobre como
agir com
honestidade,
falar de modo
bondoso e ser
uma pessoa
responsável».
(in SENTINELA,
2006: Vol. 127,
nº 17.)
O Homem deste
novo século,
independentemente
das suas
convicções
político-filosóficas
e religiosas,
não tem que se
submeter a
quaisquer
complexos e/ou
preconceitos
para manifestar,
livremente, o
seu pensamento
acerca de um
tema, por muito
melindroso que
ele possa ser.
Cada religião
tem os seus
valores,
rituais,
liturgia,
processos de
intervenção na
sociedade e
condução dos
seus crentes,
alegadamente,
para uma
situação de
plena felicidade
espiritual.
Aliás, só com
estratégias que
visem à
dinamização, ao
intercâmbio e ao
diálogo
inter-religiões
se poderá
construir um
mundo mais
consensual, mais
tolerante,
porque mais
eclético, com
tudo o que de
bom e
dignificante
cada religião
comporta.
Certamente que
não haverá
religiões em
que os seus
crentes sejam
bandos de
marginais e de
malfeitores,
excluindo aqui,
ainda que
pontualmente, os
fundamentalismos
e toda a espécie
de radicalismos
que, ao longo da
história, se têm
verificado, com
intervenções
condenáveis à
luz dos valores
da vida, da
dignidade e do
humanismo.
A importância e
influência de
cada religião,
também, mas não
só, resultam da
adesão e da fé
que os
respectivos
crentes nela
depositam, sendo
certo que é
muito mais
difícil
acreditar nos
valores
religiosos e
práticas
ritualistas de
uma religião que
promover e
defender o mal,
a guerra, a
desgraça e a
morte.
O homem “sapiens”
e “tecnologicus”
deste novo
milênio tem
condições para
compreender,
harmonizar e
elaborar novas
regras de boa
convivência
interpares,
adotar atitudes
tolerantes,
solidárias, com
a elevação
espiritual que o
caracteriza.
A dimensão
religiosa poderá
ser mais um
traço distintivo
que eleva o
homem a uma
condição
superior,
relativamente
aos restantes
animais,
estimulando-se,
por isso mesmo,
o seu
empenhamento nas
práticas e
intercâmbios
religiosos.
A consciência
religiosa de
cada indivíduo
humano
certamente que
contribui para
se atingir uma
certa paz
espiritual, se
se preferir, a
verdadeira
felicidade,
naquilo que ela
tem de mais
sublime: a
amizade pura,
baseada num
verdadeiro Amor,
qualquer que
este seja, a
lealdade, o
carinho, a
cumplicidade, a
sinceridade, a
tolerância, a
coesão entre as
pessoas, a tranquilidade, a
harmonia e uma
profunda
autoconfiança
nos valores
Divinos.
SENTINELA, 2006:
Vol. 127, nº 17.
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